Provocada por pequeno grupo, ao fim de ato contra Copa,
polícia invade metrô, espalha pânico, humilha e prende 50. Enredo combinado?
Por Tomaz Amorim, no blog do Negro Belchior

O quinto Ato Contra a Copa do
Mundo em São Paulo terminou com a prisão de mais de 50 pessoas, entre eles
menores de idade. Os manifestantes foram levados ao DEIC, órgão da Polícia
Civil dedicado principalmente ao combate do crime organizado. Até o inicio da
madrugada, a maior parte dos manifestantes havia sido liberada. A prisão
coletiva e a tentativa de criminalização do movimento explicita uma vez mais a
tática da Polícia Militar de fichar e intimidar indiscriminadamente
manifestantes.

As prisões aconteceram por conta
da ação de um pequeno grupo que, após o término do Ato, teria quebrado vidraças
de duas agências bancárias na avenida Vital Brasil. A reação da Polícia Militar
foi, então, desproporcional: eles se lançaram sobre todos os manifestantes,
inclusive aqueles que já se aproximavam da estação Butantã do Metrô, rumo às
suas casas. O pânico foi generalizado, tanto dos manifestantes que não
entendiam o que aconteceu, quanto dos usuários do Metrô e do ônibus. Policiais
invadiram a estação em busca de manifestantes e prenderam indiscriminadamente
diversas pessoas que acabaram encurraladas entre as catracas e os seguranças.
Foram presos e amarrados com braçadeiras de plástico jornalistas e
manifestantes, dentro e fora da estação. Uma adolescente grávida desmaiou e não
pôde ser atendida. Vídeos e fotos mostram jovens adolescentes sendo mantidas
amarradas no chão e cercadas por policiais.
Sobre o Ato
O quinto Ato Contra a Copa do
mundo aconteceu nesta terça (15) simultaneamente em São Paulo e no Rio de
Janeiro. Assim como nos atos anteriores, a ação focou em um direito social
fundamental: “Sem saúde pública de qualidade, não vai ter Copa”. O ato contou
com mais de 5000 confirmados no Facebook e aproximadamente 1500 manifestantes
presentes. Em São Paulo, a concentração foi no vão do MASP, sob frio e chuva
que não assustou os manifestantes.
Não houve nenhum incidente entre
a polícia e manifestantes durante o percurso do trajeto, já que desde o
terceiro ato – quando a polícia prendeu coletivamente mais de 200 pessoas – os
manifestantes se isolam, através de um cordão humano, do corpo de policiais.
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