22/06/2013
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Na última semana, a natureza dos acontecimentos, entretanto,
mudou. Tomando embalo na força popular mobilizada então, a grande imprensa e a
direita brasileira passaram a apoiar as manifestações, visando diluir seu
conteúdo e assim impor a elas sua pauta conservadora. Desde então, passamos a
ver o aumento de discursos reacionários e a proliferação de posturas fascistas
tomando as ruas das cidades. Nessa mesma esteira, um anti-partidarismo difuso e
raivoso passou a incitar a violência levando alguns grupos autoritários a se
sentirem confortáveis em agredir membros de organizações da esquerda que sempre
construíram as grandes manifestações no Brasil.
Sabemos que grande parte das pessoas nas ruas não compactuam
com esse comportamento, mas, lamentavelmente, houve consentimento desinformado
por certa parte delas. Tal situação coloca em risco o direito à livre
manifestação e livre organização política conquistados com luta histórica
encabeçada pela esquerda que quinta-feira, dia 20, foi espancada nas ruas.

É preciso comemorar, sem dúvida, a conquista que o Passe
Livre obteve nas ruas, assim como o fato de que as mobilizações tenham feito
valer sua vontade perante as esferas representativas do poder. As manifestações
conseguiram colocar em debate o que significa um estado efetivamente
democrático, assim como sensibilizar parte da população de que é a participação
política direta que traz conquistas.
O que acontece hoje em nosso país é algo muito importante
cujo sentido, porém, permanece indeterminado. A organização deste ato não
compactua com o rumo que a grande imprensa e a direita têm tentado impor às
mobilizações nas ruas em curso no país. Seguiremos mobilizados pela
transformação social no Brasil e em defesa das pautas históricas dos movimentos
sociais.
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