segunda-feira, 28 de abril de 2014

Por que devemos ser contra a CCV do Banco do Brasil?

Oposição Bancária SP
 
Nesta terça-feira (29/04), o Sindicato de São Paulo realiza uma assembleia com o objetivo de votar a adesão à CCV (Comissão de Conciliação Voluntária) proposta pelo Banco do Brasil. A CCV já foi rejeitada em assembleia pelos bancários logo que anunciado o plano de funções pelo BB.

Para defender a aprovação da CCV, o Sindicato argumenta que, em primeiro lugar, não há mais a cláusula pela qual o BB impunha a suspensão das ações judiciais por 180 dias em caso de adesão. Além disso, argumenta que as ações por grupos homogêneos estão, em sua maioria, sendo extintas pelos juízes sem julgamento do mérito.

Entendemos que a situação financeira da maioria dos bancários é bastante precária e pressiona para que aceitemos o acordo. Mas devemos analisar com muito cuidado o significado da adesão à CCV, pois estaremos abrindo mão de nossos direitos. Nós, da Oposição, continuamos sendo contrários à CCV, pois entendemos que ela interessa somente ao Banco. Precisamos nos posicionar pelo pagamento integral do que o banco nos deve, exigindo isto tanto na próxima campanha salarial como na justiça.

Entenda os motivos para sermos contrários à CCV do Banco do Brasil.

1 - A tendência é que os bancários ganhem as ações judiciais contra o Banco, pois não há argumentos para sustentar que exercemos funções de confiança. Perder em primeira instância não significa que não podemos ganhar depois. Tomando como base os julgamentos de Brasília, o entendimento do setor jurídico do próprio Sindicato é que a tendência do TST é aceitar as ações coletivas, diferente do que está sendo feito pelos juízes de São Paulo. Como o valor pago na CCV é muito mais baixo que o valor devido (cerca de 20% do total), a adesão significaria uma economia gigantesca para o Banco;

2 - A CCV tem como objetivo diminuir o passivo trabalhista do Banco. O fato da base de SP, que é a maior do país, não ter aderido até o momento, é um dos principais motivos para que ainda exista espaço para pressionarmos o Banco em questões relativas à jornada de 6 horas;

3 - A maior parte dos bancários está fora da CCV, pois, para ter direito, é preciso ter aderido ao novo plano. Por exemplo, em São Paulo, entre assistentes A, B e de negócios, há 5.594 empregados. Destes, 3.349 estão fora da CCV porque não migraram para o novo plano, o que corresponde a 60% do total. Mas, mesmo entre os 40%, existem também empregados que não têm acesso à CCV, porque foram comissionados depois do plano e por isso não têm 7ª e 8ª horas para receber. É bom lembrar também que não há possibilidade de simulação: somente migrando é possível saber quanto você poderia receber na CCV;

4 - A experiência dos que aderiram à CCV também deve servir como base para nós. Em Brasília, o próprio Sindicato, que defendeu a adesão à CCV, depois convocou uma assembleia propondo rever a posição, já que os valores pagos eram extremamente baixos, além de não existir clareza sobre os critérios (colegas com as mesmas funções e mesmo tempo de banco recebiam valores diferentes); Segundo do Sindicato de Brasília, filiado à CONTRAF/CUT: “Atento às sessões da CCV, o Sindicato verificou a não apresentação dos parâmetros de cálculo pelo banco, valores divergentes em relação à mesma função, não apresentação de valores para Previ (fundo de pensão) e Cassi (plano de saúde), além do que o BB impõe dificuldades para o funcionário negociar, já que traz a proposta pronta e acabada. Não bastasse isso, os dirigentes sindicais constataram que a instituição vem apresentando proposta inferior a 15% do valor devido em eventual demanda judicial e a não apresentação dos valores de INSS e imposto de renda”.

Nós, da Oposição Bancária, acreditamos na força da nossa categoria. Acreditamos que podemos e devemos lutar por nossos direitos. Infelizmente, o Sindicato de São Paulo opta, mais uma vez, por fazer o jogo do banco, propondo aos bancários que entreguem o que é seu.


Por isso, chamamos todos os colegas para dizer não à entrega de direitos!

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