sábado, 16 de julho de 2016

Por que sou candidato ao Comitê de Ética do BB


Como forma de responder a uma pressão interna e externa e para gerar a aparência de que instituía algum mecanismo de apuração interna, o BB formatou comitês de ética. Porém desde sua criação estes comitês na prática pouco funcionam.

As convocações de reunião do  comitê depende de encaminhamento de caso pela Ouvidoria interna que atua para encerrar os casos em seu âmbito. Como os representantes eleitos não tem poder para encaminhar denúncias, já que isto fere os normativos e os coloca sob risco de acusação de quebra de sigilo, o papel dos representantes fica restrito aos poucos casos que extrapolam a Ouvidoria interna.

A composição do comitê é antidemocrática, sem paridade. São 04 indicados pelo banco e um eleito pelos funcionários. Dessa forma precisamos atuar para aumentar a participação do corpo funcional, como forma de dar um caráter mais democrático a estes comitês, elegendo um número maior de representantes eleitos pelos funcionários.

É importante que se dê um outro formato ao comitê, não apenas julgador e punitivo, mas que possam efetivamente contribuir para a implementação de políticas inibidoras do assédio, mapeando os problemas e apontando soluções, bem como encaminhando assistências aos vitimados.

Devemos atuar no sentido de tornar os comitês efetivos e um instrumento de combate ao assédio moral, superando os entraves e a falta de democracia nestes órgãos.

Diante desse quadro é que me candidato a representante no Comitê de Ética do Paraná.

O período de votação inicia-se às 8h de 25/07/2016 e termina às 18h de 29/07/2016.
A votação é efetuada eletronicamente, exclusivamente, por meio do SISBB>Pessoal>48

Nelson Gonçalves da Silva
Matrícula F7394938

(41) 9119-9222

quarta-feira, 13 de julho de 2016

PSTU: Os Significados de uma Ruptura

Texto de Mário Maestri, publicado em https://gz.diarioliberdade.org

Em 5 de julho, em primeira mão, o tradicional Jornal do Comércio de Porto Alegre noticiava a formalização da ruptura organizada, em todo o Brasil, de um número substancial de militantes do PSTU.


Dito e feito. No dia seguinte, o “Manifesto pela construção de uma nova organização socialista revolucionária no Brasil”, assinado por mais de setecentos militantes, anunciava, salvo engano, a primeira ruptura maciça naquela organização, desde o fracionamento de 1980, quando ainda se denominava Convergência Socialista. Tamanha foi a procura do “Manifesto” que o blog que o difundiu manteve-se no ar precariamente.

Os comentaristas e a própria carta-resposta da direção do PSTU enfatizam como razão da ruptura a divergência sobre a tática na luta contra o “impeachment”. Segundo a nota de resposta do PSTU, a divergência “mais importante foi em relação a que posição tomar diante da queda do governo de colaboração de classes de Dilma, formado pelo PT e por seus aliados burgueses”. Nela, se defende que, juntar-se às mobilizações da Frente Povo Sem Medo, contra o golpe institucional, é se incorporar à “ala esquerda da campanha ´Fica Dilma´”. Para a direção do PSTU, os “trabalhadores queriam que o governo [Dilma] saísse [...].” Portanto, o proposto golpe institucional constituiria mera substituição de um governo burguês por outro.

A nova agremiação política rejeita a consigna “Fora Dilma, Aécio, Temer Cunha, fora todos eles!”, criticada por segmentos da esquerda como apoio envergonhado a um golpe que a direção do PSTU teima em desconhecer. O “Manifesto” propõe integrar-se à luta contra o golpe institucional, sem apoiar o governo passado ou a pretendida volta programaticamente recauchutada da senhora Dilma Rousseff e do PT. Em relação à política oficial do PSTU, se trata de uma metamorfose da água em vinho, de indiscutível repercussão política, devido à qualidade e quantidade da organização em formação.

O tenso momento político que vive o Brasil acresce a importância da presente ruptura e da reorientação de ação política proposta. Porém, cremos que o significado da presente separação transcende e supera essa importante reorientação da política conjuntural. O significado político do presente quebrar de pratos ultrapassa quantitativa e qualitativamente as pequenas, médias e grandes rupturas conhecidas pelo PSTU, que passaram em geral despercebidos mesmo aos politicamente melhor informados. Separações que não alcançaram a construir grupos independentes e significativos.

O Geral e o Singular

Seguindo o método marxista, o grupo divergente supera a orientação geral seguida nos últimos 35 anos, no mínimo. E a partir da reelaboração da visão de totalidade do período histórico, reorganiza sua ação no singular. Ou seja, dá meia volta, rompe com as fantasmagorias em que o PSTU-LIT subsiste, e procura abraçar o curso da vida real. Um processo certamente determinado pela pressão da realidade social sobre militância entregue à tarefa ingrata de avançar propostas inconsequentes e, não raro, antissociais, em espécie de associação do trabalho de Sísifo ao castigo de Prometeu.

Aquela contradição prática contribuiu para reelaboração teórica, concreta e progressiva, superando as percepções abstratas e regressivas do processo histórico geral e particular. O “Manifesto” inicia precisamente pela ruptura com a avaliação do PSTU-LIT sobre o período histórico atual, retomando questão velha de três décadas. “Acreditamos que as dificuldades enfrentadas pelos revolucionários neste início de século 21 encontram sua explicação mais profunda no impacto reacionário da restauração capitalista na URSS, leste europeu, sudeste asiático e Cuba.” A dissolução dos Estados operários degenerados, antes definida como avanço revolucionário, é agora compreendida, pelo grupo dissidente, como golpe histórico epocal no mundo do trabalho.

O avanço da revolução mundial ao fim da II Guerra encerrou-se com a vitória histórica do capital sobre o trabalho, em fins dos anos 1980. Esse tsunami contrarrevolucionário impulsionou a restauração política e econômica capitalista nos Estados operários burocratizados e a destruição de conquistas materiais e imateriais históricas dos trabalhadores no mundo. Ele produziu terríveis sequelas econômicas, sociais, políticas, ideológicas, etc. que hoje em processo de radicalização. Com o recuo da revolução, avançou a passos fortes a barbárie.

O “Manifesto” descreve esse processo sucintamente: “[...] a ofensiva política, econômica, social, militar e ideológica do imperialismo, os discursos sobre ´o fim da história´ e a adaptação da esquerda reformista à ordem burguesa” pesaram fortemente sobre o “movimento de massas” mundial. Em consequência, o mundo do trabalho “retrocedeu” na “consciência e organização”. Instalava-se, assim, o que já foi definido como “crise subjetiva” da classe trabalhadora. Isto é, a descrença em seu programa para a solução da crise patológica do capitalismo em sua fase senil.

Nada Será Como Antes

Com tal caracterização, cruza-se o Rubicon, em relação à avaliação que ordenou a prática do PSTU-LIT nas últimas décadas. Quando daqueles sucessos, aquela direção saudara a dissolução dos Estados operários - e segue saudando - como avanço da revolução mundial. Propusera restauração capitalista, comandada pela burocracia socialista, antes de fins de 1980, e apresentara a dissolução dos Estados operários como mero abatimento das direções estalinistas pelos trabalhadores. Aplaudira a hecatombe do que restava de mais de setenta anos de conquistas operárias como parte da “revolução política” proposta por León Trotsky, na qual o proletariado recuperariam a gestão político-econômica dos estados operários que lhe fora expropriada.

Boa parte do trotskismo mundial, junto com o PSTU-LIT, avaliou positivamente aquela hecatombe histórica, que comprometia o próprio destino da humanidade, rompendo com a visão de León Trotsky da necessária defesa incondicional da URSS, mesmo sob o controle político burocrático. Nos seus últimos meses de vida, o revolucionário russo polemizou com facção da pequena IV Internacional que propunha o abandono da defesa da URSS, definida como espécie de sociedade capitalista. Apresentada Em defesa do marxismo, a defesa de León Trotsky da URSS constitui exposição paradigmática do método marxista.

Foi enorme o desvio de conduta política ensejado por avaliação positiva arbitrária da vitória da contrarevolução mundial. Nos anos seguintes à queda do muro de Berlim, a direção morenista - como tantas outras tendências trotskistas - seguiu apresentando como avanço da revolução vitórias continuadas da contrarevolução imperialista. Proclamavam-se tempos revolucionários, enquanto o mundo do trabalho recuava, duramente golpeado e desorientado. Rompia-se com o marxismo revolucionário e com a realidade objetiva.

Quarenta anos de refluxo

Essa reavaliação essencial, expressa pelo “Manifesto”, nasceu certamente de rico debate no seio do PSTU, do qual, lamentavelmente, não temos informação. Entretanto, chamam a atenção dois artigos germinais de Ênio Bucchioni, publicados, em fins de 2015, no Blog Convergência, do PSTU, então sob direção de Valério Arcary. Avaliação política que recebeu, semanas mais tarde, resposta rabugenta por parte de Martín Hernandez, dirigente do PSTU-LIT, no mesmo veículo, como veremos a seguir.

No primeiro artigo, “1975 versus 2015: Vietnã, última expropriação sobre a burguesia”, Ênio Bucchioni, matemático, fundador da Liga Operária, há anos fora do PSTU, apresenta sinteticamente a restauração capitalista nos Estados operários como colossal drama histórico, descrevendo as longas décadas de refluxo da revolução, do nível de organização, do estágio de consciência dos trabalhadores, etc. Lembra que, hoje, apenas aqueles que possuem em torno de 60 anos presenciaram, em forma plenamente consciente, uma vitória da revolução socialista. A última teria sido no Vietnã, em 1975.

No segundo artigo, “1975 versus 2015: A consciência anos após o fim dos Estados Operários”, Bucchioni traça valioso painel sobre a instauração da proposta “crise de subjetividade do proletariado”. Para tal, serve-se da sua experiência - e de sua geração - para exemplificar sua proposta. Lembra a rapidez do crescimento da minúscula Liga Operária - dez militantes ao todo - fundado à sombra do PST de Nahuel Moreno. Em 1978, sob o nome de Convergência Socialista, em período de ditadura militar, ela literalmente explodiu no Brasil, conquistando quase seiscentos militantes! Naquele então, o Brasil tinha menos oitenta milhões de habitante do que hoje. Ou seja, os seiscentos de então valem mil hoje!

Um “cresciento espantoso” que não se restringiu ao Brasil e ao morenismo, mas alcançou as “várias nuances do trotskismo”, assinala Bucchioni. Sobretudo, lembra que, caso a progressão da Liga Operária, entre 1975 e 1978, se mantivesse, o PSTU teria, em 2015, mais de 160 mil militantes! Para um país de 200 milhões, nenhuma extravagância. Propõe que a liliputização da esquerda revolucionária que se seguiu, no Brasil e no mundo, foi devido à vitória mundial da contra-revolução. “Para as massas no mundo inteiro, para a quase totalidade dos ativistas, o fim dos Estados Operários cravou em suas consciências que o socialismo morrera.” As “massas” não mais reivindicaram o socialismo.

Para Bucchioni, tamanha foi a regressão que, em muitos países, como o Brasil, sequer a consciência classista impera hoje o mundo do trabalho. No nosso país, nesse cenário crescentemente árido, mesmo no seio da vanguarda política, passou a dominar a luta pelas reivindicações democráticas e das minorias, no seio da ordem capitalista. O parlamentarismo consolidou-se como programa e prática, com destaque para os segmentos dominantes do PSOL - alguns deles morenistas. A dura avaliação conclui-se com a lembrança de que, nos últimos anos, esse cenário conhece indiscutível reação das classes trabalhadoras, ainda que eminentemente defensiva. Luta defensiva definida como o passo possível para eventual e necessária “contraofensiva”.

Uma Resposta Azeda

Semanas mais tarde, Martin Hernandez, argentino, dirigente da LIT, radicado no Brasil desde 1979, respondeu, em forma azeda, aos artigos de Bucchioni. Partiu impugnando a proposta de que a restauração capitalista no Leste europeu determinara “uma nova ´época´.” Para ele, apenas os “exageros” e a “falta de seriedade” de seu ex-camarada na Convergência e no PSTU permitiriam propor que, antes de 1989, viveram-se tempos nos quais o “fim do capitalismo e do imperialismo estava próximo”. Apoiado em sua vivência na Argentina e nos Estados Unidos, propõe que, antes da grande maré contra-revolucionária, a consciência da vanguarda e das massas organizadas não seria tão avançada como defendido por Bucchioni.

O proposto crescimento “espantoso” do trotskismo, no mundo e sobretudo no Brasil, seria um exagero. Segundo Hernandez, em 1968, após 25 anos de existência, o morenismo teria apenas duzentos militantes na Argentina, trinta no Peru, trinta na França e nenhum em Portugal. Reconhece como exceções relativas, após aquela data, a Espanha, a Inglaterra, a França e o Brasil, onde o trotskismo teria vivido apenas um “desenvolvimento importante”. Propõe que, em fins de 1978, a Convergência Socialista reunia 800 militantes, que se reduziram a trezentos, no ano seguinte, devido a uma grande ruptura. Não se refere à militância da OSI lambertista [LiBeLu] e da DS mandelista, que também cresceram, na mesma época, exponencialmente! Fora diversas outras pequenas organizações trotskistas.

Para Hernandez, no Brasil e no mundo, o déficit de crescimento revolucionário deveria-se à hegemonia stalinista e não à maré contrarrevolucionária. Ao estabelecer pacto contrarrevolucionário com o imperialismo, o stalinismo transformou-se na maior barreira para a revolução. A única “possibilidade de acabar com o capitalismo” seria através da derrota “internacional” do stalinismo. Hernandez propõe que a restauração capitalista se impôs nos Estados operários, entre 1960 e 1985, portanto, antes da dissolução da URSS e dos Estados operários. Porém, aquele processo não teria determinado “retrocesso da luta de classes” e de “consciência” ou “fortalecimento do imperialismo”. Ao contrário, teria ensejado “revolução em séria, como nunca se havia visto na história”, responsável pelo arrasamento dos “regimes burgueses [sic], ditatoriais, dos partidos comunistas”.

Regimes fascistas

Em síntese, a restauração capitalista deu-se antes da dissolução da URSS e dos Estados operários, que foi promovida pela mobilização dos trabalhadores e populares sublevados! Movimento revolucionário que iniciara “uma nova etapa da luta de classes”, ao arrasar os “regimes fascistas ou semifascistas” dos Estados operários. Com esse “fato colossal da luta de classes”, entrávamos em uma nova era. O stalinismo fora finalmente vencido! Mesmo que, para isso, tivesse sido necessário atirar, do 15º andar, a criança com a água suja! Em outras palavras, se Paris valia uma missa, o fim do stalinismo valeria o arrasamento total dos Estados operários!

No mesmo trote-galope, Hernandez recrimina Bucchioni por sentir saudades daqueles tempos, “dos milhares de trabalhadores e jovens que desfilavam com as bandeiras vermelhas do PC” chileno. E quem não sente saudade funda e dolorosa daqueles camaradas, parte do que de melhor foi produzido pela luta de classes em nosso continente. Tantos deles enfrentaram galhardamente o destino com o sonho do socialismo no coração e a carteirinha de militante do PC chileno no bolso.

O dirigente do PSTU conclui seu texto em forma patética. Celebra como conquista magnífica a possibilidade de ter realizado seu “velho sonho, de visitar a Rússia, a Polônia e a Ucrânia” sem ser ameaçado pela repressão stalinista! Uma viagem turística cara, muito cara, já que produzida, não pela revolução, mas pela contrarrevolução, através da privatização de centenas de milhares de fábricas, fazendas, oficinas, negócios, escolas, etc. Um passeio que se deu sob as costas de dezenas de milhões de homens e mulheres mergulhados na pobreza, na miséria, na doença, na morte.

As Raízes dos Erros

A destruição dos Estados operários, sob os golpes e a pressão do capital mundial, foi drama que coloca sob sursis o próprio destino da humanidade. A defesa desse processo por organizações que se propõem socialistas coloca problema candente. As direções revolucionárias erram, e como erram, mesmo se esforçando para acertar. Erram por falta de experiência, de formação política, por escassas raízes com o mundo do trabalho. Porém, ao verem suas políticas esfaceladas pela prática - o grande critério da verdade - esforçam-se para corrigir os erros, enquanto ainda é tempo.

Os erros políticos consolidados e de grande dimensão são de outra natureza. Mais comumente, eles nascem das fortíssimas pressões advindas das elites operárias, das classes médias, dos segmentos dominantes. E esses erros, de resultados terríveis para a ação revolucionária, podem resultar eventualmente em dividendos positivos, transitórios ou permanentes, para núcleos de militantes, não raro encrustados nos aparatos organizacionais. É bom lembrar que a social-democracia já foi a vanguarda revolucionária do poderoso movimento operário europeu.

O monumental erro de avaliação, por mais de três décadas, sobre a destruição dos Estados operários, não se explica certamente apenas por insuficiências metodológicas ou empíricas. As sequelas sociais daquele processo foram de dimensão suficiente para por fim a quaisquer dúvidas. Uma avaliação tão excêntrica e de tão longa duração expressou certamente desvios de classe, com destaque para as concessões ao democratismo e ao formalismo pequeno-burguês, fortalecidos no contexto contrarrevolucionário dominante. E essa abnormidade interpretativa teve consequências gravíssimas não apenas quanto à educação da militância. Ela transformou-se em apoio indiscutível à contrarrevolução.

Nas últimas décadas, o apoio à restauração capitalista dos Estados operários degenerados espraiou-se para outros domínios da luta nacional e de classe. Através do mundo, direções trotskistas saudaram os fedayins de Osama Bin Laden como paladinos da liberdade, mesmo quando degolavam comunistas afegãos. Replicaram os sinos enquanto a Iugoslávia e a Sérvia eram demolidas pelos bombardeiros da OTAN, pois significava o fim dos herdeiros de Tito. O arrasamento do Iraque e da Líbia valiam a queda de Saddam e Kadafi. Agora, apoia-se o esfacelamento da Síria, pelo imperialismo e pela Arábia Saudita, já que Assad não é um presidente democrático.

Também a destruição desses Estados foi saudada como ação progressiva empreendida por facções revolucionárias, tão fantasmagóricas como as que teriam derrubado as direções stalinistas nos Estados operários. Todas lutavam contra burocracias ou ditadores. Facções revolucionárias que sequer necessitaram se dissolver no ar, pois jamais se solidificaram no mundo real, a não ser como fantasias criadas para justificar indiscutível apoio à ação imperialista. Porém, a necessária defesa das nações agredidas, diante das nações imperialistas agressoras, foi política definida no 2º Congresso da Internacional Comunista.

Romper com o propagandismo

O “Manifesto pela construção de uma nova organização socialista revolucionária no Brasil” propõe a urgência de romper com o autismo propagandista que se limita a agitar intransigente o programa máximo revolucionário, à espera que seja abraçado pelos trabalhadores, que não raro sequer compreendem o que se propõe. Com os pés no chão, reconhece a fragilidade do mundo do trabalho no Brasil e, portanto, a necessidade de intervenção em suas lutas, reivindicações e necessidades do dia a dia, na perspectiva da construção permanente de ruptura cabal com o capitalismo.

Reivindica o modelo de organização leninista, no mais estreito respeito da democracia e disciplina; a centralidade revolucionária do operariado; os quatro primeiros congressos da Internacional Comunista; o Programa de Transição. Define-se como “pequeno ramo do marxismo revolucionário mundial” e avança a necessidade da luta pela reconstrução da IV Internacional. Rejeita o cretinismo parlamentar e a “transformação dos deputados, senadores e prefeitos em figuras todo-poderosas, que só devem satisfação a si mesmo”, que caracterizou a decomposição do PT e hoje já habitual no PSOL.

A reivindicação da “herança do trotskismo latino-americano, que teve em Nahuel Moreno seu principal dirigente e organizador” tem sido vista como motivo de possível redução da área de influência, caso essa proposta constitua eixo constitutivo central da nova organização. Porém, pode-se também ver nas novas propostas tendência ao rompimento com as práticas e propostas morenistas. A proposta da organização de se manter na LIT, como “seção simpatizante” tem também surpreendido. Entretanto, devido ao porte da nova organização e a possibilidade que conheça rápido crescimento - não há na esquerda brasileira organização marxista revolucionária não sectária -, uma participação na LIT teria efeito benéfico. Espraiaria os avanços alcançados às organizações não brasileiras daquele tendência internacional.

Contro o Golpe, Contra Dilma

O “Manifesto” abraça tese comum a muitos grupos revolucionários. A derrubada do governo da senhora Dilma Rousseff seria progressivo apenas se fosse realizada pelos trabalhadores. Nesse sentido, aponta igualmente o PT, Lula e Dilma como os grandes responsáveis políticos, na esquerda, pela atual tragédia da classe trabalhadora. Foram eles que abriram caminho para Temer e Meirelles. Propõe o combate intransigente ao golpe institucional, sem qualquer apoiar ao “volta Dilma”, mesmo sob a proposta de política neoliberal mais adocicada.

Defende a construção de um “terceiro campo” ou “frente de luta” com “todos os setores” que estiverem “na oposição de esquerda ao governo”. “Propomos ao PSTU, ao PSOL, ao PCB, às organizações políticas que não possuem legalidade e aos movimentos sociais a construção de uma Frente de Esquerda e Socialista, com um programa de ruptura com os planos de ajustes que são aplicados por todos os governos e prefeituras.” Proposta avançada periodicamente nos períodos eleitorais que não se mantém além do pleito. Cremos que, sobretudo devido ao fato de que, no interior de algumas das organizações assinaladas, haja projetos no geral divergentes com os objetivos da construção de aliança tendencialmente anticapitalista. Entretanto, um tal projeto pode, indiscutivelmente, assegurar reagrupamento no relativo ao programa e à ação jamais realizada nos últimos tempos no Brasil.

Devido ao seu caráter, a ruptura de 5 de agosto pode ter uma influência benéfica sobre a esquerda classista e trotskista brasileira internacional. Ainda que nasça, como proposto no “Manifesto”, em uma era singularmente árida para a revolução e para o mondo do trabalho. Porém, trata-se, definitivamente, de uma forte lufada de ar fresco, em atmosfera em contínua degradação, não apenas no nosso cada vez mais triste país e continente. Indiscutivelmente expressa, por caminhos tortuosos, o esforço dos trabalhadores para construir seu porvir. Que cumpra os objetivos a que se propõe!


Biografía de Mário Maestri

62, brasileiro e italiano, nasceu em Porto Alegre, RS. Estudante, participou da resistência à ditadura [1964-85], refugiando-se no Chile [1971-73], prosseguindo seus estudos e militância. Após o 11 de setembro, refugiou-se na Bélgica [1974-77], graduando-se e pós-graduando-se em História, na UCL. De volta ao Brasil, integrando-se à luta contra a ditadura militar e pelo socialismo. Participou da fundação do PT e, mais tarde, do PSOL.

Hoje, é comunista sem partido. Trabalhou em instituições de ensino superior, no RJ e RS. Em 1984-6, foi correspondente internacional em Milão, de diário rio-grandense.


Estudou e publicou sobretudo sobre a história da escravidão colonial e da imigração camponesa. Atualmente, estuda a formação dos Estados da bacia do Prata e a Guerra do Paraguai. E-mail: maestri@via-rs

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Manifesto pela construção de uma nova organização socialista e revolucionária no Brasil
O presente manifesto é assinado por algumas centenas de companheiras e companheiros que no passado fizeram uma aposta militante no PSTU. Temos orgulho de ter dedicado o melhor de nossas forças para essa organização, mas hoje vimos a público comunicar que esta experiência chegou ao fim e que decidimos trilhar um novo caminho. Pertencemos a diferentes gerações, somos veteranos e jovens, mulheres e negros, LGBT's, professores e indígenas, operários industriais e da construção civil, petroleiros e estudantes, ativistas e dirigentes sindicais que constroem a CSP-Conlutas, trabalhadores da saúde e do transporte, desempregados e intelectuais, funcionários públicos e terceirizados.
Há cerca de oito meses, começamos uma batalha por nossas ideias dentro da LIT (Liga Internacional dos Trabalhadores) e sua seção brasileira, o PSTU. Por meio deste manifesto, queremos expressar nossas posições e as conclusões a que chegamos ao longo desse debate.
O que pensamos?
Acreditamos que as dificuldades enfrentadas pelos revolucionários neste início de século 21 encontram sua explicação mais profunda no impacto reacionário da restauração capitalista na URSS, leste europeu, sudeste asiático e Cuba. A ofensiva política, econômica, social, militar e ideológica do imperialismo, os discursos sobre “o fim da história” e a adaptação da esquerda reformista à ordem burguesa não passaram sem consequências. O movimento de massas retrocedeu em sua consciência e organização. E os revolucionários sofreram os efeitos desses anos de confusão e crise.
Mas a história não acabou. A crise econômica mundial de 2007-2008 abriu uma nova situação internacional marcada pela instabilidade e pela polarização política, social e militar. Nesse marco, surgiram fenômenos altamente contraditórios, como a Primavera Árabe, a crise econômica europeia, o conflito militar na Ucrânia, os indignados da Espanha, a ascensão de partidos neo-reformistas como Syriza e Podemos, a crise dos refugiados na Europa, o fortalecimento da direita em várias partes do mundo, as manifestações na Grécia, as lutas antiproibicionistas e pelo direito à cidade encabeçadas pela juventude, o declínio dos governos de colaboração de classes na América Latina, o avanço do fundamentalismo islâmico e cristão, o ascenso da luta antirracista, feminista e antilgbtfóbica no mundo inteiro, as jornadas de Junho de 2013 no Brasil, a guerra civil na Síria, a crise do euro e da União Europeia, o atual ascenso francês e tantos outros.
Assim, a nova situação mundial abre importantes perspectivas aos socialistas. Mas é preciso saber atuar. Acreditamos que a postura dos revolucionários diante da reorganização da esquerda deve ser firme, porém, paciente. Porque o caminho da autoproclamação nos condenaria à marginalidade. Porque sabemos que o isolamento, a condição de minoria e a luta contra vento e maré durante tantas décadas deixaram em todos nós cicatrizes, reflexos sectários que devemos ter a coragem de superar.
Pensamos que a simples apresentação de um programa revolucionário não é o bastante para construir uma organização marxista. O decisivo é que esse programa seja ouvido, que lutemos por ele em cada espaço, que ele seja compreendido e aceito pelas massas e sua vanguarda. Não superaremos a marginalidade com um programa ultraesquerdista, que os trabalhadores não estão dispostos a abraçar, ou que, às vezes, nem sequer compreendem.
No terreno da política nacional, por sua vez, as diferenças não foram menores. Há mais de um ano vínhamos afirmando que era preciso enfrentar, com centralidade, a política de ajuste fiscal do governo Dilma, mas combater também a oposição burguesa que queria derrubá-la apoiando-se em mobilizações reacionárias. Para esta luta, acreditávamos que era necessário construir a mais ampla unidade de ação com todos os setores que estivessem na oposição de esquerda ao governo e, se possível, dar a esta unidade uma forma organizativa: uma frente de luta ou terceiro campo alternativo ao governo e à oposição de direita.
Depois que a maioria da burguesia se unificou em torno à proposta de impeachment, a partir de fevereiro de 2016, defendemos internamente que era vital lutar contra esta manobra parlamentar, sem que isso significasse, evidentemente, prestar qualquer apoio político a Dilma. Porque avaliávamos que a derrubada do governo do PT só teria um sentido progressivo se realizada pelas mãos da própria classe trabalhadora, por meio de suas próprias organizações. Ao contrário, se liderada pela oposição de direita, a derrubada de Dilma seria uma saída reacionária para a crise política; deseducaria os trabalhadores em sua tarefa de autoemancipação. A segunda hipótese foi exatamente a que ocorreu.
Debatemos estas e outras diferenças lealmente durante quase um ano. Não obstante, foi atingido um ponto de saturação. Quando as diferenças se fazem insolúveis, quando a possibilidade de síntese se esgota, quando as discussões se tornam intermináveis e as polêmicas improdutivas, o perigo da desagregação passa a ser maior que tudo. Chegamos à conclusão que o prosseguimento do combate ameaçava com uma ruptura abrupta e desorganizada. Para preservar o maior patrimônio de qualquer organização, seus militantes, optamos por encerrar a luta e oferecer uma saída organizada para a crise. Deixamos o PSTU.
Reconhecemos o PSTU como uma organização revolucionária. Não pensamos que é menos revolucionário agora do que antes. Mas às vezes é impossível aos revolucionários pertencer a uma mesma organização. Apostamos na possibilidade de uma separação amigável, e portanto exemplar, muito diferente das rupturas explosivas e destrutivas que o passado tanto viu. Mantemo-nos, por isso, nos marcos da Liga Internacional dos Trabalhadores, na qualidade de seção simpatizante.
O que queremos?
Ao mesmo tempo em que nos desligamos do PSTU, reafirmamos nossa disposição em continuar a luta pela revolução socialista em uma nova organização nacional. Reconhecemos a ação consciente e organizada como a mais eficaz. Sobre a base do marxismo, da teoria leninista de organização e de toda a experiência histórica do movimento operário e socialista mundial, queremos construir algo novo. Admitimos sem soberba, com sincera humildade e respeito, que não somos os únicos revolucionários no Brasil ou no mundo.
Somos um pequeno ramo da grande árvore do marxismo revolucionário mundial. Reivindicamos as resoluções dos quatro primeiros congressos da III Internacional; defendemos a teoria da revolução permanente e o Programa de Transição de Leon Trotski; nos colocamos a serviço da reconstrução da IV Internacional; abraçamos a herança do trotskismo latino-americano que teve em Nahuel Moreno seu principal dirigente e organizador; defendemos um marxismo ao mesmo tempo rigoroso na utilização dos conceitos e aberto na interpretação dos novos fenômenos; acreditamos que os socialistas devem estar na primeira fileira do combate ao machismo, à lgbtfobia e ao racismo, principalmente num país que traz na sua história a triste marca de quatro séculos de escravidão e que é um dos que mais mata mulheres e LGBT's no mundo; vemos a revolução socialista, em primeiro lugar, como processo de autoemancipação dos trabalhadores, com a classe operária à sua frente; entendemos que o revolucionário é, em primeiro lugar, um rebelde, e por isso o regime interno de uma organização marxista deve se caracterizar tanto pela disciplina na ação, quanto pela ampla liberdade de discussão, e que esses dois aspectos não são contraditórios, mas sim complementares e inseparáveis.
Rejeitamos qualquer tentativa de reeditar, trinta anos depois, a experiência reformista do PT, como faz hoje a direção majoritária do PSOL. A redução da luta de classes à luta parlamentar, as alianças com os setores supostamente progressivos da burguesia nacional, a transformação dos deputados, senadores e prefeitos em figuras todo-poderosas, que só devem satisfações a si mesmos – tudo isso já foi feito. E fracassou. Não trilharemos este caminho.
Sabemos que a degeneração política do PT e a corrupção de seu aparelho alimentam uma saudável desconfiança entre os lutadores jovens que não querem ser manipulados como a vanguarda da geração anterior. Aos milhares, os ativistas se perguntam como controlar suas próprias organizações. E têm razão! Porque o tempo da ingenuidade e da credulidade nos líderes precisa ficar para trás. Queremos uma organização em que não haja lugar para os arrivistas, os oportunistas, para aqueles que querem obter vantagens e benefícios pessoais. Queremos entre nós os despojados de pretensão, os desapegados de ambição, os desprendidos de vaidade.
A luta é aqui e agora
O maior desafio de nossas vidas, o sentido de nossa militância, é a realização e o triunfo da revolução socialista brasileira. A classe trabalhadora e o povo oprimido devem se elevar à altura do combate que a história convoca. Treze anos de governos do PT demonstraram de forma irrefutável que a estratégia de regulação do capitalismo através de minúsculas reformas social-liberais conduziu o país a um verdadeiro desastre. A direção do PT é a primeira responsável pela tragédia que se abate hoje sobre a classe trabalhadora brasileira. Lula e Dilma traíram o sonho dos trabalhadores, enterraram-se a si próprios e abriram o caminho para Michel Temer e Henrique Meirelles. A verdadeira libertação dos explorados e oprimidos passa, portanto, pelo combate à conciliação de classes promovida pelo PT e pela retomada de uma estratégia de ruptura revolucionária da ordem.
A crise e posterior falência estratégica do PT, tão evidentemente demonstrada nas jornadas de Junho de 2013 e no episódio do impeachment, colocam para a esquerda marxista brasileira o dilema de sua própria crise, de sua própria marginalidade, de sua própria fragmentação. Os calendários eleitoral e sindical não comportam mais as lutas que vêm ocorrendo. É preciso uma saída estratégica. É nesse sentido que precisam trabalhar os marxistas revolucionários.
Mas as lutas dos explorados e oprimidos não podem esperar. Elas estão ocorrendo aqui e agora. Para que elas sejam vitoriosas, precisam ser cercadas da mais profunda solidariedade, em torno a elas deve ser construída a mais ampla unidade.
Essa unidade na ação prática, na luta comum, passa hoje, em nossa opinião, pela bandeira do Fora Temer, quer dizer, a luta contra o governo de plantão e suas medidas. Sem a unidade dos movimentos sociais combativos em torno a essa tarefa decisiva, corremos dois perigos. O primeiro é que o impulso de todos esses enfrentamentos parciais se disperse, pela ausência de uma estratégia geral comum. O segundo é que os combates específicos sejam apropriados pela direção do PT em seu projeto de voltar ao poder com uma nova candidatura Lula. Ou seja, a velha chantagem do mal menor. A maior tarefa da esquerda anticapitalista, portanto, é abrir o caminho para outra saída política. E ela pode ser construída desde já. Nenhum dos partidos e organizações da esquerda combativa pode hoje, por si só, oferecer esta saída.
Para ser efetiva, essa saída precisa ser construída de fato por todas as correntes e organizações combativas do movimento social, por todos que desejam sinceramente conformar esse terceiro campo alternativo da classe trabalhadora.
Defendemos a unidade deste terceiro campo também nas eleições municipais de 2016. Propomos ao PSTU, ao PSOL, ao PCB, às organizações políticas que não possuem legalidade e aos movimentos sociais a construção de uma Frente de Esquerda e Socialista, com um programa de ruptura com os planos de ajustes que são aplicados por todos os governos e prefeituras. Nos colocamos desde já a serviço dessas grandiosas tarefas.
Queremos, enfim, construir uma organização que resgate a grandeza e a integridade do projeto socialista; uma organização que seja digna da memória daqueles que vieram antes de nós e entregaram suas vidas na luta pela igualdade social; uma esquerda revolucionária não-dogmática, que não se acomode nas poltronas de couro dos gabinetes parlamentares, mas que combata também o corporativismo e o burocratismo dos sindicatos, que priorize a luta direta das massas, que dialogue com a ampla camada de ativistas surgida no último período, que seja capaz de influenciar verdadeiramente os rumos da luta de classes no país, de inspirar confiança e esperança novamente.
O desafio é gigantesco, mas temos confiança que podemos, como dizia o velho poeta Maiakovski, “arrancar alegria ao futuro”. É chegada a hora de ousar. Mais do que nunca, é preciso lutar, é possível vencer.
Os assinantes do presente manifesto convidam também a todas e todos para o ato nacional de lançamento da nova organização, que ocorrerá no dia 23 de julho, sábado, na cidade de São Paulo. Horário e local a confirmar.
Viva a luta dos explorados e oprimidos do mundo inteiro!
Viva a revolução! Viva o socialismo!
Veja a Declaração da Direção Nacional do PSTU no site da LIT: http://goo.gl/vBN0Is
Assinam o Manifesto pela construção de uma nova organização socialista e revolucionária no Brasil:
Rio Grande do Norte
Amanda Gurgel
Andreza Kaylyny
Artur Emiliano da Cruz Gomes
Emy Magalhães Felipe Nunes
Geni Laís (Luci)
Gabriela Oliveira Gustavo Sixel
Lucas Alvergas
Juary Chagas Juliana Augusto Luana Soares
Vittor Gois
Maurício Moreira
Vitor Hugo
São Paulo

Aldo Cordeiro Sauda
Alessandra Fahl Cordeiro
Alex Henrique
Alexandre Fusco
Alex Raval Aline Klein
Amanda Souza
Amanda Menconi Ana Carolina Morais
Ana Lucia Marchiori
Ana Clara Toni Ana Lara Pereira André Azem
Antonio Francisco Ferreira (Ferreirinha)
André Foca André Ramiro Andresa Santos Antonio Junior
Be Mosken
Antonio Pereira Arielli Tavares Arthur Valente Beatriz Benetti
Bruna Alem Santinho
Beatriz Linzmayer Bento Damaceno Bernardo Boris Beth Lima Bruna Quinsan
Caio N. Abreu
Bruno Alves Bruno Siqueira Cadu Dall'agata Caetano Caio Dias Garrido Camila Ferreira
Cathiene Domingos
Camila Lisboa Carla Pradini Carlos Daniel “CD” Toni Carol Coltro Carolina Freitas César Augusto
Dayana Teixeira
Chantal Liegeois Cíntia Senhora Cláudia Souza Daiane de Fátima Curi Daniel Danilo Zanelato Diego Vilanova
Eliana Nunes
Doni Silva Edgar Fogaça Edgar Passos Edson Silvério Eduardo Casteluci Eduardo Loeck Elber Almeida Eli Moraes
Fabiana Salander Amaral
Eliana Penha Elisângela Rodrigues Ernesto Roberto Korda Evelyn Everaldo Becker Everton Bertucchi Fabiana de Abreu
Fernando Esteves
Fábio Lopes Fabio Masselani Fabio Resende Fabio Torres Fabiola Calefi Fátima Fernandes Fátima Guimarães Fausto
Gilberto Souza
Filipe Augusto Flávio Stonewall Francisco Noronha de Oliveira Fransergio Noronha Friza Gabriel Casoni Genilda Souza Genivânia
Guilherme Pupo
Gisele Falcari Gisele Peres Gisele Rosa Giulia Castro Glauber Girotto Gláucia Ferreira Gleice Barros Guarulhos Guirá Borba
Iracema Santos
Gustavo Linzmayer Gustavo Viana Helena Duarte Marques Hélio Konishi Henrique Canary Henrique Iglecio Hosana Silva Iara Larissa de Deus Dantas
João Daniel
Isabel Fuchs Isolda James de Paula Janaína Oliveira Jaqueline Quadros Jean Dias Jefferson Dias Jéssica Augusti Jessica Marques Jéssica Milaré
Joziel Santos
João Gabriel Tury Joao Pedro Buzalski João Ricardo Machado João Zafalão Joel Paradella Jorgiana Lozano José Perestrelo Josué Ribeiro Lima Joyce Camila
Lheô Shiroma
Jucinaldo Azevedo Juliana Donato Karina Lourenço Larissa Vasques Leandro Olímpio Leonardo Knijnik Leonardo Knijnik Letícia Alcântara Letícia Pinho LG Porfírio
Luisa Davola
Lígia Carrasco Lígia Lopes Gomes Lincoln Schwingel Lisa Costa Lívia Puglia Lourdes Quadros Lucas Almeida Lucas Brito Lucas Milanez Luciana Nogueira Luísa Daher
Marcos Vinícius Simões
Luiz Fernando Cassanho – Barba Luiz Tombini Luma Feboli Lurdinha Pavam Manuela Moraes Marcela Carbone Marcelo Calorio Marcio V Bottini Marco Aurélio Marco Lopes Mari Mendes Maria Alves
Matheus
Maria Aparecida Silva Maria Carolina Maria Lobato Maria Luiza Ferreira Maria Tereza Moro Mariana Caetano Mariana Medeiros Mariana Percia Mariana Soléo Marina Sassi Martha Piloto Mateus Fávero Maurício Félix
Ozzi - Stephano Azzi
Mauro da Silva Inácio Mauro Puerro Mayara Conti Michel Torres Miguel Minos Murilo Magalhães Natália Borges Natália Sierpinski Natalício Santos Nelson Novaes Noraldino de Castro Neto Ovídio B Vieira Pamela Cristina
Rafael Santos
Patricia Aun Patricia Lima de Oliveria Paula Nunes Paula Pascarelli Paulo Aguena “ Catatao” Paulo Bosso Pedrão - Pedro Cursio Pedro Augusto Nascimento de Almeida Pedro de Azevedo Pierre Fernandez Rafael Bedóia Rafael Emídio
Rita G Brarros
Raira Coppola Raiza Rocha Raphael Guedes Raquel Galino Raquel Reis Renan Renata Belzunces Renata Contesini Renatão - Renato Bento Luiz Renato Fernandes Renato Pavam Ribeiro de Azevedo Ricardo Ricardo Monteiro Richard Araújo
Stella
Rodolfo Soares Moimaz Rodrigo Corrêa Rodrigo Maluf Rodrigo Ricúpero Roger Reis Ronaldo Mota Rosa Araujo Rosemar Silva Rubens Sandra Esteves Shuellen Peixoto Silvia Ferraro Sirlene Maciel Solange cruz Sônia Conti Soraia Neves Susana Antunes
Venâncio Cesar Favero
Tales Machado Tamires Chorban Tati Ribeiro Tatiana Queiroz Thaís Zappala Thaize Chagas Thales Migliari Thiago Alves Thiago Leal Thiago Mahrenholz Thomaz Campacci Valdemir Cerqueira Valério Arcary Vanessa Madeira Vanessa Monteiro Vânia Helena Verena
Yuri Lueska
Victor Akira Victor Bicalho Victoria Ferraro Lima Silva Vilson Antonio Fiorentin Vinícius de Matos Vinicius Pereira Vinícius Zaparoli Vivian Alves Waldo Mermelstein
Xandy Araújo
Ceará
Adriana dos Santos
Aloísio Macedo
Ana Cecilia Alencar
Ana Angélica
Antonio Alves Pereira
Andreysson Silva Mariano
B. Santos
Artemis Martins Aruska Patricia
Cindy Brandão Silvério
Beth Freire Camila Chaves
Coulbert Antônio Fargnoli
Cláudio Ferreira do Nascimento Daniel Furtado
Euclides Agrela
Domingo Neto Emmily Amorim da Silva Erico Bernardo
Flavio Patricio
Evannia Benjamin Fabio José Queiroz Fernando Castelo Branco
Francisco Edneudo
Francisco Corredor Clesiberto Francisco de Assis Silva Araújo Francisco Ednilson de Freitas
Henrique Eduardo Barroso Moreira
Fred Bruno Gabriela Ruiz George Bezerra Germano Wicla Teixeira Gilberto Sales Herbert Saboia
Jane Mara Ximenes Sousa
Hildo Régis Iara Lopes Oliveira Isabel Cristina de Freitas lima Italo Coelho Alencar Jane Raysan Jarir Pereira
Lara Borges
José Antonio Bento José Antonio Ribas José Benone José Naldo José Pereira Sousa Sobrinho Jovania Portela Lucas Ribeiro
Marcel Lima Cunha
Lucélio Morais de Sousa Luís Cláudio Silva Luis Eduardo Luis Guilherme Luiz Fabrício Manoel Farias Manoela Freitas Lino
Nestor Bezerra
Marco Antonio da Silva Pereira Maria de Santana Costa Maria Helena Maria Rute Araujo Freitas Natalia Ayres Natalia Lídia Nericilda Rocha
Raimundo Rodrigues Dico da Cruz
Niagara Vieira Soares Cunha Nilziane Bezerra Ribeiro Ohana Alencar Pâmela Paulo Paula Farias Pedro de Aquino Pedro Renan Santos de Oliveira Rafael Raone
Zeuza Maria Freitas Lima
Ramó Alcantara Raquel Dias Renata Jatai Roberto da Paz Rute Thiago Celestino da Silva Thiago Chaves Sabino Valdir Alves Pereira Wildon Batista Silva A. Rodrigues
Zuleide Queiroz
Alessandro Reinaldo Augusto Nobre Edson Xavier Filipe Dantas Ítalo Aquino João Adolfo Bandeira Luana Villar Maria Almeida Petrônio Alencar
Roberta Rocha
Rio de Janeiro
Adriano Carmelo
Alexandre Vander Velden
Artur Peccin
Carol Birrer
Badauí Jorge Carol Burgos
Clara Saraiva
Cintia Teixeira Dharani Coppola
Fael Miranda
Diego Correia Diego Soares Elena Veríssimo
Gibran Jordão
Gabriel Ferreira Gabriel Vilaça Gilberto Mira – Gil
Katinha Ferreira
Igor Dantas Isabela Blanco Ivanilda Reis Julia Almeida
Michelle Capone
Leandro Santos Leonam Carvalho de Souza Marcia Paula Macedo Moara Souza
Renan Costa Paes
Natalia Conti Natália Russo Patrick Galba de Paula Rafael de Aquino Thomas Vidal
Adérson Bussinger Carvalho
Vicente Saraiva Daniel Tomazine Marcello Bernardo Thalles Leopoldo Alexandre Aguena
Nayara Assunção
Beto Della Santa Danielle Sampaio Diogo Oliveira Gustavo Fagundes Higson Coelho Natália Tuler
Andrey Bertolo
Rodrigo Noel Saint Clair Luiz do Nascimento Neto Samantha Souza Sonara Costa Viviane Ramos Palma
Tamiris Rizzo
Gizelya Morais Ione Carvalho Jean Michel Karolina Nycz Lucas Souza Mateus Ribeiro Miguel Frunzen
Tiago Amaro
Thais Brito
Valéria Docillio
Minas Gerais
Adnalva Alves
Agatha Rotelli
Alexandre Zambelli
Andressa Moreira
Bernardo Lima
Baiano Carine Martins
Daniel Wardil
Carla Alvim Davi Landau
Edson Salles
Denisia Aparecida Diego David
Geralda Maria
Efraim Moura Elida Filipe Raslan
Izabella Lourenço
Gloria Trogo Isabela Pennini John Anderson
Lucas Ferreira
Lirian da Consolação Livia Furtado Luiza Diniz Marcio Diogo
Nelson Junior
Maria Aparecida de Oliveira Maria da Conceição Matheus Almeida Pedro Valadares
Felipe Fonseca
Rayane Guedes Suely Maria Aline Vieira Ana Emilia Carvalho Arthur Duarte Felipe Valente
Tallia Sobral
Gustavo Campos Lorene Figueiredo Mariana Almeida Patricia Duarte
Patricia Mafra
Rio Grande do Sul
Adriele Albuquerque
Alexandre Wood
Ana Laura
Altemir Cozer André Simões
Chico da Silva
Artemi Fagundes Davi Dietrich
Felipe Pereira “Fefo”
Deborah Xavier Diego Braga Hilda Dobal
Matheus Gomes
Mara Souza Maria Helena Martina Gomes
Sarah Arnold
Morghana Benevenuto Pedro Oliveira Rodrigo Bocão
William Gonçalves
Tanisi Rocha Vinícius Lima William Boenavides
Douglas Alves
Geovanna Dutra “Gika”
Jeferson Cavalheiro
Pará
Abel Ribeiro
Alexandre Favacho
Altobelly Rosa
Andréa Neves
Amanda Ferreira Angela Azevedo
Danilo Costa
Ápio Dias Cleide Santos Emerson Monte
Gizelle Freitas
Érica Ferreira Fabrício Braga Glailson Santos
Luana Paranhos
Ítalo Laredo Josyanne Quemel Juliana Damasceno
Marlon George
Luiz Henrique Maria de Fátima de Aguiar Guilherme - Fafá
Rodrigo Gomes
Moacir Miranda Norma Affonso Paulo Braga Paulyane Ramos
William Mota
Rogério Freitas Socorro neves Sueny Moura
Tais Ranieri
Bahia
Abraão Penha
Ana Luísa Martins
Ana Paula Medeiros
Anderson Carvalho
Caroline Sales
Carlos Zacarias Dalton Francisco
Gabriela Mota
Elson Sampaio Felix Gil Daltro Gleide Davis
Jean Montezuma
Gustavo Mascarenhas Marques Henrique Saldanha Jeciné Nascimento
Marcos Vinicius Ribeiro
Joallan Rocha Josias Porto Lana Bleicher Maurício wiering
Roseli Afonso
Monique Carneiro Priscila Costa Rafael Guimarães Renata Mallet
Beatriz Fernandes
Vladimir Arce Wellington Gardin Zózina Almeida André Freire
Cristina Santos
Carlos Nascimento Elisa (Isa) Gonçalves Matheus Quadros Pedro Porfírio
Karen Oliveira
Danilo Santana
Davidson Luís Brito
Alagoas
Adriano Diamarante
Adrícia Bonfim
André Pedrosa
André Albuquerque André Praxedes
Davi Menezes
Beatriz Santos Brunna Moraes Delanisson Araujo
Elson Lima
Eduardo Santos Elisa Alves Ellen Morais Ewerton Souza
Gabriel Santos
Felipe Sales (Bata) Fernanda Macêdo Francisco Alberto Geice Silva
João Lima
Geysson Santos Gustavo Leão Hammel Phillipe Hitallo Viana Jaison Xanchão
Léo Bulhões
Júlia Farias Jully Ramos Keise Brito Laise Pereira Larissa Oliveira Luciane Araújo
Shirlya Lima
Paulo Bob Raffaela Gomes Reinaldo Luna Rhary Oliveira Rodrigo Cruz Saulo Theotônio
Yuri Lira
Tâmara Marie Vitória Santiago Whendell Magalhães
Wibsson Ribeiro
Pernambuco
Aldo Lima
André Brenner
André Oliveira
Bruna Bezerra
Everton Melo
Diogo Xavier Ewerton Cunha
Iris Rodrigues
Filipe Gondim Ismael Feitosa José Cosme
Pedro Viegas
Kaline Rebeca de Lemos Malaquias Nise Santos Rafael Baltar
Victor Soares
Raissa Bezerra Rebeca Gondim
Thiago Pereira Santos
Paraná
Gabriel Paiva
Márcia Farherr
Marcos Vinicius da Silva
Nicolas Pacheco Afonso Reno
Carla Cobalchini
Alisson Matins Bete Candido Débora Santos
Evandro Castagna
Eliane Graciano Elita Moraes Eric Gil Januza Borba
Letícia Faria
Jéssica Miranda José Carlos de Assis Karen Capelesso
Marília Lauther
Marcello Locatelli Marcos Vinicius Mariane de Siqueira Mateus Magalhães
Maurício Pedro
Paula Alvarenga Paulo Amaral Rodrigo Tomazini Bia João Jorge Ângelo Felipe Ponte
Tom Fuzetto
Laercio
Lorena
Brasília
Ademar Lourenço
Ana Maria Libório
Antonio de Castro (Toni)
Clara Martins
Edson Alexandre
Clarissa Araújo
José Gonçalves (Jacó)
Gabriel Otavio Jadson Lima
Luana da Costa (Negra Lua)
Karine Alfonseca Magno Pereira
Mychel Sousa
Marylia Alves
Mayara Castro
Maranhão
Ailton Penha (Magrão)
Ana Paula Martins
Bianca Diniz
Ana Raíssa Rodrigues Cássia Millene
Luiz Chaves Noleto
Gilvan Azevedo Jheny Maia Maria Dolores Silva
Regina Sheila Bordalo
Maria Rosane Torres Micael Carvalho Rielda Alves
Serginaldo Lima
Sergipe
Bergson Marinho
Cilene Santana
Erílio Bispo
Danilo Campos Michelle Félix
Valéria Lezziane
Raquel Sousa Toeta Victor Hugo Costa
Zeca Oliveira
Santa Catarina
Bruno Zabot Pacheco
Luiz Felipe Zimmermann
Matheus Silva
Nicollas de Souza Silva
Victor Wolfgang Kegel Amal “ Ambev”
Vitor Santos
Vitor Rollin Prudêncio “ Xuxa”
Amazonas
Rao Leminski
Williamis Vieira
Piauí
Gisvaldo Oliveira
Ramses Pinheiro
Renato Rodrigues
Goiás
Daniel Kraucher
Deyner Batista
Hemanuelle Jacob
Felipe Nicknig Herick Araújo
Pedro Henrique Martins
Amapá
Ailton “Mão”
Alinne Brito
Cynthia Diniz
Marcão
Paraíba
Janaína Bezerra
Marcelino Rodrigues
Espírito Santo
Janaína Agra