Aos Colegas do BB:
Reproduzo
este texto, inicialmente publicado por Ebenézer W. A. Nascimento, pelo simbolismo que traz a reação do colega aposentado José BEZERRA Rodrigues que
contém um traço há muito esquecido em nossa categoria. A capacidade de nos
levantarmos e reagirmos contra os desmandos de diretores de nossas entidades.
Destaco
de antemão a seguinte afirmação:
“Transformaram
nossa condição de associados, que é o mesmo que sócios, em meros assistidos.
Segundo o Aurélio, assistidos é o mesmo que socorridos. Socorridos coisa
nenhuma, nós somos os legítimos e verdadeiros donos da PREVI.”
(com
licença do Colega Ebenezer):
Prezados
colegas,
É
com imensa satisfação que registro a reação dos colegas aposentados de Salvador
(BA), ocorrida por ocasião do encontro para apresentação dos resultados-2013 da
PREVI.
No
início do evento, quando funcionária encarregada do “cerimonial” convidou o
diretor Sande a iniciar a apresentação, o nosso colega José Bezerra Rodrigues
interveio e pediu para ser ouvido por antecipação, e pediu para faze-lo no
microfone que, segundo fomos informados, seria interdito aos presentes.
Em
seguida, sem aguardar concordância do diretor René Sanda, subiu ao palco e, ao
microfone, fez o discurso que vai abaixo transcrito, um documento que todos
devemos ler com atenção e guardar, pois corresponde a tudo aquilo que todos
tínhamos vontade de expressar e não tivemos a oportunidade de fazê-lo.
Finalizado
o discurso, Bezerra anunciou que se retiraria, pois não se permitia ouvir uma
apresentação de dados “a posteriori”. Longamente aplaudido, retirou-se do
recinto tendo sido acompanhado por mais de 90% dos presentes. Permaneceram no
salão pouco mais de uma dúzia de colegas.
A
reação foi inusitada. E tenho certeza de que foi também inesperada pelos
representantes da PREVI – Sande e Marcel Barros – habituados que estão a falar
sem serem nem contestados.
Parabenizo
o colega Bezerra e congratulo-me com todos os que participaram da reação, que
se constituiu num exemplo a ser seguido.
Basta
de imposições da PREVI sem que haja reação. Basta de ouvir discursos que servem
apenas de cortina no grande palco das mistificações.
Cordialmente
Ebenézer W. A. Nascimento
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Discurso
proferido pelo colega José BEZERRA Rodrigues quando da abertura da reunião para
apresentação dos resultados2013 da PREVI, em Salvador (BA)
UM
MOMENTO, POR FAVOR, UMA QUESTÃO DE ORDEM
Meu
nome é José Bezerra Rodrigues – matrícula no BB – 5.320.820-X.
Do
alto dos meus 78 anos de idade, dos quais 20.836 dias, como sócio da PREVI e há
pouco tempo integrante do grupo “Meia Dúzia de Três ou Quatro”, guardando na
sua nomenclatura inicial, se tratar de coisa raquítica, mas que pode ser amanhã
um fiel da balança, quem sabe?
1
- São muitos os colegas, espalhados por este Brasil afora, que demonstram
inquietude e descontentamento pelo que vem ocorrendo com a nossa PREVI,
contando com a complacência e beneplácito dos dirigentes, tanto pelos
escolhidos do rei, quanto os nomeados por nós, através do voto, que não estão
sabendo honrar a outorga. Vejamos:
A)
Transformaram nossa condição de associados, que é o mesmo que sócios, em meros
assistidos. Segundo o Aurélio, assistidos é o mesmo que socorridos. Socorridos
coisa nenhuma, nós somos os legítimos e verdadeiros donos da PREVI.
B)
Em eventos como este, gostaríamos, isto sim, na qualidade de sócios, não apenas
engolir de goela abaixo, a apresentação de uma peça pronta e acabada, quase
sempre ricamente encadernada e cheia de gráficos bem elaborados, porém discutir
esses balanços, ainda na forma de rascunho, quando poderíamos questioná-los,
pedir esclarecimentos e apresentar sugestões, para posteriormente serem
fechados e publicados; será que agora não estamos fazendo apenas o papel de
inocentes úteis, permitindo que saiam por aí apregoando, para Deus e o mundo de
que os sócios da PREVI tomaram prévio conhecimento daquilo que poderíamos
qualificar como malfeito?;
C)
Permitiram, ao arrepio da lei, que uma simples resolução alterasse sua
legitimidade, dando uma de João Sem Braço;
D)
Esqueceram que os estatutos de uma sociedade, é uma lei orgânica que expressa
formalmente os princípios que remem a mesma, razão pela qual, não podendo, nem
mesmo o rei, macular esta assertiva. Corre a boca pequena, que o tal Teto de
Benefícios, pode ser elevado a patamar comprometedor e danoso as finanças do
nosso fundo de pensão, estendendo também estas benesses aos dirigentes da PREVI,
que podem se acovardar e fingir que estão com os olhos fechados, diante de
tamanha anomalia;
E)
Permitiram que conselheiros, que têm a função pura e tão somente de aconselhar,
referendassem, a mando de quem quer que seja, dispensa do pagamento de mensalidades,
tanto do chamado patrocinador, quanto do pessoal da ativa, uma vez que as
mesmas se destinariam à formação de um fundo de reserva para ser utilizado
quando das futuras aposentadorias, evitando assim subtrair dos recursos
suadamente pagos pelos colegas que o fizeram ao longo de muitos e muitos anos.
Quem executa um comando errado, se responsabiliza pelas conseqüências, tanto
civil, com criminalmente, correndo às suas expensas, os gastos com o processo.
Quem pariu Mateus que o embale.
2
– Temos bem presente de que esses desmandos se passaram diante dos nossos
olhos, sem que saíssemos da letargia, alimentando o saudosismo em pensar que o
compreensivo empregador de outrora, seja o mesmo ganancioso de agora; b) – Que
boa parte, se não a totalidade dos dirigentes da PREVI, escolhidos por nós
através do voto, se deixaram picar pela mosca azul do poder, preferindo se
ombrear com os escolhidos do rei, em detrimento dos legítimos e sadios
interesses de seus eleitores, sempre esbanjando boa fé. Eleições vêm aí, quando
poderemos corrigir falhas do passado e alterar fumos para o futuro.
3
– Já estão apregoando aos quatro cantos, de que quem decide as eleições da
PREVI, são os colegas da ativa, que quase sempre votam sob pressão, chegando
próximo a assédio moral, pois com renitência fica estampada na tela do
computador de trabalho de cada qual, a expressão “Você ainda não votou”.
Irritados, mas não subjugados, os pobres coitados dos funcionários, que até
para se verem livres da infernização, devem ter engrossado o caldo da coluna
dos 18 mil insatisfeitos da última eleição, que votaram em branco ou anularam o
voto. Não perdem por esperar, pois quem ainda está vivo, não está morto.
4
– Na oportunidade queremos agradecer à empresa que nos brindou com este
excelente desjejum, com quitutes tão deliciosos, que não temos por hábito
saboreá-los com frequência, mas deixando claro que fomos nós aqui presentes,
verdadeiros donos da PREVI, que patrocinamos o evento, encarregando os nossos
administradores de fazê-lo.
5
– Tudo isto considerado, me sinto no direito de meu ausentar do ambiente,
deixando os nossos administradores, inteiramente à vontade, para venderem o seu
peixe, da forma melhor que lhes aprouver.
Obrigado. Salvador (B), 19/03/2014.