terça-feira, 11 de março de 2014

O QUE @S BANCÁRI@S PRECISAM APRENDER OS GARIS DO RIO

Reproduzo o texto da colega Patrícia Vale do MNOB Movimento Nacional de Oposição Bancária, um chamamento a categoria bancária para que rompam as barreiras das  direções sindicais da CONTRAF CUT e se disponham a lutar e ousar seguindo o  exemplo dos garis do RJ.

Temos visto, nos últimos anos, a categoria bancária, apesar de sua força e história de luta, se entregar às barreiras que se apresentam: a intransigência do governo e dos banqueiros, o peleguismo da Contraf CUT e dos seus sindicatos aliados, o assédio moral nos locais de trabalho. Fazemos greve, mas cada vez mais frágeis, sem participação e democracia. Sofremos com o ataque aos nossos direitos, com as reestruturações, com as metas, com o assédio moral e a epidemia de doenças psíquicas que acometem a categoria. E não reagimos à altura!

Cansei de ouvir falas de colegas que desacreditaram da luta e da possibilidade de vitórias. Colegas que pensam ser impossível conquistarmos índices mais elevados que significam a reposição das perdas salariais que acumulamos. Colegas que passaram a não fazer greve, que optaram por saídas individuais, como “lutar” por uma comissão. Mesmo sabendo que esta escolha os manterá, para sempre, reféns do assédio moral e de toda a pressão que, mais cedo ou mais tarde, os adoecerá.

A todos estes colegas, peço que vejam a luta travada pelos garis do Rio e o seu desfecho. Como aqueles trabalhadores invisíveis e tantas vezes desqualificados por aquela maldita frase “não estudou, vai ser gari”, ensinaram tanto a todos nós! Fizeram greve durante a maior festa popular da cidade, o carnaval, e conquistaram o apoio da população. Expuseram as mazelas e contradições desta cidade, que se enfeita para os turistas, mas que trata tão mal os trabalhadores que a constroem e a mantêm com seu trabalho diário. Enfrentaram (sem medo de ser feliz!) a intransigência do prefeito Eduardo Paes e da direção da Comlurb, o sindicato pelego que estava contra a greve e a grande mídia, aliada do prefeito, que fez de tudo para desqualificar a greve. Lutaram e saíram vitoriosos!

Com o índice de 37% conquistado, o piso dos garis (R$ 1.100,00) passa hoje a ser maior que o piso de ingresso de um bancário que trabalha em portaria, contínuo ou servente (R$ 1.048,91) e bem próximo do piso de um escriturário ou caixa (R$ 1.503,32). Se considerarmos os 40% de insalubridade, o piso dos garis (R$ 1.540,00) supera os pisos de ingresso da categoria bancária.

Os garis, nas manifestações de rua, cantavam juntos: “Ooohhh, o gari acordooooou!”

Chegou a hora dos bancários, que trabalham no setor mais lucrativo do país, que acumulou nos últimos anos os maiores lucros da sua história, também acordarem!


Não há sindicato pelego, governo ou patrão capaz de segurar a categoria unida e organizada, disposta a lutar e vencer! Aprendemos isso com os garis!

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