sábado, 31 de agosto de 2013

Ministério Público pede condenação de bancos e Correios em R$ 6,4 bilhões

Ação trabalhista contra Correios, Banco Central, Caixa, BB, Bradesco, Itaú, Santander e HSBC se deve à suposta prática de terceirização ilícita de correspondentes bancários

O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com ação civil pública contra os Correios, Banco Central e os seis maiores bancos públicos e privados do País: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Santander e HSBC pela prática de terceirização ilícita de correspondentes bancários.

Na ação, o MPT pede o pagamento de indenização por dano moral de R$ 3,8 bilhões e por dumping social (prática de contratar profissionais onde os salários são mais baixos) de R$ 2,5 bilhões, totalizando R$ 6,4 bilhões.

-Veja também: International Paper é condenada a pagar R$ 200 mil por terceirização ilícita

Além disso, segundo nota publicada no site do MPT, é solicitada a anulação da contratação do serviço e o reconhecimento dos trabalhadores como bancários, o que significa pagamento de diferenças salariais, auxílio-refeição e horas extras, e o reconhecimento da jornada especial de trabalho de seis horas. A multa por descumprimento será de R$ 10 milhões por dia.

“Há também uma discriminação social. Enquanto a população rica é privilegiada com agências luxuosas com toda segurança, o cidadão de baixa renda é obrigado a realizar suas operações bancárias em pequenos estabelecimentos expostos a assaltos e a trabalhadores despreparados para a prestação de serviços bancários. É um verdadeiro ‘apartheid social’”, afirma o procurador do Trabalho Marcos Cutrim, que assina a ação com mais 30 integrantes do MPT.

'Atividade regulamentada'

Em nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) — que se manifestou a favor das instituições — destaca que a contratação de correspondentes bancários está regulamentada por resolução do Conselho Monetário Nacional de 2011.

Para a federação, a categoria "constitui uma inovação financeira que, por diminuir a necessidade de escala na oferta de serviços financeiros, contribui para facilitar e ampliar o acesso da população a esses serviços, principalmente em áreas distantes e carentes."

Já os Correios afirmam que os correspondentes bancários estão autorizados a trabalhar por uma portaria do Ministério das Comunicações e duas resoluções do BC.

"O objetivo do Banco Postal dos Correios é levar serviços bancários básicos à população brasileira, proporcionando inclusão financeira e social, com atenção especial à população de baixa renda", complementa a nota.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é contra a ação do MPT. Para a entidade, estão ameaçados cerca de 165 mil postos de serviços no País.

"A ação ainda contradiz a necessidade de avançar na flexibilização das relações de trabalho no Brasil, além de representar um retrocesso do atual sistema estabelecido e acabar com grande parte de empresas e empresários do segmento que prestam serviços ao setor", reforça a entidade, em nota.

Na avaliação de Isaac Sidney Ferreira, procurador-geral do BC, as tarefas dos correspondentes bancários são tipicamente operacionais e de atendimento, não podendo ser confundidas com as atividades privativas dos bancos, que requerem análise, decisão ou execução final de operaçõe. Essas últimas, destaca, não podem ser terceirizadas.


"Vejo-me compelido a lastimar a postura temerária e precipitada estampada nessa demanda, inclusive a despropositada cifra cogitada a título de indenização, o que será prontamente combatido nas instâncias judiciais”, defende Ferreira.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O QUE VOCÊ PRECISA SABER DO AVANÇO DA TERCEIRIZAÇÃO NA ÁREA MEIO DO BB.

O Banco do Brasil iniciou um processo de terceirização que pode resultar no desmonte de toda sua área meio nos próximos anos.  O banco pretende que a empresa Cobra realize os serviços hoje feitos pelos CENOPs e GENOPs no país. Trata-se claramente de uma terceirização fraudulenta, utilizando-se uma empresa na qual o BB possui maioria acionária para realizar atividades tipicamente bancárias.  Para tentar dar uma cara legal para este ataque, o BB apoia-se na Resolução 3954 do BACEN, de fevereiro de 2011. Seu artigo 8º, incisos 5,7 e 9, definem atribuições que o banco pode repassar ao correspondente bancário:

“ V  -  recepção  e encaminhamento de propostas  referentes  a operações  de  crédito e de arrendamento mercantil  de  concessão  da instituição contratante;                                          
VII  -  execução  de  serviços  de  cobrança  extrajudicial, relativa a créditos de titularidade da instituição contratante ou  de seus clientes;                                                      
IX  -  realização de operações de câmbio de responsabilidade da instituição contratante, observado o disposto no art. 9º.  “

O BB também alterou o estatuto da Cobra em 30 de abril de 2013. A companhia agora tem o nome fantasia ”BB Tecnologia e Serviços”. Assim, fica parecendo que se trata de um departamento do Banco do Brasil e não de uma empresa à parte, como verdadeiramente é. A alteração estatutária modificou principalmente os objetos da empresa, descritos no artigo 2. Veja abaixo alguns itens:

 “i) suporte e operação de serviços de suprimento e de apoio logístico e gestão de atividades inerentes aos serviços de operação bancária e de outros segmentos;
j) gestão de operações de Contact Center, telemarketing ativo e receptivo com campanhas multicanal, consultoria em projetos e em tecnologias na área de teleatendimento e de telesserviços;
k) correspondente bancário.”

As mudanças feitas no estatuto da Cobra, permitindo que ela atue como correspondente bancário, que atue nos setores de logística e telemarketing, não deixam dúvidas quanto às intenções do BB. Na resolução do BACEN fica claro a possibilidade dos correspondentes atuarem na área de análise de credito, o que daria base para o BB repassar à Cobra inicialmente a análise de crédito imobiliário e, posteriormente, as operações feitas pelo CENOP.

A FRAGILIDADE DAS BASES JURÍDICAS DA TERCEIRIZAÇÃO NO BB

Todas as decisões dos tribunais  superiores de Brasília  proíbem terceirização de atividade fim de uma empresa. Caso seja aprovado o PL 4330, que permite terceirização das atividades fim, esta situação será alterada. Mas, por enquanto, para o TST, o que vale é o que diz a súmula abaixo, emitida pelo tribunal para basear todas suas decisões a respeito:

“ I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário. (Lei n. 6.019, de 03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional. (art. 37, II, da CF/1988).
III- Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20-06-1983), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.”

A súmula 331 esclarece sobre os quatro casos, excepcionais, em que é possível terceirizar o serviço, quais sejam: a) o trabalho temporário para atender necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente da empresa tomadora ou necessidade resultante de acréscimo extraordinário de serviços dessa empresa (ou seja, a terceirização na atividade-fim da empresa é ilegal, sendo excepcionalmente permitida no caso do trabalho temporário); b) serviços de vigilância; c) serviços de conservação e limpeza; e d) serviços especializados, ligados a atividade-meio do tomador do serviço.

Os bancos têm sofrido várias derrotas judiciais na questão da terceirização. Veja decisão sobre a Finasa, que terceirizava mão de obra por uma outra empresa do grupo, caso semelhante ao do BB com a Cobra: “A 58ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, ao julgar o processo, entendeu que a Finasa Promotora e Vendas explorava "nítida atividade bancária", fato inclusive constatado por várias fiscalizações do Ministério do Trabalho, quando os fiscais verificaram que a empresa atuava na área de crédito pessoal e em diversas outras modalidades de financiamentos”.
Com esse entendimento, a Vara condenou o Banco Finasa a abster-se de contratar empresas ou cooperativas como mera intermediária de mão de obra em suas atividades-fim, seja do mesmo grupo econômico ou não. “A decisão foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho e pelo TST.” (Fonte SEEB-Florianópolis)
Portanto, apesar da resolução do BACEN sobre correspondentes bancários e do estatuto da Cobra, a terceirização que está sendo feita no BB é questionável do ponto de vista da legislação trabalhista do país. O Banco Central não pode, com uma resolução, modificar as relações trabalhistas, mesmo que somente no sistema financeiro.

INÍCIO DA OPERAÇÃO DESMONTE: CENOP IMOBILIÁRIO

No CENOP imobiliário, este processo de terceirização está avançado. O gerente geral do CENOP foi para a  Cobra e está agora em Goiânia coordenando todo o processo de desmonte do seu antigo setor. Além dele, outros estão em Goiânia para treinar funcionários e montar a estrutura da Cobra que fará o serviço hoje feito pelo CENOP Imobiliário. No GSV, sistema interno de controle das operações, já é possível encontrar operações de crédito imobiliário de carteiras de agencias do BB de SP atribuídas ao prefixo 5144 (Cobra) e não ao 3901 (CENOP Imobiliário). Nestas operações, observamos também que todos os envolvidos, desde o gerente de área, passando pelo gerente de grupo, até o funcionário responsável, são todos funcionários da Cobra e não do BB.

Este não é o primeiro caso de terceirização via Cobra. Em 2011, tivemos o triste exemplo do CSO-TAA. O setor, que antes da terceirização contava com 140 funcionários, hoje tem 35 e 120 terceirizados da Cobra, recebendo salários em torno de 800 reais por mês. Não contente, o BB ainda pretende terceirizar parte do serviço feito por estes 35 funcionários restantes.

Certamente, a terceirização não ficará restrita ao imobiliário. Como vimos, as mudanças no estatuto da Cobra e a resolução do BACEN sobre correspondentes bancários dão base para a terceirização de pelo menos todos os CENOPs e GENOPs do país. Outros sinais apontam neste sentido, como o fato de que outros gestores, como Paulo Candeloro, antigo gerente da CSO, já estão na Cobra.

É POSSÍVEL BARRAR A TERCEIRIZAÇÃO?

Como dissemos, as bases jurídicas para a terceirização que está acontecendo no BB são muito frágeis. Mesmo assim, para derrotar este processo, será preciso muita mobilização. Neste sentido, temos alguns pontos a nosso favor. Em primeiro lugar, os governos estão adotando uma postura defensiva desde as mobilizações de junho, sendo obrigados a atender reivindicações de diversos setores que se mobilizam. Em segundo lugar, estamos em campanha salarial. Quando estamos em greve, somos muito mais fortes. Vários exemplos mostram que quando deixamos demandas para serem resolvidas após a campanha salarial, ou não temos resultados ou sofremos ataques. Foi assim com a isonomia, com os direitos dos funcionários oriundos do BNC e com o plano de funções. Por último, facilita nossa mobilização o fato de os colegas dos CENOPs e GENOPs estarem concentrados em poucas unidades do país. São locais onde existe um alto grau de organização sindical, com delegados sindicais, CIPAs,  possibilidade de realização de reuniões com os funcionários, etc.

A luta contra o aumento das passagens demonstrou que quando nos unimos é possível mudar a realidade. Todos os governantes anunciaram o aumento das passagens e diziam ser impossível voltar atrás. Depois de 15 dias de manifestações, sem que as organizações tradicionais como PT, CUT, Força Sindical chamassem a mobilização, os trabalhadores e a juventude nas ruas obrigaram os governos a voltarem atrás.
Um exemplo ainda mais próximo é o da mobilização contra o plano de funções. Nos unimos e assim conseguimos romper com o roteiro montado pelo banco e a diretoria do sindicato. Obrigamos o Sindicato a ingressar com as ações de 7ª e 8ª horas graças à mobilização dos funcionários, especialmente os da área meio.

NÃO PODEMOS CONFIAR NA DIRETORIA DO SINDICATO DE SÃO PAULO

No momento em que o funcionalismo do BB sofre o seu maior ataque desde os PDVs de FHC, o sindicato de SP não é capaz de realizar uma assembleia para organizar a luta. Pior do que isso: no dia 30/08, quando as centrais sindicais, inclusive a CUT, convocam os trabalhadores para um dia nacional de paralisações, nosso Sindicato não organiza a greve da categoria.

Uma das pautas centrais do dia 30 é a rejeição ao PL4330 que, se aprovado, dará base à terceirização praticada pelo BB e permitirá aprofundá-la ainda mais. O Sindicato não quer enfrentar o PL nas ruas porque, para isso, terá que se enfrentar com o governo, que já se posicionou favoravelmente ao PL, como demonstra a declaração do Ministro do Trabalho de Dilma ao jornal “O Globo” em 25/08. É lamentável que Dilma, que se elegeu em base a um discurso contra as privatizações, patrocine agora a terceirização na administração direta e nas empresas controladas pelo governo, que significa também um tipo de privatização. Porém, ainda mais lamentável é o papel de direções sindicais que preferem trair os trabalhadores a se chocarem com o governo. A CUT precisa abandonar a tentativa de negociação do PL na comissão quadripartite criada pelo governo e defender claramente a rejeição do PL. Já ficou claro que, dentro desta comissão, todos defendem os empresários e banqueiros e são favoráveis ao PL. A luta vitoriosa pela redução das passagens demonstra que as vitórias da classe trabalhadora acontecem na luta direta e não através de negociatas em comissões do parlamento.

Além da organização da categoria, o sindicato precisa tomar outras medidas na luta contra o projeto. Tem que entrar imediatamente com uma denuncia no Ministério Público do Trabalho sobre a terceirização fraudulenta que o BB está praticando, além de entrar com outras ações judiciais. Todas as decisões judicias a respeito nos ajudam. Então, não há motivos para o sindicato manter sua inércia na área jurídica.
Mas, acima de tudo, o que temos que ter claro, é que precisamos neste ano de uma grande greve dos bancários do BB, que não pode terminar sem que o banco volte atrás do processo de terceirização. Chamamos todos à responsabilidade: vamos paralisar totalmente nossas atividades durante a greve e nos fazer presentes em todos os momentos decisivos da campanha. Tomemos a campanha salarial em nossas mãos para derrotar a terceirização e garantir nossos empregos!

Plenárias Regionais

A diretoria do sindicato desobedece seu próprio estatuto. Recusou-se a realizar assembleia nesta semana apesar de termos entregue mais de 1% de assinaturas que, pelo estatuto, são suficientes para convocar assembleia geral da categoria. A paralisação do dia 30 foi chamada pelo conjunto das centrais sindicais e motivos não faltam para os bancários pararem no dia 30: véspera da data base, ataques ao funcionalismo do BB e da CEF desde a época de FHC, demissões em massa em bancos privados além do avanço nas terceirizações.
Portanto, não temos nenhum acordo com essa política de convocar plenárias regionais quando o que a categoria exigiu foi uma assembléia geral. Mas como vai ser o único fórum realizado pelo sindicato para encaminhar o dia 30, vamos participar criticamente. Achamos que todos os colegas devem ir e cobrar que as atividades nesse dia sejam para envolver maior número de bancários da categoria e não somente para aparecer na mídia.

                                              OPosição Bancária de SP / MNOB / CSP-Conlutas



terça-feira, 27 de agosto de 2013

Bancos seguem intransigentes e dizem que farão ‘proposta global’ dia 5

Publicado por Blog dos Bancários em 27/08/2013

Crédito: Jailton Garcia/Contraf-CUT
Jailton Garcia/Contraf-CUTNo segundo dia de negociação sobre remuneração, nenhuma proposta dos bancos

Os bancos mais uma vez se abstiveram de apresentar qualquer proposta ao Comando Nacional dos Bancários nesta terça-feira 27, em São Paulo, no encerramento da terceira rodada de negociações da Campanha 2013, dedicada ao tema remuneração. Mas anunciaram que apresentarão uma “proposta global” para a pauta geral de reivindicações dos bancários na próxima rodada de negociações, na dia 5 de setembro, às 14h.

“Queremos que na próxima negociação os bancos tragam propostas sobre os três blocos de negociação, com soluções para as questões de saúde, condições de trabalho, segurança, emprego, igualdade de oportunidades e remuneração”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

“Mas como acontece todos os anos, sabemos que os banqueiros só se movem sob pressão. Por isso é imprescindível que as entidades sindicais intensifiquem a discussão nos locais de trabalho e a mobilização da categoria, não apenas para a Campanha Nacional, mas também para as manifestações convocadas pelas centrais no dia 30 e para a votação do PL 4330 na CCJC da Câmara dos Deputados nos dias 3 e 4 de setembro em Brasília”, alerta Cordeiro.

No segundo dia de negociação sobre remuneração, o Comando e a Fenaban discutiram nesta terça-feira PLR e os auxílios refeição, creche, cesta-alimentação e educacional, dentre outras demandas.

Veja aqui como foi o primeiro dia de discussão da rodada sobre remuneração.

PLR

A reivindicação dos bancários é de PLR equivalente a três salários mais valor fixo de R$ 5.553,12 e que não pode ser
compensado nos planos próprios de remuneração variável.

O Comando argumentou que a cada ano diminui a massa salarial dos bancários e, como há falta de transparência nos balanços dos bancos, a categoria quer mudar a regra de forma a torná-la mais simples e fácil de compreensão.

Os dirigentes sindicais frisaram que os bancários querem maior percentual de distribuição da PLR, mais próximo do tamanho do lucro das empresas, e elevação dos tetos que limitam os valores a serem distribuídos. E cobraram dos bancos uma discussão séria sobre os PDDs, as provisões para devedores duvidosos, cujos montantes os bancos vêm aumentando sem justificativa técnica, o que diminui a PLR. Com essas provisões, só os trabalhadores perdem.

Os representantes dos bancos descartaram a possibilidade de mudança de regra da PLR durante esta campanha nacional.

Auxílios-refeição, cesta-alimentação e creche/babá

A reivindicação dos bancários é aumentar os auxílios-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá para R$ 678,00, equivalente ao salário mínimo nacional.

Os representantes da Fenaban afirmaram que nos últimos anos reajustaram os auxílios acima da inflação e descartaram a elevação dos valores como querem os trabalhadores.

“Cobramos também a manutenção da cesta-alimentação para os afastados por doença ou acidente de trabalho até a alta do INSS e do médico do trabalho”, destaca Cordeiro. Hoje, o pagamento ocorre até 180 dias de afastamento. “É inaceitável que os bancos economizem sobre bancários que adoeceram no trabalho”, salienta.

Os negociadores da Fenaban ficaram de discutir o tema com os bancos.

Gratificação semestral

Os bancários reivindicam o pagamento de uma gratificação semestral de 1,5 salário para todos os trabalhadores nos meses de janeiro e julho. Alguns estados (RS, BA, PB e SE) e bancos em outros estados já pagam essa verba salarial há muitos anos, no valor de um salário.

A Fenaban, porém, negou a reivindicação, afirmando não haver sentido existir simultaneamente PLR e gratificação semestral, deixando claro que quer acabar com essa verba. Os dirigentes sindicais rebateram, dizendo que se trata de uma forma de valorização do trabalho dos bancários.

Auxílio educacional

O Comando reivindicou o pagamento de um auxílio educacional por todos os bancos, para empregados que estejam cursando ensino médio, graduação e pós-graduação. Várias instituições já concedem bolsas de estudo.

Os representantes da Fenaban negaram, alegando que o assunto deve ser discutido banco a banco. Os dirigentes sindicais insistiram na concessão do auxílio, pois significa qualificação da mão de obra, favorecendo bancários e bancos.

Parcelamento de adiantamento de férias

O que os bancários reivindicam é que, por ocasião das férias, a devolução do adiantamento feito pelo banco seja efetuada em até dez parcelas iguais e sucessivas, a partir do mês subsequente ao do crédito, sem acréscimo de juros ou correção de qualquer espécie. Vários bancos já efetuam parcelamentos.

Os negociadores da Fenaban vão levar a demanda aos bancos.

Previdência complementar

Os bancários reivindicam que todos os bancos instituam e patrocinem planos de previdência complementar fechados para todos os trabalhadores, com o objetivo de garantir a complementação de aposentadoria e pensão por morte e invalidez. Vários bancos já são patrocinadores de fundos para os seus funcionários.

Os representantes dos banqueiros, no entanto, disseram que esse é um tema para discussão banco a banco, como acontece com os planos de saúde, não sendo pauta da Convenção Coletiva.

Calendário de luta

Agosto

28 – Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização
29 – Terceira rodada de negociação específica entre Comando e BB
29 – Terceira rodada de negociação específica entre Comando e Caixa
30 – Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

3 e 4 - Mobilização em Brasília para pressionar deputados contra PL 4330 na CCJC da Câmara
5 - Quarta rodada de negociação entre o Comando e a Fenaban


Fonte: Contraf-CUT

domingo, 25 de agosto de 2013

Corem diante desta negra, doutores! Ela tem o que os senhores perderam

in Blog Tijolaço | 4 de agosto de 2013 | 20:08

“Somos médicos por vocação, não nos interessa um salário, fazemos por amor”, afirmou Nelson Rodrigues, 45.
“Nossa motivação é a solidariedade”, assegurou Milagros Cardenas Lopes, 61

“Viemos para ajudar, colaborar, complementar com os médicos brasileiros”, destacou Cardenas em resposta à suspeita de trabalho escravo. “O salário é suficiente”, complementou Natasha Romero Sanches, 44.
Poucas frases, mas que soam  como se estivessem sendo ditas por seres de outro planeta no Brasil que vivemos.
O que disseram os primeiros médicos cubanos do  grupo que vem para servir onde médicos brasileiros não querem ir deveria fazer certos dirigentes da medicina brasileira reduzirem à pequenez de seus sentimentos e à brutalidade de suas vidas, de onde se foi, há muito tempo, qualquer amor à igualdade essencial entre todos os seres humanos.
Porque gente que não se emociona com o sofrimento e a carência de seus semelhantes, gente que se formou, muitas vezes, em escolas de medicina pagas com o imposto que brasileiros miseráveis recolheram sobre sua farinha, seu feijão, sua rala ração, gente que já viu seus concidadãos madrugando em filas, no sereno, para obter um simples atendimento, gente assim    não é civilizada, não importa quão bem tratadas ejam suas unhas, penteados os seus cabelos e reluzentes seus carros.
Perto desta negra aí da foto, que para vocês só poderia servir para lavar suas roupas e pajear seus ricos filhinhos, criados para herdar o “negócio” dos pais, vocês nao passam de selvagens, de brutos.
Vocês podem saber quais são as mais recentes drogas, aprendidas nos congressos em locais turísticos, custeados por laboratórios que lhes dão as migalhas do lucro bilionário que têm ao vender remédios. Vocês podem conhecer o último e caro exame de medicina nuclear disponível na praça a quem pode pagar. Vocês podem ser ricos, ou acharem que são, porque de verdade não passam de uma subnobreza deplorável, que acha o máximo ir a Miami.
Mas vocês são lixo perto dessa negra, a Doutora – sim, Doutora, negra, negrinha assim!- Natasha é, eu lhes garanto.
Sabem por que? Por que ela é capaz de achar que o que faz é mais importante do que aquilo que ganha, desde que isso seja o suficiente para viver com dignidade material. Porque a dignidade moral ela a tem, em quantdade suficiente para saber que é uma médica, por cem, mil ou um milhão de dólares.
Isso, doutores, os senhores já perderam. E talvez nunca mais voltem a ter, porque isso não se compra, não se vende, não se aluga, como muitos dos senhores, para manter o status de pertenceram ao corpo clínico de um hospital, fazem com seus colegas, para que dêem o plantão em seus lugares.
Os senhores não são capazes de fazer um milésimo do que ela faz pelos seres humenos, desembarcando sob sua hostilidade num paìs estrangeiro, para tratar de gente pobre que os senhores nao se dispõem a cuidar nem querem deixar que se cuide.
Os senhores nao gritaram, não xingaram nem ameaçaram com polícia aos Roger Abdelmassih, o estuprador, nem contra o infleiz que extorquiu R$ 1.200 para fazer o parto de uma adolescente pobre, nem contra os doutores dos dedos de silicone, nem contra os espertalhóes da maternidade paulista cuja única atividade era bater o ponto.
Eles não os ameaçaram, ameaçaram apenas aos pobres do Brasil.
Estes aì, sim, estes os ameaçam. Ameaçam a aceitação do que vocês se tornaram, porque deixaram que a aspiração normal e justa de receber por seu trabalho se tornasse maior do que a finalidade deste próprio trabalho, porque o trabalho é um bem social e coletivo, ou então vira mero negócio mercantil.
É isto que estes médicos cubanos representam de ameaça: o colocar o egoísmo, o consumismo, o mercantilismo reduzidos ao seu tamenho, a algo que não é e nem pode ser o tamanho da civilização humana.
Aliás, é isso que Cuba, há quase 55 anos, representa.
Um país minùsculo, cheio de carências, que é capaz de dar a mão dos médicos a este gigante brasileiro.
E daí que eles exportem médicos como fonte de receita? Nós não exportamos nossos meninos para jogar futebol? O que deu mais trabalho, mais investimento, o que agregou mais valor a um país: escolas de medicina ou esteiras rolantes para exportar seus minérios?
É por isso que o velhissimo Fidel Castro encarna muito mais a  juventude que estes yuppiescoxinhas, cuja vida sem causa  cabe toda dentro de um cartão de crédito.
Eu agradeço à Doutora Natasha.
Ela me lembrou, singelamente, que coração é algo muito maior  do que aquele volume que aparece, sombrio, nas tantas ressonâncias, tomografias e cateterismos porque passei nos últimos meses.
Ele é o centro do progresso humano, mais do que o cérebro, porque é ele quem dá o norte, o sentido, o rumo dos pensamentos e da vida.
Porque, do contrário, o saber vira arrogância e os sentimentos, indiferença.
E o coração, como na música de Mercedes Sosa, una mala palabra.
Por: Fernando Brito

sábado, 24 de agosto de 2013

Carta de George Orwell explica por que “1984” foi escrito. Um visionário que anteviu a sociedade controlada e monitorada, esta que vivemos hoje.

Retirado do blog Litera Tortura de Anastácia Ottoni, que reproduzo abaixo:

“Era um dia frio e luminoso de abril, e os relógios davam 13 horas.”. Assim abre-se a história do livro que George Orwell – com uma espécie de Zeitgeist - escreve para retratar uma distopia muito próxima à realidade. Em 1944 – três anos antes da escrita e cinco anos antes da publicação de “1984” -, Orwell detalhou em carta a tese de seu grande romance para alertar sobre a possibilidade do surgimento de Estados policiais totalitários que seriam capazes de dizer que “dois e dois são cinco”. Tal carta nos coloca na mente do autor, que em 1944 já sabia que um dia seríamos monitorados.



“Para Noel Willmett

 18-Mai-1944

10a Mortimer Crescent NW 6

Caro Sr. Willmett,

 Muito obrigado por sua carta. Você questiona se o totalitarismo, o culto a um líder, etc, estão realmente em progressão e usa como exemplo o fato de que eles não estão aparentemente crescendo neste país e nem nos EUA.

Devo dizer que acredito, ou temo, que tomando o mundo como um todo, essas coisas estão a crescer. Hitler, sem dúvida, irá desaparecer em breve, mas apenas à custa do fortalecimento de (a) Stalin, (b) os milionários anglo-americanos e (c) os tipos de Fuhrers mesquinhos no nível de De Gaulle. Todos os movimentos nacionais em todos os lugares, até mesmo aqueles que se originam na resistência à dominação alemã, parecem tomar formas não-democráticas para ficar em torno de alguns Fuhrers sobre-humanos (Hitler, Stalin, Salazar, Franco, Gandhi e De Valera são exemplos variados) e a adotar a teoria de que o fim justifica os meios. Em todos os lugares, o movimento do mundo parece ser na direção das economias centralizadas que podem ser feitas para “trabalhar” em um sentido econômico, mas que não são democraticamente organizadas e que tendem a estabelecer um sistema de castas. Com isso vem os horrores do nacionalismo emotivo e uma tendência para não acreditar na existência de uma verdade objetiva, porque todos os fatos devem se encaixar nas palavras e profecias infalíveis de algum Fuhrer. A história, em algum sentido, já deixou de existir. Não existe tal coisa como uma história dos nossos tempos que poderia ser universalmente aceita, e as ciências exatas estão ameaçadas de extinção no momento em que se tenha necessidade de militar para colocar as pessoas de volta em seus lugares. Hitler diz que os judeus começaram a guerra, e que se ele sobreviver, isso se tornará a história oficial. Ele não pode dizer que dois e dois são cinco, porque, para os fins de, digamos, balística, tem que ser quatro. Mas se o tipo de mundo que receio chegar – um mundo de dois ou três grandes superestados que são incapazes de conquistar um ao outro – dois e dois podem se tornar cinco se o Fuhrer desejar. Isso, tanto quanto posso ver, é o rumo em que o globo vem tomando efetivamente – apesar de, é claro, o processo ser reversível.

Quanto à imunidade comparativa da Grã-Bretanha e dos EUA, o que quer que os pacifistas, etc, possam dizer, nós não nos tornamos totalitários ainda e isso é um sintoma muito esperançoso. Acredito profundamente – como expliquei em meu livro “The Lion and the Unicorn” – no povo inglês e em sua capacidade de centralizar sua economia sem destruir a liberdade ao fazê-lo. Mas é preciso lembrar que a Grã-Bretanha e os EUA não foram realmente tentados, não conheceram a derrota ou o sofrimento grave e há alguns sintomas ruins para equilibrar os bons. Para começar, há uma indiferença geral em relação à decadência da democracia. Você percebe, por exemplo, que agora ninguém na Inglaterra com menos de 26 anos tem direito ao voto e que até onde se pode ver, a grande maioria nessa idade não dá a mínima para isso? Em segundo lugar, há o fato de que os intelectuais são mais totalitários na perspectiva do que as pessoas comuns. No geral, a intelligentsia inglesa se opôs a Hitler, mas com o preço de aceitar Stalin. A maioria deles estão perfeitamente prontos para métodos ditatoriais, polícia secreta, falsificação sistemática da história, etc, desde que eles achem que é no “nosso” lado. Na verdade, a afirmação de que não temos um movimento fascista na Inglaterra, em grande parte, significa que o jovem neste momento vê seu Fuhrer em outro lugar. Não se pode ter certeza de que isso não vai mudar, nem se pode ter certeza de que as pessoas comuns não vão pensar daqui a dez anos como os intelectuais de agora. Espero que não, eu mesmo confiaria que não, mas se assim for, será à custa de luta. Se alguém simplesmente proclama que tudo é para o melhor e não aponta para os sintomas sinistros, este alguém está apenas ajudando a trazer o totalitarismo para perto.

Você também pergunta: se eu acho que a tendência mundial é na direção do fascismo, por que eu apoiaria a guerra? É uma escolha entre males – imagino que quase todas as guerras sejam assim. Eu sei o suficiente sobre imperialismo britânico para não gostar, mas gostaria de apoiá-lo contra o nazismo ou o imperialismo japonês, como o mal menor. Da mesma forma que eu iria apoiar a URSS contra a Alemanha, porque acho que a URSS não pode escapar completamente de seu passado e mantém bastante as ideias originais da Revolução para torná-la um fenômeno mais esperançoso do que a Alemanha nazista. Eu acho – e tenho pensado nisso desde o início da guerra, em 1936 ou por aí -     que a nossa causa é a melhor, mas temos que continuar a fazê-la a melhor, o que envolve críticas constantes.

Atenciosamente,


Geo. Orwell

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Carta do MNOB/CSP Conlutas ao Comando Nacional da Categoria Bancária




Durante os últimos 3 meses temos debatido a dimensão da ameaça que representa o Projeto de Lei (PL) 4330/2004. Na Conferência Nacional de Bancários foi votado um calendário de mobilizações que colocava a categoria bancária na vanguarda da resistência a este projeto. Houve participação nas manifestações do dia 06/08 e deslocamento de vários dirigentes sindicais bancários a Brasília, a fim de impedir a votação na CCJC. O problema é que a estratégia de negociação da mesa quadripartite ( centrais, empresários, governo e parlamentares ) não está impedindo a permanência da ameaça da aprovação. Isto porque o governo federal não tem se posicionado como aliado dos trabalhadores neste embate : o projeto apresentado, na mesa pelo governo mantinha os ataques do projeto original de Sandro Mabel. Por isto, outras centrais sindicais se retiraram das negociações. Precisamos ter clareza : se nossa resistência se restringir a dirigentes sindicais e continuarmos centrando forças na mesa quadripartite, não teremos força para barrar o PL.

Por outro lado, o fortalecimento do dia nacional de paralisações, 30/08, será um ponto fundamental para enterrarmos este projeto e levantarmos a pauta geral aprovada pelas Centrais Sindicais. Com uma forte paralisação e manifestações poderemos dar uma grande visibilidade a luta contra o PL e pelos demais itens. Caso consigamos garantir uma forte adesão de categorias que entram em luta no segundo semestre, como bancários, metalúrgicos, petroleiros e Correios, poderemos deixar o governo e os empresários acuados e alcançarmos nossas conquistas.

Em que pese o dia 30/08 constar do calendário de luta de nossa categoria, é necessário que sejamos francos entre nós. Os principais Sindicatos ainda não convocaram assembleias para definir a adesão dos bancários. Estampa-se nos jornais que no dia 30 haverá uma greve geral, mas os grandes Sindicatos não têm se dedicado a organizar a categoria para que participe ativamente deste dia. Precisamos envolver a categoria nas atividades do dia de luta e da campanha salarial para obtermos sucesso.

Por isto, fazemos um chamado ao Comando Nacional e a todos os Sindicatos de bancários


Vamos fortalecer nosso exército para o embate. Vamos girar todos os esforços para preparar o dia 30 na base da categoria. Vamos orientar nacionalmente que sejam convocadas assembléias em todas as bases, chamando a categoria para se envolver e decidir como se dará sua participação neste importante dia de luta.

29/08: Plenária da Campanha Nacional dos Bancários 2013

SEEB - Curitiba

Diante da falta de diálogo com o Governo Federal para dar andamento na pauta da classe trabalhadora, as Centrais Sindicais estão convocando uma paralisação nacional para o dia 30 de agosto. Seguindo a orientação da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região convoca toda sua base para a Plenária da Campanha Nacional dos Bancários 2013, no dia 29 de agosto, às 19h, no Espaço Cultural e Esportivo. O objetivo é organizar a categoria e planejar os próximos passos da campanha salarial.

PL 4.330 – A mobilização dos trabalhadores já conseguiu adiar, por duas vezes, a votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) do Projeto de Lei 4.330/2004, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), projeto de terceirização que leva à precarização do trabalho e a retirada de direitos já conquistados. A votação está prevista para acontecer no dia 03 de setembro e, até lá, duas novas reuniões da mesa qadripartite de negociação deve acontecer. Contudo, até o momento, as negociações não foram favoráveis aos trabalhadores. “Somente com intensificação da mobilização nacional conseguiremos que o PL 4.330 seja arquivado”, destaca Otávio Dias.

Plenária da Campanha Nacional dos bancários 2013
Data: quinta-feira, 29 de agosto
Horário: a partir das 19h00
Local: Espaço Cultural e Esportivo
(Rua Piquiri, 380 • Rebouças)


Centrais Sindicais preparam 30 de agosto

Ultimando os preparativos para o 30 de agosto, Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, as centrais sindicais decidiram em reunião na sede da CUT Nacional, nesta segunda-feira (19), ampliar a convocação de norte a sul do país priorizando a luta pelo fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 semanais e combate ao Projeto de Lei 4.330, da terceirização.

Na avaliação das centrais, a conjuntura é favorável à manifestação, que dá continuidade aos protestos, passeatas e greves realizadas no 11 de junho, e potencializa a cobrança da pauta da classe trabalhadora.

A agenda de reivindicações inclui ainda a luta pelos 10% do PIB para a Educação; 10% do Orçamento da União para a Saúde; transporte público e de qualidade/mobilidade urbana; valorização das aposentadorias; reforma agrária e suspensão dos leilões de petróleo.

"Estamos enfrentando as dificuldades diante de um governo de disputa em que muitas vezes os interlocutores vão se alternando. Daí a importância da pressão conjunta, da unidade de ação do movimento sindical para impedir retrocessos e ampliar conquistas", afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, para quem "o próximo dia 30 se soma ao ato vitorioso do 11 de junho, são manifestações para alterar o jogo".

"Com os trabalhadores em campo, paralisando atividades, realizando protestos e passeatas, acumulamos força para pressionar o Congresso Nacional e o governo federal. Foi assim que conseguimos na semana passada os recursos para o Fundo Social do pré-sal, foi essa luta colossal que tem impedido que eles passem o PL 4.330 de qualquer maneira, impondo uma terceirização indiscriminada", ressaltou o presidente cutista.

Ao destacar o papel perverso do PL 4.330, o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, lembrou que "país de primeira não pode ter emprego de terceira". Sérgio destacou a importância da mobilização do conjunto das categorias, em todos os Estados, para garantir a igualdade de direitos, de condições e de salário, direito à informação prévia, proibição na atividade-fim, responsabilidade solidária das empresas contratantes e penalização das empresas infratoras, tudo o que setores do patronato querem apagar da legislação.

Estudos do Dieese apontam que o trabalhador terceirizado recebe salário 27% menor que o contratado diretamente, tem jornada semanal de três horas a mais, permanece 2,6 anos a menos no emprego, e sua rotatividade é mais do que o dobro (44,9% contra 22%). Além disso, aponta o Dieese, a cada 10 acidentes de trabalho, oito acontecem entre os terceirizados.

Reforma agrária já!

Membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues condenou a postura do governo federal que "nem desapropria terra nem senta com o movimento". "Temos 80 mil famílias acampadas que necessitam ter prioridade nesse momento. Nos somamos à manifestação das centrais sindicais bastante animados de que o aumento da pressão vai abrir caminho para os avanços que o nosso povo e o Brasil precisam", acrescentou.

Para o secretário geral da Central Geral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CGTB), Carlos Alberto Pereira, "o momento é de avanço do movimento sindical" e reflete os avanços obtidos a partir da mobilização de junho, que reuniu dois milhões de trabalhadores em mais de 250 cidades.

"De lá para cá tivemos três vitórias: a do Fundo Social do Pré-Sal, que garantiu mais de 200 bilhões de reais para a educação nos próximos dez anos; adiamos o PL da terceirização por 30 dias, barrando a tentativa de golpe que busca ampliar e legitimar a precarização; e aceleramos a nossa mobilização, o que tem sido fundamental para aprofundar as negociações com o governo e o Congresso Nacional", disse Pereira.

Protagonismo da classe

De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), "construída na luta, a pauta unitária dos trabalhadores tem repercutido positivamente junto às bases e contribuído para que o papel do movimento sindical seja valorizado na mesa de negociação". Juruna lembrou que, apesar da campanha dos grandes conglomerados de comunicação para inviabilizar ou diminuir o protagonismo da classe trabalhadora na luta por mudanças, a ação unificada tem rendido frutos e demonstra a correção da iniciativa.

O secretário geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Pascoal Carneiro, relatou da grande receptividade que a convocação do 30 de agosto vem tendo pelo país, citando a assembleia realizada recentemente na capital baiana, "onde há muita disposição de parar para colocar o país nos trilhos". "O sentimento é de greve no dia 30 em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, combatendo a precarização e o retrocesso".

Representando a Intersindical, Edson Carneiro (Índio) reiterou o papel da caminhada conjunta, com unidade na diversidade, para fazer a pauta avançar. "O processo que o país está vivendo não é sindical, mas político, o que reforça a importância da pressão por mudanças na política econômica, como o fim do superávit primário. Queremos inverter a lógica do que beneficia o grande capital rentista, o agronegócio e as empreiteiras", frisou Índio.

A luta contra a precarização das relações de trabalho, apontou o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, deve ser amplificada, "tanto no setor privado quanto público". "A Lei 8.666 que dispõe sobre a contratação direta significa contratação via preço, o que representa trabalho mais barato, precário. Esta é uma questão que precisa ser alterada com urgência", defendeu.


Em nome da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Luiz Gonçalves (Luizinho), enfatizou o compromisso de "parar aonde for possível no próximo 30 de agosto". "O volume do nosso protesto é essencial para mostrar que o movimento sindical está engajado em buscar o resultado das nossas negociações, a melhoria das relações de trabalho e o desenvolvimento do país", concluiu.

Segunda-feira (26/08) começa nova rodada de negociação com a Fenaban 23/08/2013

SEEB-BA – 23/08/2013 – 18:28

As cláusulas econômicas da campanha salarial, como remuneração e PLR, começam a ser discutidas na terceira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que acontece nesta segunda e terça-feira (26 e 27/8), em São Paulo. A expectativa é muito grande para o encontro já que até o momento, os bancos trataram com descaso e rejeitaram todas as reivindicações da categoria sobre saúde, condições de trabalho, segurança, emprego e igualdade de oportunidade.

Os bancários de todo o país estão indignados com a postura intransigente dos banqueiros e já intensificaram a mobilização nas agências, para informar os clientes sobre a falta de propostas concretas da Fenaban e a possibilidade de uma greve nacional, caso o impasse se mantenha.

Os balanços do primeiro semestre de 2013 demonstraram claramente que os bancos continuam com alta lucratividade, atingindo resultados recordes em alguns casos. Isso mostra que as empresas possuem ampla condição de atender às reivindicações dos funcionários.

Em campanha salarial, os bancários reivindicam:

> Reajuste salarial de 11,93%, composto de 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%.
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.

Caixa: TRT confirma ilegalidade do PFG

Além da possibilidade de participação em PSI para os empregados do REG/REPLAN, a decisão determina outros pontos. Confira!
23/08/2013 às 10:36
Jurídico SEEB-MA
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Em sessão realizada na última terça-feira, dia 20/08, a 2ª Turma do TRT da 16ª Região concluiu o julgamento do recurso ordinário da Caixa nos autos dos processos 1669/2010 e 1080/2010 da 3ª Vara do Trabalho de São Luís, onde buscava a reforma da decisão que acolheu integralmente todos os pleitos do Sindicato, contra as ilegalidades praticadas na implantação do PFG, principalmente a de discriminação aos associados da FUNCEF vinculados ao REG/REplan.

A decisão foi por maioria. Agora, resta aguardar a publicação do acórdão que será da lavra do desembargador James Magno Araújo Farias, que levantou a divergência com relação ao relator que queria dar provimento parcial ao recurso da empresa.

Publicado o acórdão, a decisão de primeiro grau passa a ter vigência imediata, na medida em que a ação cautelar que deu efeito suspensivo ao recurso da Caixa se limitou a prolação da decisão do mesmo pelo Tribunal.

Além da possibilidade de participação em PSI para os empregados do REG/REPLAN, a decisão que foi mantida determina que a Caixa:

1 - abstenha-se de exigir dos substituídos que queiram migrar para a nova estrutura de Funções Gratificadas a desistência de ações judiciais em curso, inclusive as movidas do Sindicato autor, ou a renúncia a qualquer direito trabalhistas e, especialmente, ao direito de buscar a tutela jurisdicional;

2 - abstenha-se de exigir dos substituídos a desvinculação do Plano de Benefício da FUNCEF REG/REG/REPLAN para a transposição para o PFG;

3 - abstenha-se de impedir a designação, em caráter efetivo ou não, para o exercício de funções tanto no PCC, como no PFG, dos empregados que permaneceram no PCC, ou seja, assegure aos trabalhadores vinculados ao PCC/98, que não migraram automaticamente ao PFG, os mesmos direitos dos quais eram detentores em 30.06.2010, com relação à designação provisória para funções superiores às exercidas e designações não efetivas capazes de acarretar benefícios em futuros processos seletivos;

4 - permita a migração para o novo PFG dos empregados detentores de cargo em comissão, sem exigir o pedido de dispensa do obreiro da função anteriormente exercida no PCC;

5 - garanta no PFG a remuneração paga como decorrente de 'função de confiança' antes exercida no PCC àqueles empregados que cumpriam jornada de 08 (oito) horas e que obtiveram, na Justiça, o reconhecimento de que não eram exercentes de função de confiança, tendo retornado à jornada de seis horas, isso se a remuneração recebida ao tempo da suposta 'função de confiança' seja superior à da respectiva função do PFG com jornada de seis horas.”

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Passeatão    dos    Bancários    de   Curitiba


  Nesta Quinta Feira  -  22/08/2013
  
  Concentração  na   Praça   Santos   Andrade
  

  a partir das 18 horas


   Bancário sai do Face e vem pra rua

‘Virou profissão, das boas, ser um dirigente sindical’, diz fundador da CUT

Radical, o ex-sindicalista Jair Meneguelli afirma que o movimento sindical brasileiro ‘acabou’ e que CUT perdeu chance histórica de agir sob Lula.
19/08/2013 às 15:27
O Estadão
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Sucessor de Luiz Inácio Lula da Silva no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em 1981, e fundador da CUT, entidade que presidiu até 1994, Jair Meneguelli hoje é presidente do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi). 

Meneguelli não é mais a "máquina de conceder entrevistas", como ele mesmo destacou nesta conversa com o Estado, feita por telefone. Meneguelli critica a ligação entre CUT e PT e afirma que o movimento sindical brasileiro está "acabando".

Na ata de fundação da CUT, o sr. fez questão de registrar que ela não deveria ter caráter partidário. No entanto, todos os dirigentes da CUT eram petistas, e a maior parte tinha ajudado a fundar o PT, três anos antes. Essa diferenciação chegou a existir, ou foi somente um anseio?

A CUT não pode ter caráter partidário, isso é crucial. Sindicato é sindicato, partido é partido. Tive uma briga homérica com José Dirceu justamente por conta disso. Na época, anos 80, Dirceu era secretário-geral do PT, o homem forte do partido, e foi à imprensa nos criticar por conta de uma decisão que a CUT tomou de convocar uma greve geral.

Segundo Dirceu, aquilo seria um retrocesso naquele momento. Aquilo criou uma guerra pessoal entre nós dois. Mesmo sendo petista, eu era o presidente da CUT, e, portanto, não estava interessado em saber se havia eleição ou não, se a greve seria conveniente do ponto de vista político. A vontade dos trabalhadores era pela greve, e assim foi feito. Este deveria ter sido o caminho desde o início.

Mas não foi bem assim?
Eu fico chateado porque acho que a CUT perdeu um momento histórico durante o governo Lula e mesmo agora no governo Dilma.

Ela poderia liderar uma verdadeira revolução no movimento sindical brasileiro, dado seu tamanho e sua relação com o governo. Mas não foi o que aconteceu. O movimento sindical brasileiro está acabando. Todo mês o Ministério do Trabalho recebe cerca de 80 novos pedidos de registro de sindicato, porque está virando uma profissão, e das boas, ser dirigente sindical no Brasil. Esta não era a realidade dos anos 1980. A CUT perdeu o maior momento de sua história.

A central tinha a amizade do presidente Lula, e deveria ter aproveitado isso para dizer que era hora de reivindicar tudo aquilo que sempre lutamos, como o fim do imposto sindical. Mas a CUT fez o contrário.

Para onde vai a CUT?
Não sei, sinceramente. Veja a paralisação geral que as centrais, incluindo a CUT, tentaram convocar em julho, para aproveitar as manifestações populares que tomaram as ruas no mês anterior. A paralisação foi um fiasco. As centrais não estão mais captando e representando o pensamento e as vontades dos trabalhadores.

O sr. chegou a ser convocado pelo então presidente Fernando Collor para uma reunião em Brasília, um encontro considerado tabu na época. Como foi aquilo?

Foi no fim de 1990, ano de desilusão após o fracasso do Plano Collor, mas muito antes das denúncias que levariam ao impeachment começarem.

A CUT comandou todas as diversas greves daquele ano, e o Collor me chamou. Levei a ele as 13 reivindicações principais da central, e ele não fez nada com aquilo. Mas saí daquele encontro com a certeza de que ele não duraria no cargo. Ele disse que eu era um privilegiado por estar ali, já que todos os que pediam reuniões não eram atendidos.

Governante que não senta com deputado, senador e sindicalista vai ter problemas. Essa sempre foi a regra, né?