SEEB - Curitiba
Diante
da falta de diálogo com o Governo Federal para dar andamento na pauta da classe
trabalhadora, as Centrais Sindicais estão convocando uma paralisação nacional
para o dia 30 de agosto. Seguindo a orientação da Central Única dos
Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), o Sindicato dos Bancários de Curitiba e
região convoca toda sua base para a Plenária da Campanha Nacional dos Bancários
2013, no dia 29 de agosto, às 19h, no Espaço Cultural e Esportivo. O objetivo é
organizar a categoria e planejar os próximos passos da campanha salarial.
PL 4.330 – A mobilização dos trabalhadores já
conseguiu adiar, por duas vezes, a votação na Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania (CCJC) do Projeto de Lei 4.330/2004, de autoria do
deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), projeto de terceirização que leva à
precarização do trabalho e a retirada de direitos já conquistados. A votação
está prevista para acontecer no dia 03 de setembro e, até lá, duas novas
reuniões da mesa qadripartite de negociação deve acontecer. Contudo, até o
momento, as negociações não foram favoráveis aos trabalhadores. “Somente com
intensificação da mobilização nacional conseguiremos que o PL 4.330 seja
arquivado”, destaca Otávio Dias.
Data: quinta-feira,
29 de agosto
Horário: a partir
das 19h00
Local: Espaço Cultural e
Esportivo
(Rua Piquiri, 380 • Rebouças)
Centrais Sindicais
preparam 30 de agosto
Ultimando
os preparativos para o 30 de agosto, Dia Nacional de Mobilização e Paralisação,
as centrais sindicais decidiram em reunião na sede da CUT Nacional, nesta
segunda-feira (19), ampliar a convocação de norte a sul do país priorizando a
luta pelo fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40
semanais e combate ao Projeto de Lei 4.330, da terceirização.
Na
avaliação das centrais, a conjuntura é favorável à manifestação, que dá
continuidade aos protestos, passeatas e greves realizadas no 11 de junho, e
potencializa a cobrança da pauta da classe trabalhadora.
A
agenda de reivindicações inclui ainda a luta pelos 10% do PIB para a Educação;
10% do Orçamento da União para a Saúde; transporte público e de
qualidade/mobilidade urbana; valorização das aposentadorias; reforma agrária e
suspensão dos leilões de petróleo.
"Estamos
enfrentando as dificuldades diante de um governo de disputa em que muitas vezes
os interlocutores vão se alternando. Daí a importância da pressão conjunta, da
unidade de ação do movimento sindical para impedir retrocessos e ampliar
conquistas", afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, para quem
"o próximo dia 30 se soma ao ato vitorioso do 11 de junho, são
manifestações para alterar o jogo".
"Com
os trabalhadores em campo, paralisando atividades, realizando protestos e
passeatas, acumulamos força para pressionar o Congresso Nacional e o governo
federal. Foi assim que conseguimos na semana passada os recursos para o Fundo
Social do pré-sal, foi essa luta colossal que tem impedido que eles passem o PL
4.330 de qualquer maneira, impondo uma terceirização indiscriminada",
ressaltou o presidente cutista.
Ao
destacar o papel perverso do PL 4.330, o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre,
lembrou que "país de primeira não pode ter emprego de terceira".
Sérgio destacou a importância da mobilização do conjunto das categorias, em
todos os Estados, para garantir a igualdade de direitos, de condições e de
salário, direito à informação prévia, proibição na atividade-fim, responsabilidade
solidária das empresas contratantes e penalização das empresas infratoras, tudo
o que setores do patronato querem apagar da legislação.
Estudos
do Dieese apontam que o trabalhador terceirizado recebe salário 27% menor que o
contratado diretamente, tem jornada semanal de três horas a mais, permanece 2,6
anos a menos no emprego, e sua rotatividade é mais do que o dobro (44,9% contra
22%). Além disso, aponta o Dieese, a cada 10 acidentes de trabalho, oito
acontecem entre os terceirizados.
Reforma agrária já!
Membro
da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João
Paulo Rodrigues condenou a postura do governo federal que "nem desapropria
terra nem senta com o movimento". "Temos 80 mil famílias acampadas
que necessitam ter prioridade nesse momento. Nos somamos à manifestação das
centrais sindicais bastante animados de que o aumento da pressão vai abrir
caminho para os avanços que o nosso povo e o Brasil precisam",
acrescentou.
Para
o secretário geral da Central Geral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CGTB), Carlos Alberto Pereira, "o momento é de avanço do movimento
sindical" e reflete os avanços obtidos a partir da mobilização de junho,
que reuniu dois milhões de trabalhadores em mais de 250 cidades.
"De
lá para cá tivemos três vitórias: a do Fundo Social do Pré-Sal, que garantiu
mais de 200 bilhões de reais para a educação nos próximos dez anos; adiamos o
PL da terceirização por 30 dias, barrando a tentativa de golpe que busca
ampliar e legitimar a precarização; e aceleramos a nossa mobilização, o que tem
sido fundamental para aprofundar as negociações com o governo e o Congresso
Nacional", disse Pereira.
Protagonismo da classe
De
acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves
(Juruna), "construída na luta, a pauta unitária dos trabalhadores tem
repercutido positivamente junto às bases e contribuído para que o papel do
movimento sindical seja valorizado na mesa de negociação". Juruna lembrou
que, apesar da campanha dos grandes conglomerados de comunicação para
inviabilizar ou diminuir o protagonismo da classe trabalhadora na luta por
mudanças, a ação unificada tem rendido frutos e demonstra a correção da
iniciativa.
O
secretário geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB),
Pascoal Carneiro, relatou da grande receptividade que a convocação do 30 de
agosto vem tendo pelo país, citando a assembleia realizada recentemente na
capital baiana, "onde há muita disposição de parar para colocar o país nos
trilhos". "O sentimento é de greve no dia 30 em defesa de um projeto
nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho, combatendo a
precarização e o retrocesso".
Representando
a Intersindical, Edson Carneiro (Índio) reiterou o papel da caminhada conjunta,
com unidade na diversidade, para fazer a pauta avançar. "O processo que o
país está vivendo não é sindical, mas político, o que reforça a importância da
pressão por mudanças na política econômica, como o fim do superávit primário.
Queremos inverter a lógica do que beneficia o grande capital rentista, o
agronegócio e as empreiteiras", frisou Índio.
A
luta contra a precarização das relações de trabalho, apontou o presidente da
Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, deve ser amplificada,
"tanto no setor privado quanto público". "A Lei 8.666 que dispõe
sobre a contratação direta significa contratação via preço, o que representa
trabalho mais barato, precário. Esta é uma questão que precisa ser alterada com
urgência", defendeu.
Em
nome da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Luiz Gonçalves
(Luizinho), enfatizou o compromisso de "parar aonde for possível no
próximo 30 de agosto". "O volume do nosso protesto é essencial para
mostrar que o movimento sindical está engajado em buscar o resultado das nossas
negociações, a melhoria das relações de trabalho e o desenvolvimento do
país", concluiu.
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