quinta-feira, 3 de maio de 2018

Reforma trabalhista e seus impactos no mercado de trabalho


A chegada de Temer ao poder foi articulada pela elite empresarial, banqueiros, agronegócio e empresários de vários ramos, nacionais e internacionais. Uma das exigências, a flexibilização das leis do trabalho foi seguida a risca pelo novo governo. Maquiada como “Modernização da CLT” e prometendo gerar mais empregos, foi aprovada por um congresso corrupto, em sua maioria comprados pelos reais donos do poder.

Elogiada por empresários e a grande mídia, criticada por trabalhadores, sindicalistas e especialistas em direito do trabalho, a reforma trabalhista promove um verdadeiro desmonte na legislação que garantia o mínimo de segurança, salubridade e estabilidade ao trabalhador. A nova legislação atende às demandas do  mercado, que quer demitir a baixíssimos custos, contratar de forma cada vez mais barata e diminuir o papel dos sindicatos na organização dos trabalhadores.

A reforma implica em mudanças estruturais na relação de trabalho, institui a terceirização ilimitada, cria o trabalho intermitente que permite a contratação de funcionários sem horários fixos, sem garantir renda futura, permite que contratos individuais entre patrões e empregados passem a valer mais do que as convenções e os acordos coletivos das categorias.

Neste novo formato, o risco do trabalhador não ter contribuição previdenciária e de ficar desprotegido em caso de acidente é alto. Com certeza veremos o que já acontece em outros países que adotaram reformas similares, o aumento do adoecimento por fatores psicossociais, por insegurança, stress, medo, falta da renda, perda de vínculo com os demais trabalhadores e a estigmatização de ser permanentemente um trabalhador precarizado.

Essa nova condição de trabalho, fará com que a massa salarial na sociedade caia abruptamente, caindo a massa salarial cai o poder de compra e  no Brasil o consumo interno é parte importante da nossa economia. Podemos ter um aumento no número de postos de trabalho, mas esses necessariamente, serão postos precários e com baixa remuneração.

A reforma trabalhista em conjunto com outras medidas tomadas por esse governo ilegítimo, como o congelamento dos investimentos na saúde e educação, transforma-se em um poderoso instrumento de transferência de renda dos setores mais empobrecidos para as camadas mais ricas da nossa sociedade. Aumentando ainda mais a desigualdade social e agravando problemas crônicos num país historicamente já tão desigual.

Nelson Gonçalves da Silva
Delgado Sindical
Coletivo Oposição Bancária de Curitiba

Nenhum comentário:

Postar um comentário