
Se aprovada, implicará diretamente na
diminuição de férias, 13º salário, FGTS, a ampliação do banco de horas sem limites,
contratação temporária, além de outras manobras. Assim, se aprovada essa medida
trabalhista o que acontecerá será uma verdadeira reforma trabalhista que
liquida direitos históricos. Desde
1998, com FHC, os patrões vêm tentando impor essa medida para se livrarem de
encargos que são conquistas trabalhistas. Mas não conseguiram. Em 2012, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
(SMABC), apoiado pela CUT, defendeu o chamado ACE (Acordo Coletivo Especial),
que propunha que o negociado valesse sobre o legislado, com o argumento de que
entidades sindicais fortes poderiam conquistar acordos superiores às leis. O argumento de que esses acordos dependeriam
de aprovação dos trabalhadores é questionado quando conhece-se o poder de
chantagem das empresas sobre seus empregados, em particular nos momentos de
crise econômica.
Qual
dirigente sindical no setor privado nunca se enfrentou com uma situação em que
a empresa propunha “reduzir salário ou demitir trabalhadores”? Isto está
acontecendo agora com o PPE. E a pressão que sofrem os trabalhadores para
aceitar esse ataque? Todos sabem o quanto é necessária uma mobilização para
barrar uma redução salarial nas empresas. Com esta medida aprovada, além da
redução salarial – imposta pelo PPE -, esses acordos estariam referendados por
lei.
Por
isso é necessário o alerta geral. A votação sobre essa medida provisória
nefasta vai para o plenário nos próximos dias. Precisamos barrá-la, começando
pela bandeira “Abaixo o PPE”. “Quando
do episódio do ACE, a CSP-Conlutas lançou uma forte campanha em defesa dos
direitos de nossa classe, denunciou o papel traidor dessa proposta e chamou as
diversas organizações do movimento a uma ampla unidade de ação para enfrentar
esse ataque. Conseguimos barrá-lo. Agora, é hora de denunciarmos novamente”,
reforça Mancha.
Na sessão do Congresso
que aconteceu na semana passada, o principal tema de discussão, que chegou a
suspender o debate em dado momento, foi justamente a alteração à Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT, Decreto-Lei 5.452/43), prevista nessa medida
provisória, para que a negociação em acordo coletivo prevaleça sobre
determinação legal. Por que é
necessário nos mobilizarmos? Essa medida provisória ainda será votada pelos
plenários da Câmara e do Senado. A MP pode ser apreciada esta semana, logo após
sua leitura pela Mesa da Câmara dos Deputados, com o prazo máximo de 7 de
novembro. Depois de aprovada na Câmara, a matéria será analisada no Senado
Federal e, caso não haja alteração, seguirá para sanção presidencial. Precisamos barrá-la agora, caso contrário,
teremos de partir para a exigência do veto pela presidente Dilma.
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