É
hora de ampliar a mobilização e colocar o governo Dilma e os banqueiros contra
a parede!
Desde
terça-feira (6), os bancários estão em greve em todo o país contra a proposta
indecente dos banqueiros e do governo Dilma. O setor, que mesmo diante da crise
econômica continua sendo o mais lucrativo do país, ofereceu míseros 5,5% de
reajuste. Querem que paguemos a conta de uma crise que sequer existe no setor
que trabalhamos. E mais uma prova de que os bancos não estão em crise é a
informação, divulgada no primeiro dia da greve dos bancários, de que as
instituições listadas na BM&FBovespa – detentoras de mais de 60% dos ativos
do sistema financeiro brasileiro – preveem aumentar a remuneração fixa de seus
diretores executivos, em 2015, em até 81%.
A
proposta de 5,5% para os bancários não é só dos banqueiros, é também do Governo
Federal que, junto com a FENABAN, compõe a mesa única de negociação. Ao invés
de ajustar o lucro dos bancos, Dilma quer impor mais ajuste aos trabalhadores,
como se já não bastassem os ataques que temos sofrido junto com o restante de
nossa classe desde o início do ano.
E
o pior é que todos os ataques promovidos pelo governo e o Congresso Nacional têm
como objetivo garantir o superávit primário para pagar os juros da dívida
pública, que já consome quase 50% de tudo que é arrecadado no país e cujos
principais credores são os banqueiros e grandes investidores. Ou seja, com a
ajuda do Governo Federal, os banqueiros lucram com a crise e, também de mãos
dadas, tripudiam sobre os bancários, oferecendo um reajuste que não chega
sequer perto da inflação e negando-se a atender nossas demais reivindicações.
GREVE
NACIONAL COMEÇA MAIOR QUE A DE 2014
A
greve começou com uma adesão superior à dos anos anteriores. Em São Paulo, o
sindicato dos bancários informou que, no primeiro dia de greve, pararam 38 mil
bancários, mais do que o dobro do primeiro dia da greve de 2014. Importantes
centros administrativos, envolvendo setores estratégicos como câmbio,
tecnologia da informação e centrais de atendimento ao cliente foram
paralisados. Foram 18 centros administrativos parados no primeiro dia na base
de São Paulo e 35 em todo o país, além das milhares de agências bancárias. Já
no segundo dia, conforme informe do sindicato foram 50 mil trabalhadores, em 616 locais de São Paulo, Osasco e região,
sendo 593 agências e 23 centros administrativos.
Mas,
para aumentar a participação dos bancários, precisamos de democracia. Neste
sentido, não pode acontecer como em São Paulo, onde vamos ter um prazo de sete
dias para ter uma nova assembleia.
A
assembleia não pode ser um fórum que sirva somente para referendar o calendário
do comando nacional de greve. O próprio comando precisa ter os membros eleitos
na assembleia. Quem precisa comandar a greve é o próprio bancário.
POLÍTICA
DA CONTRAF-CUT É BLINDAR O GOVERNO
Diante
da proposta tão insignificante deste ano, esperava-se ao menos alguma palavra
da CONTRAF-CUT acerca do papel do governo Dilma, já que a campanha é unificada
com os bancos públicos e os lucros tanto desses, como dos privados, estão nas
alturas. No entanto, se limitam a apontar, no máximo, a política de cortes e
ajustes do ministro da Fazenda Joaquim Levy. É verdade que esse senhor foi
indicado por Dilma, mesmo sendo um representante direto dos banqueiros,
conhecido pelo arrocho salarial imposto aos servidores, médicos e professores
no Rio de Janeiro quando Secretário da Fazenda do governo Sérgio Cabral. Mas,
ele faz parte do governo e aplica a política econômica com o aval da
presidenta. O governo Dilma é responsável pela imposição que é feita aos
trabalhadores para que paguem a conta da crise. Mesmo assim, a CONTRAF-CUT
evita qualquer tipo de confronto com este governo e não é à toa que adiou o
quanto pôde o início da greve, evitando a unificação com a greve dos Correios e
do INSS.
UNIFICAR
A GREVE COM PETROLEIROS
Hoje
é possível construir uma greve unificada entre os petroleiros e bancários. A
proposta de reajuste salarial feita pela Petrobras de 5,75% é muito semelhante
à da FENABAN. Por isso, concordamos com a afirmação feita pelo Sindicato dos
Petroleiros do Litoral Paulista: “Basta de prejuízos para o trabalhador! Neste
momento em que a patronal e os governos tentam despejar a conta da crise em
nossas costas, devemos unir forças por uma mobilização geral”.
O
calendário de mobilização, paralisações e atos feito pela Federação Nacional
dos Petroleiros vai neste sentido. Agora, falta somente a FUP romper com seu
imobilismo e chamar também seus sindicatos à unificação. A construção da greve
unificada destas categorias pode ser um passo importante, rumo à construção da greve geral no país.
Acompanhe os andamentos desta campanha salarial através do site da nossa representante no CAREF: http://julianacaref.com.br/




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