quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Executivos de bancos de investimento recebem até R$ 3 milhões por ano

Os profissionais de bancos de investimento são os mais bem remunerados do setor bancário no Brasil.


Os números são da última edição da pesquisa sobre salários de executivos realizada pela Michael Page. Profissionais de bancos de investimento são especializados em operações de fusões e aquisições, emissões de renda fixa e variável e estruturação de grandes operações de crédito.

Segundo o gerente da divisão de "banking" da consultoria, Luis Granato, a política de pagamento de bônus vem sendo rediscutida aqui no Brasil. "Desde o final do ano passado, as instituições financeiras que são nossos clientes começaram a pedir aconselhamento sobre como fazer os pagamentos.

A preocupação em saber o que os concorrentes vêm fazendo está crescendo", diz. Segundo o especialista, é cada vez mais comum as instituições adotarem aqui o mesmo que seus pares estrangeiros fazem nos Estados Unidos e Europa desde a eclosão da crise financeira internacional, em 2008: o "diferimento" dos bônus.

Isso significa que em vez de pagar os bônus em dinheiro, paga-se em ações - e o executivo só pode vendê-las no mercado em três anos. "Se sair da instituição antes, perde os bônus", explica Granato. Esta é uma maneira de as instituições desembolsarem menos recursos com esses pagamentos anuais e ainda conseguir reter o executivo. "Muitas vezes eles embolsavam enormes quantias no final do ano e logo depois trocavam de emprego", diz Granato.

A pesquisa não revela essa mudança na política de pagamento de bônus. "É algo que percebemos no contato constante com nossos clientes, principalmente no final do ano. Quando divulgamos a pesquisa, somos procurados pelos departamentos de recursos humanos para ajudá-los a estabelecer as regras de bonificação e contratação para o ano seguinte", afirma.

Segundo Granato, os executivos brasileiros de bancos de investimento demoraram a ver seus bônus serem cortados, redimensionados ou renegociados. Por isso, hoje, seus salários "não deixam nada a desejar" aos dos executivos que ocupam funções semelhantes em grandes bancos em Nova York. Mas segundo o especialista, os bancos estrangeiros de primeira linha com filiais aqui, como J.P.Morgan, ainda são os que pagam os maiores salários.

O setor de "banking" na pesquisa da Michael Page inclui bancos de varejo, de investimento, private equity, butiques de fusões e aquisições, gestoras de fundos, bandeiras de cartões, credenciadoras e empresas de meios eletrônicos de pagamento, financeiras, empresas de leasing e consórcios. Em cada uma delas foram mapeados os salários e remunerações variáveis de diversos cargos, desde os de áreas de suporte até os de vendas.

Depois dos bancos de investimento, quem recebe os maiores salários são gestores de fundos, analistas de ações "buy side" e estrategistas que administram mais de R$ 1 bilhão em recursos - além do fixo, os bônus e participações podem chegar a R$ 1 milhão ao ano. Profissionais de corretoras também podem ganhar até R$ 800 mil por ano em remuneração variável, além de salários que chegam a R$ 50 mil por mês.

Mercado de investimento paga os melhores bônus

"As posições mais almejadas e que melhor remuneram os executivos dentro do mercado financeiro estão dentro das instituições que atuam no mercado de investimento (Investment Banking, Wealth Management e Private Equity) porque estes profissionais estão envolvidos em negócios muito grandes e são responsáveis por carteiras de clientes com valores expressivos e de fundamental importância para o banco", afirma Granato. "Não é raro ver jovens trainees de 20 anos recebendo salários de R$ 11 mil mensais mais luvas de R$ 50 mil por ano", acrescenta o especialista. Mas essa política de bônus está mudando.

Dentro dessa mesma linha, outra área que está remunerando muito bem seus executivos é a de private equity. A atividade é recentemente nova no Brasil, e está crescendo. "Esses fundos compram empresas fechadas, com faturamento de até R$ 400 milhões ao ano, de estrutura familiar e sem plano de sucessão - como Tok Stok, CVC, Dudalina...

Temos cada vez mais casos como esses no Brasil, o que é música para os ouvidos dos profissionais de private equity", diz. Segundo Granato, como é raro encontrar profissionais especializados, é também cada vez mais comum ver gerentes de bancos saindo de seus empregos para assumir posições nesses fundos, onde a remuneração é baseada em risco mas pode superar os R$ 800 mil anuais.

m remunerados do setor bancário no Brasil. Em muitos casos, graças à agressiva política de pagamento de bônus dessas instituições, os profissionais ganham o mesmo, ou até mais, do que presidentes de grandes empresas. O principal executivo de um "investment bank" - o "manager director", que equivale a um cargo de presidente chega a ganhar até R$ 2 milhões ao ano em remuneração variável, além de um salário mensal que pode atingir R$ 80 mil. Somados, são quase R$ 3 milhões em um ano.

Por que a Suécia está revendo a privatização do ensino

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Escolas introduziram publicidade maciça, pressão sobre professores e estímulo permanente à competição. Resultados lastimáveis estão levando defensores da “novidade” a pedir desculpas públicas
Quando uma das maiores empresas privadas de educação faliu, alguns meses atrás, deixou 11 mil alunos a ver navios e fez com que o governo da Suécia repensasse a reforma neoliberal da educação, feita nos moldes da privataria com o Estado financiando a entrega dos serviços públicos aos oligopólios capitalistas e assim causando graves prejuízos para os trabalhadores e a população.
No país de crescimento mais acelerado da desigualdade econômica entre todos os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os aspectos básicos do mercado escolar desregulamentado estão agora sendo reconsiderados, levantando interrogações sobre o envolvimento do setor privado em outras áreas, como a de saúde.
Duas décadas após o início de seu experimento de “livre” mercado na educação, cerca de 25% dos alunos do ensino médio da Suécia frequentam agora escolas financiadas com recursos públicos, mas administradas pela iniciativa privada. Essa proporção é quase o dobro da média mundial. Quase metade desses alunos estudam em escolas parcial ou totalmente controladas por empresas de “private equity”, que compram participações em outras empresas.
Na expectativa das eleições do ano que vem, políticos de todos os matizes estão questionando o papel dessas empresas, acusadas de privilegiar o lucro em detrimento da educação, com práticas como deixar alunos decidirem quando aprenderam o suficiente para passar e não manter registro de notas.
O oposicionista Partido Verde – que, a exemplo dos moderados, apoia há muito as escolas de gestão privada, mas que agora defende um recuo – divulgou um pedido público de desculpas num jornal sueco no mês passado sob o título “Perdoe-nos, nossa política desencaminhou nossas escolas”.
No início da década de 1990, os pais recebiam vales do Estado para pagar a escola de sua preferência. A existência de escolas privadas foi autorizada pela primeira vez, e elas podiam até ter fim lucrativo.
O Reino Unido absorveu muitos aspectos desse sistema, embora não tenha chegado a permitir que escolas custeadas com dinheiro público visassem lucro. Empresas de educação suecas alcançaram países tão distantes como a Índia.
A falência, neste ano, da JB Education, controlada pela empresa dinamarquesa de “private equity” Axcel, foi o maior, mas não o único, caso do setor educacional sueco.
O fechamento da JB custou o emprego de quase mil pessoas e deixou mais de 1 bilhão de coroas suecas (US$ 150 milhões) em dívidas. Os alunos de suas escolas ficaram abandonados.
Uma em cada quatro escolas de ensino médio é deficitária e, desde 2008, o risco de insolvência subiu 188% e é 25% superior à média das empresas suecas, disse a consultoria UC. “São poucos os setores que exibem cifras tão ruins como essas”, disse a UC. Parte do problema resulta da distribuição etária da população, com os números totais das escolas secundárias sofrendo queda significativa desde 2008 e pouca probabilidade de voltar ao antigo nível por uma geração ou mais.
A permissividade do ambiente regulatório também contribuiu. A Suécia substituiu um dos sistemas escolares mais rigidamente regulamentados do mundo por um dos mais desregulamentados, o que levou a escândalos como um caso de 2011 em que um pedófilo condenado pôde abrir várias escolas de forma absolutamente legal.
“Eu disse muitas vezes que é mais fácil abrir uma escola do que uma barraca de cachorro-quente”, disse Eva-Lis Siren, diretora do sindicato de professores Lärarförbundet, o maior da Suécia.
As escolas privadas introduziram muitas práticas antes exclusivas do mundo corporativo, como bônus por desempenho para funcionários e divulgação de anúncios no sistema de metrô de Estocolmo. Ao mesmo tempo, a concorrência pôs os professores sob pressão para dar notas mais altas e fazer marketing de suas escolas.
No início, disseram que a participação privada na educação se daria por meio de escolas geridas individualmente e em nível local. Poucos vislumbraram que haveria empresas de “private equity” e grandes corporações administrando centenas de unidades. “Era uma coisa que não estava sequer nos sonhos mais delirantes das pessoas”, tenta se justificar Staffan Lundh, responsável por questões escolares no governo do primeiro-ministro na época e que hoje dirige a Skolverket, a agência sueca de escolas.
É tão obvio que envolvimento do setor privado e a queda da qualidade estão diretamente ligados que a Skolverket já começa a “vê indícios” de que as reformas de mercado contribuíram para aprofundar o fosso do desempenho escolar.
O referencial Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, nas iniciais em inglês) da OCDE pinta um quadro sombrio, em que a Suécia ocupa atualmente classificação inferior à da Rússia em matemática.
Vinte e cinco por cento dos garotos de 15 anos não conseguem entender um texto factual básico, disse Anna Ekstrom, diretora da Skolverket. Um estudo da agência divulgado no ano passado mostrou um diferencial crescente entre estudantes, em que um número cada vez maior deles não preenche os requisitos necessários para ingressar no ensino médio.
Uma pesquisa da GP/Sifo realizada neste ano com mil pessoas mostrou que 58% são amplamente favoráveis a proibir a geração de lucro em áreas financiadas com dinheiro público, como a educação.
O ministro da Educação, Jan Bjorklund, de centro-direita, dirigente do segundo maior partido da coalizão de governo, formada por quatro partidos, disse que empresas de “private equity” também deveriam ser vetadas como controladoras de empresas do setor de assistência médica, inclusive de assistência aos idosos.
“Acho que acreditamos cegamente demais na possibilidade de mais escolas privadas garantirem maior qualidade da educação”, disse Tomas Tobé, diretor da comissão de educação do Parlamento e porta-voz de educação do governista Partido Moderado. Como são “ingênuos” os neoliberais…
O fechamento de escolas e a piora dos resultados tiraram o brilho de um modelo de educação admirado e imitado em todo o mundo pelos mesmos privatistas e neoliberais que propagandeiam o mercado capitalista como uma espécie de solução milagrosa para todos problemas da sociedade, quando na verdade é o capitalismo quem gera todos os problemas e desigualdades sociais ao concentar toda a riqueza, poder e oportunidades nas mãos de uma classe dominante privilegiada, as custas da miséria, exploração e exclusão de grande parte da humanidade e do empobrecimento crescente dos povos.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Senado: PL da terceirização pode ser votada na quarta-feira (13/11)

11/11/2013 às 14:29

DIAP

Pode ser votado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, na próxima quarta-feira (13), o PLS 87/10, do ex-senador e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que regulamenta a contratação de serviços de terceiros. O projeto ainda será apreciado pela Comissão de Assuntos Sociais em decisão terminativa.

Tal qual o relatório do deputado Arthur Maia (PL 4.330/04), a proposta de Azeredo está pronta para votação no colegiado.
Três curiosidades chamam atenção em relação a este projeto. A primeira é que a matéria ficou mais de dois anos sem parecer, tendo como última relatora, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Tanto na Câmara quanto no Senado, o conteúdo converge com as premissas patronais.

A segunda é que a matéria será apreciada na CCJ e depois na CAS, em decisão terminativa. Ou seja, sendo aprovada e não havendo recurso contra a decisão da comissão vai para a Câmara dos Deputados - Casa revisora.

Quanto a terceira: observem que não se trata de uma coincidência este parecer igual ao do projeto na Câmara. Trata-se, pois, de uma articulação da bancada empresarial que fecha o cerca em torno do tema e dificulta mais ainda uma negociação em bases razoáveis, do ponto de vista do movimento sindical.

Parecer


O substitutivo nada muda o texto em discussão na Câmara dos Deputados. Contempla as premissas apoiadas pelo setor patronal como a terceirização na execução de serviços inerentes a qualquer atividade da contratante (meio e fim) e a responsabilidade subsidiária como regra e solidária como exceção.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Correção monetária dos saldos do FGTS de 1999 a 2013

Você trabalhou ou trabalha de carteira (CTPS) assinada entre os anos de 1999 e 2013? Então este assunto muito lhe interessa! Entenda o porquê

Como você sabe, todo brasileiro com contrato formal de trabalho, regido pela CLT, tem direito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Também tem direito ao FGTS os trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros, atletas profissionais, ainda o trabalhador doméstico, incluído pela EC 72/2013, e, eventualmente, o diretor não-empregado.

O FGTS é regulamentado pela Lei 8.036/90 e trata-se de conta vinculada aberta pelo empregador junto a Caixa Econômica Federal, onde ele deposita mensalmente 8% do salário pactuado, acrescido de atualização monetária e juros. O montante acumulado somente pode ser sacado em momentos especiais, previstos na legislação, por exemplo: como o da aquisição da casa própria ou da aposentadoria e em situações de dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa causa ou em caso de algumas doenças graves.

Então, o FGTS corresponde a 8% do seu salário acrescido de atualização monetária e juros. Isso significa que o FGTS deve ter seu saldo mensal atualizado por duas taxas: a Tara Referencial (TR), que visa corrigir monetariamente e a taxa de juros cujo objetivo é remunerar o capital aplicado.

Ocorre que ao longo desses anos (1999-2013) houve uma deterioração muito significativa dos valores do FGTS, pois a Taxa Referencial não teve a devida correção monetária, não acompanhou os demais índices de correção, tampouco compensou a perda pela inflação.

Ora, a correção monetária pretende recuperar o poder de compra, é um ajuste feito periodicamente tendo em base o valor da inflação de um período, objetivando compensar a perda de valor da moeda. São índices de correção monetária: Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM); Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), etc.

E a Taxa Referencial é índice de correção monetária?

Aí está o X da questão. Apesar da TR ser o índice legal (pois criado pela lei 8.177/91) para atualizar o FGTS, o Supremo Tribunal Federal considerou que a correção pela TR não repõe o poder de compra, deixando os valores de precatórios defasados.

Mas o que tem a ver?

Acontece que ao dizer isso o STF abriu um precedente, ou seja, por alusão, se a TR não serve para corrigir os precatórios, então não serve para corrigir o FGTS, por isso milhões de pessoas estão buscando seus direitos ajuizando ações contra a Caixa Econômica Federal para que corrija o saldo do FGTS do período compreendido entre 1999 e 2013, e aplique um índice que, de fato, sirva para corrigir monetariamente a moeda, como os ditos acima.

Para se ter uma ideia em 12 meses a TR acumula variação de 0,04% enquanto o INPC no mesmo período registra alta de 6,67%.

Então, quem tem direito a reclamar essa revisão do saldos do FGTS desse período?
Todo trabalhador que teve carteira assinada, aposentado ou não, nos últimos 14 anos tem direito à revisão do benefício.

Alguém já ganhou?

Nenhuma ação de revisão de FGTS pelos motivos aqui expostos chegou no Supremo Tribunal Federal, ainda. Mas, nas instâncias inferiores, em processos relativos aos expurgos inflacionários do FGTS (onde também se discutiu a aplicação da TR nos saldos do FGTS) muitas pessoas estão tendo e já tiveram seus pedidos julgados procedentes.

Aguarde! Em breve, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região irá divulgar informações de como proceder.

JusBrasil

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Plano de Funções BB: Sindicato ganha ação que impede redução na remuneração de funcionários com mais de 10 anos em cargos comissionados

Domingo, 03 de Novembro de 2013
In SEEB Brasília

Em ação judicial coletiva (número 197/2013/16 Vara) movida pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decidiu que os trabalhadores do Banco do Brasil lotados em Brasília que tenham 10 ou mais anos em cargos comissionados não poderão sofrer redução de remuneração no âmbito do novo plano de funções.

A decisão, em segunda instância, representa importante vitória na luta contra as ilegalidades do novo plano, implementado unilateralmente pelo BB em janeiro deste ano, e abrange todos os trabalhadores com pelo menos 10 anos em funções comissionadas, independentemente de terem optado ou não pelas novas funções gratificadas (FG) ou de "confiança" (FC).

O TRT decidiu também que a redução da jornada não pode acarretar redução da remuneração. Assim, o BB foi condenado a pagar as diferenças decorrentes do enquadramento em FG. A determinação está sujeita a recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Após esgotados os recursos, as diferenças salariais deverão ser executadas em lotes de empregados, para evitar tumultos. Essa foi a forma de execução de outra ação vitoriosa do Sindicato, a dos anuênios.


Vitória fortalece outras ações da estratégia nacional de luta contra a redução de remuneração

Essa ação faz parte da estratégia nacional na luta contra as ilegalidades do plano de funções, fortalecendo a jurisprudência na defesa dos trabalhadores. O Sindicato dos Bancários de Brasília ingressou com essa ação em fevereiro de 2013, utilizando como embasamento a Súmula 372 do TST, que protege a remuneração dos trabalhadores com dez anos em cargos comissionados. Não obtendo êxito em primeira instância, a assessoria jurídica do Sindicato (LBS Advogados), por intermédio do experiente advogado Paulo Roberto, recorreu ao TRT, alcançando assim a vitória.

A decisão fortalece a luta do Sindicato contra a redução de remuneração nas funções gratificadas, inclusive para aqueles com menos de dez anos em cargos comissionados, que está sendo pleiteada em outra ação judicial coletiva movida pela entidade (processo 1097/2013/6 Vara), com julgamento marcado para dia 19 de dezembro de 2013.

"Desde o momento da implantação do plano de funções, a comissão de empresa dos funcionários do Banco do Brasil (que assessora a Contraf-CUT), que tem representantes de todo o país, discutiu e elaborou uma estratégia nacional de luta contra as ilegalidades implementadas. Foi estabelecido um calendário de paralisações e protestos, visitas a parlamentares e ao governo. Na esfera judicial, os sindicatos elaboraram ação coordenada, buscando vitórias locais para fortalecer a jurisprudência no país. Esse planejamento vem trazendo resultados positivos, essa vitória do Sindicato sendo fundamental para todos os trabalhadores do BB", destaca Rafael Zanon, diretor do sindicato dos bancários de Brasília e representante na
comissão de empresa.

"Nossa atuação no judiciário é pautada pela responsabilidade e estratégia. Realizamos centenas de debates nos locais de trabalho ao longo do ano, esclarecendo os trabalhadores sobre essa tática, que foi elaborada após minuciosos estudos de nossa diretoria e assessoria jurídica, na busca de um resultado final que favorecesse os trabalhadores. Essa vitória representa um passo importante, mostrando que, em momentos de crise, é fundamental agirmos com planejamento e racionalidade. Continuamos na luta, até a vitória", reforça Wescly Queiroz, secretário jurídico do Sindicato dos Bancários de Brasília.

Leia a seguir a Ementa da decisão:


Processo: 00197-2013-016-10-00-0-RO Acórdão do(a) Exmo(a) Desembargador(a) Federal do Trabalho MARIA REGINA MACHADO GUIMARÃES

Ementa: “EMENTA: BANCO DO BRASIL. FUNÇÕES GRATIFICADAS. REDUÇÃO DO VALOR EM FACE DA ALTERAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. As gratificações pagas pelo Banco do Brasil, via de regra, tomavam por base unicamente o cumprimento de jornada de oito horas diárias. Após o ajuizamento de diversas reclamações trabalhistas, nas quais os trabalhadores exercentes de diversas funções pretendiam o reconhecimento de que estavam enquadrados na jornada prevista no caput do art. 224 da CLT e não na exceção do § 2º, o banco criou nova tabela de funções, classificando-as em "funções de confiança", se vinculadas ao cumprimento de oito horas diárias, e em "funções gratificadas", caso o trabalhador esteja atrelado ao limite de seis horas por dia de labor. Assim, as jornadas de trabalho de cada empregado do banco foram fixadas conforme a função ocupada. Não haveria qualquer irregularidade em tal procedimento se o demandado não tivesse reduzido o valor correspondentes às funções gratificadas sob o pretexto de efetuar a adequação à jornada de seis horas diárias. A irredutibilidade do salário é princípio basilar da legislação pátria, somente sendo possível sua mitigação por meio de convenção ou acordo coletivo, jamais por intermédio de regulamento empresarial (art. 7º, VI, da Constituição Federal).”(RO 232-79.2013.5.10.0801.Relator Desembargador Pedro Luís Vicentin Foltran. Julgado em 18.09.2013)

Leia a íntegra da decisão em:
http://www.bancariosdf.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=12198%3Aplano-de-funcoes-bb-sindicato-ganha-acao-que-impede-reducao-na-remuneracao-de-funcionarios-com-mais-de-10-anos-em-cargos-comissionados&catid=13%3Abanco-do-brasil&Itemid=22

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A PRIVATIZAÇÃO DO BB ESTÁ EM CURSO

Após a escandalosa privatização do campo de Libra do pré-sal, cuja exploração foi transferida para empresas estrangeiras, o governo federal anuncia mais um avanço da privatização do Banco do Brasil com o aumento para 30% do limite de participação estrangeira no banco.

Lula e Dilma, durante suas campanhas eleitorais, diziam que o PT no poder defenderia as empresas públicas. Que o BB, a Caixa e a Petrobras não seriam privatizadas nos seus governos. Que este risco existia apenas com a vitória do PSDB nas urnas. Dilma afirmou ainda que privatizar o pré-sal seria um crime e que ele era nosso passaporte para o futuro. Mas a realidade nos mostra a cada dia que o verdadeiro compromisso dos governos do PT é com o capital privado e não com os trabalhadores.

Em 2002, no final do governo FHC, a participação de capital estrangeiro no BB era de 0,9% e a quantidade de ações negociadas em bolsa não alcançava os 7%. Em 2006, o governo Lula aumentou para 12,5% o limite para a participação estrangeira no banco e, em 2009, para 20%. Em julho de 2010, último ano do governo Lula, o total das ações negociadas em bolsa passou dos 30% e a participação de estrangeiros no BB saltou para 16,2% da composição acionária. A participação da União obviamente caiu bastante, de 72% em 2002 para 58% em 2013. Agora, Dilma, através de decreto presidencial, aumenta para 30% o limite da participação estrangeira no BB. A ampliação de capital privado e estrangeiro dentro do banco e a redução da participação da União não tem outro nome: é PRIVATIZAÇÃO!

O governo declarou ser do seu interesse a mudança para 30%. O vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do banco, Ivan Monteiro, disse que a medida estava em estudo a seis meses e que busca “dar mais liquidez às ações da instituição e, assim, assegurar ganhos aos acionistas diante de mudanças previstas para 2014 no índice Bovespa”. Nesta sexta-feira, o mesmo dia da publicação do decreto presidencial, foi divulgada, na intranet do BB, uma declaração de Dilma aos funcionários do banco na qual dizia ser ele “uma empresa de mercado com alma de pública". 
É isso que fazem os governos do PT: colocam a estrutura pública a serviço dos ganhos privados!

As consequências desta medida serão o aprofundamento de uma gestão privada dentro do BB, que visa os lucros recordes a qualquer custo.
Para nós, funcionários, significará imediatamente o aumento da pressão por resultados e, com ela, as metas sem limites, o assédio moral, as reestruturações, a piora das condições de trabalho e um violento adoecimento. Enfrentaremos, certamente, a tentativa de ataques futuros aos nossos direitos e um endurecimento ainda maior nas negociações salariais com o banco. Sofreremos ainda com o aumento da terceirização, que hoje já nos tira postos de trabalho e transfere o serviço para trabalhadores com menores salários, sem direitos e condições de trabalho ainda mais precárias que as nossas. Veremos ainda a expansão dos correspondentes bancários e o aprofundamento dos contratos com empresas terceirizadas que oferecem o menor preço e praticam todo o tipo de ilegalidade, dando calote nos trabalhadores, como vemos acontecer de forma sistemática com vigilantes, telefonistas e trabalhadores da limpeza, sem qualquer compromisso do banco.


Os representantes dos trabalhadores não podem se calar diante deste ataque

No site do Sindicato dos Bancários do Rio e da Contraf/CUT, é muito comum constarem artigos elogiando o governo federal e sua política econômica. Mas é necessário ser coerente com a função de representante dos interesses dos trabalhadores. A culpa pelas mazelas que vivemos no BB não é apenas da direção da empresa, mas sobretudo do governo que determina o papel do banco dentro de sua política econômica e a quem está submetida aquela direção. A alteração do capital do BB faz do governo Dilma  o principal responsável pelas práticas antissindicais e pela gestão baseada no assédio moral, que hoje adoece e mata os funcionários. Exigimos que a Contraf/CUT denuncie este grave ataque e tenha uma atuação verdadeiramente independente do governo!


Uma resposta às ameaças da DIREF: Quem descumpre acordos é o BB

Em mais uma tentativa de nos intimidar, o Banco divulgou uma mensagem ameaçando, sob o ponto de vista disciplinar, aqueles que se recusarem a compensar as horas da greve. O BB foi responsável por um impasse nas negociações durante a greve, pois era o único banco que insistia na compensação total das horas, em 180 dias. Derrotado naquela discussão, agora o BB tenta de todas as formas impor o medo e um sentimento de derrota aos grevistas, jogando todo o funcionalismo contra a greve, este instrumento de luta, legal e legítimo, dos trabalhadores.

A direção do Banco orientou os gestores a pressionar os funcionários para que eles compensem as horas e a “renegociar” as ausências, como férias e abonos. No ano passado, diante de toda a pressão feita pelo banco e da desmarcação das férias dos funcionários, o Ministério Público do Trabalho (MPT) acolheu denúncia contra o BB por prática antissindical.

Vejamos a cláusula da Convenção da FENABAN deste ano, que regulamenta a compensação de horas da greve.
"Os dias não trabalhados entre 19 de novembro de 2013 e 14 de outubro de 2013, por motivo de paralisação, não serão descontados e serão compensados, com prestação de jornada de trabalho limitada 1 (uma) hora diária , no período compreendido entre a data de assinatura desta Convenção Coletiva de Trabalho até 15 de dezembro de 2013, e, por consequência, não será considerada como jornada extraordinária, na forma da lei.”

O acordo tem exatamente a mesma redação do ano anterior, avançando para o limite máximo de compensação de uma hora diária e não duas. O acordo não estabelece nenhum percentual mínimo de compensação, apenas o máximo, nem qualquer punição ao funcionário que não realize a compensação. Consta, sim, que em 15 de dezembro a compensação estará encerrada.

O que todos sabemos, mas o BB não fala, é que nenhuma compensação é justa pois a greve só foi deflagrada e se estendeu devido à intransigência do governo e dos banqueiros nas negociações.
Ele não fala também que quem descumpre acordos coletivos é a direção da empresa, que descomissiona por ato de gestão tendo assinado um acordo onde consta uma cláusula que exige três avaliações ruins na GDP para ocorrer o descomissionamento. Que, pelo segundo ano seguido, não concede aos seus funcionários o reajuste do piso salarial que consta no acordo da Fenaban assinado também pelo BB. Que incentiva a prática do assédio moral pelos seus gestores ao mesmo tempo que diz combatê-lo.

Estamos de olho! Não assine nenhum cronograma de reposição das horas de greve
Não admita a desmarcação de suas férias

Denuncie qualquer assédio e intimidação feitos pelo gestor

domingo, 20 de outubro de 2013

Exército já ocupa frente de hotel onde ocorrerá leilão do pré-sal

20/10/2013 - 11h51

Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - As tropas do Exército já estão posicionadas em frente ao Hotel Windsor Barra, no Posto 4 da Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, onde nesta segunda-feira, a partir das 14h, ocorrerá o primeiro leilão de Libra, do pré-sal da Bacia de Santos, atendendo às novas regras do modelo de partilha.

Os militares ocupam a entrada do hotel desde a meia-noite de hoje (20), equipados com escudos e armas não letais. A tropa está preparada para agir em casos de manifestações, que estão sendo convocadas pelos petroleiros em greve e pelos movimentos sociais que apoiam a paralisação, contrários ao leilão da camada do pré-sal. Os petroleiros estão parados, por tempo indeterminado, desde quinta-feira (17).

Os black blocs, grupos que se vestem de negro e usam máscaras contra gás, presentes em todas as manifestações, estão convocando pelas redes sociais para um ato unificado amanhã, a partir das 10h, na praia da Barra da Tijuca, entre a Ponte Lúcio Costa e a Praça do Ó. O texto diz que o ato unificado é "Um milhão contra o leilão, a opressão e pela educação". Os black blocs também estão marcando uma concentração, às 17h, na Candelária, para um ato ao longo da Avenida Rio Branco, com término na Cinelândia.

A segurança na região da Barra da Tijuca, onde ocorrerá o leilão, será feita pelo Exército, com o reforço da Marinha, da Força Nacional e da Polícia Militar. O patrulhamento ostensivo começou na madrugada de hoje (20), na faixa do litoral e nas vias do entorno do Hotel Windsor. A área de atuação das forças de segurança está delimitada pelas avenidas Lúcio Costa, Érico Verissímo, Armando Lombardi, Afonso Arinos de Melo Franco e o Canal de Marapendi.
 
O efetivo total empregado na operação é formado por cerca de 1.100 homens, entre militares e policiais federais e estaduais, policiais civis, guardas municipais e funcionários públicos. Em nota, o Comando Militar do Leste (CML) pede aos motoristas que evitem a região entre hoje e amanhã, por causa de retenções no tráfego nas vias próximas ao hotel.

De acordo com o assessor de imprensa do CLM, coronel Roberto Itamar, "as coisas estão acontecendo progressivamente", com o efetivo total a ser empregado até o início da manhã desta segunda-feira.

O comando das operações está a cargo do general Lundgren, coordenador do Centro de Operações do Comando Militar do Leste e pelo general Nolasco, comandante da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada no Rio de Janeiro.

Edição: Graça Adjuto


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sábado, 19 de outubro de 2013

1 Milhão contra leilão do Pré-Sal

Todos contra o Leilão do Pré- Sal   #  Contra a Opressão  #   Pela Educação

Segunda       21 de Outubro de 2013 

10 Hs    -   Barra da Tijuca (Hotel Windsor)

17 Hs   -   Candelária



Nas jornadas de junho, a população brasileira tomou as ruas do Brasil para lutar contra o aumento das tarifas dos transportes públicos e por direitos sociais. O despertar de muitos, assustou os governantes. Essa luta segue firme com a greve dos profissionais da educação e a defesa da educação pública que vem arrastando milhares no Rio de Janeiro. E nessa segunda-feira, 21 de outubro, essa história terá mais um importante capítulo: barrar o criminoso leilão do pré-sal brasileiro. 

A presidenta Dilma Rousseff contraria suas promessas de campanhas e promove a maior privatização do patrimônio público do país com a entrega do pré-sal para multinacionais estrangeiras. Nem os escândalos de espionagem dos EUA fizeram o Governo Federal recuar.

O leilão do campo de Libra acontecerá nesta segunda-feira (21), no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca. Os movimentos sociais farão uma manifestação em frente ao hotel na mesma data, a partir das 10h. O objetivo é barrar a privatização do pré-sal e exigir que todos os recursos do petróleo sejam destinados para educação, saúde, moradia, energias limpas. Não queremos apenas os 15% referentes aos royalties, queremos que todo o dinheiro do petróleo esteja à serviço do povo brasileiro. 

O Sindipetro-RJ disponibilizará transporte saindo do Centro do Rio de Janeiro para facilitar o deslocamento dos manifestantes. Os ônibus sairão a partir das 7h da manhã da Av. República do Paraguai, que fica entre o edifício sede da Petrobrás, o BNDES e a Catedral do Rio de Janeiro. 

Todo Petróleo Tem que Ser Nosso!

Em 1995, com a lei que quebrou o monopólio estatal e instituiu a privatização do petróleo brasileiro, FHC chamou o Exército para ocupar as refinarias e calar a voz dos petroleiros. Em 2013, Dilma Rousseff convoca as Forças Armadas para garantir o leilão de Libra. A Presidência da República se volta contra o povo e abdica da soberania nacional para garantir os interesses das grandes corporações empresariais. Leiloar Libra, o maior campo de petróleo do Brasil, uma riqueza estimada em 1,5 trilhão de dólares, é trair trabalhadores, estudantes, aposentados e jovens. 

Brasileiras e brasileiros, no dia 21 de outubro, vamos manifestar nossa indignação. Vá para as ruas com a Bandeira do Brasil, vista-se de preto, coloque fitas pretas nos carros e panos pretos nas janelas, em sinal de luto pelo Brasil.

 Não ao leilão de Libra


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Conheçam a canção MUITO BRASILEIRA da dupla mineira, radicada em Curitiba: Zezé Chagas & Simões



Letra e música belíssima


MUITO BRASILEIRA
Sim, eu sou mulher brasileira,
E o sangue latino
Acende meu corpo
Nem é preciso contar
É só ver meu olhar
E as expressões do rosto

Sim, eu sou mulher,
E ser mulher, desde Adão,
Requer sinônimos
Eva, Pandora, Helena,
Maria, Madalena, Cleópatras
Utópicas do gozo

Por eu ser mulher
Me querem doce e eu, às vezes,
Sou como se fosse
Se a vida não é fácil
Sei jogar meu laço
E quando enlaço, adeus moço!

Por eu ter este jeito
Me chamam de fronteira,
Garimpeira, guerrilheira...
Eu sou sim, não nego...
Muito brasileira!


JOAQUIM SIMÕES RIBEIRO

Privatização do banco Banestado completa 13 anos, benefícios para os paranaenses ficaram no discurso

Neste dia 17 de outubro, a privatização do Banestado (Banco do Estado do Paraná) completa 13 anos. Engolido pela política de favorecimento aos grandes tubarões do sistema financeiro nacional, encaminhada durante o governo neoliberal de FHC, o banco público paranaense foi levado a leilão e arrematado por apenas R$ 1,6 bilhão pelo Itaú.

O argumento usado na época pelo então governador do Estado, Jaime Lerner, para a venda era de que o Banestado estava quebrado, de que era utilizado para a realização de operações de empréstimos irregulares e de que com a privatização o atendimento à população paranaense seria melhorado. Este mesmo destino tiveram o Banespa, Banerj, Bemge e diversos outros bancos públicos estaduais, quase todos comprados a preços módicos pelos bancos Itaú e Bradesco.

Nesta transação, o banco Itaú levou a parte “boa” do banco, formada pela rede de agências, carteira de clientes, imóveis, R$ 1,6 bilhão de créditos tributários e o direito de operar as contas do Estado por cinco anos. Além disso, ficou com 21% das ações da Copel, dadas pelo governo Lerner como garantia pela compra de títulos “podres” de Osasco, Guarulhos e dos Estados de Alagoas, Santa Catarina e de Pernambuco.

O processo de ”saneamento” feito pelo governo do Estado iniciado em 1997 resultou numa dívida de R$ 5,6 bilhões junto ao Banco Central. O governo do Paraná ficou ainda com R$ 1,5 bilhão de créditos irrealizáveis. No início deste processo foram cortados cerca de 8300 empregos diretos no Banestado, atingindo bancários, pessoal da limpeza, copa, vigilantes, fornecedores e outros.

Desmonte da rede

Após ter assumido o controle do então banco público paranaense, por volta de 2001 o banco Itaú desencadeou uma onda de fechamento de dezenas de agências em municípios de pequeno porte no interior do Paraná, consideradas deficitárias.

Ao mesmo tempo, o banco demitiu milhares de funcionários, jogando o discurso feito por Jaime Lerner de que a privatização traria benefícios aos paranaenses. Atualmente, o banco Itaú Unibanco mantém várias agências nas pequenas cidades funcionando com apenas um funcionário, sem portas de segurança e com estrutura precária, muitas delas ainda utilizando mobiliário da época do Banestado.

Na ânsia de elevar ainda mais seus lucros já exorbitantes, o banco Itaú Unibanco segue em frente com o enxugamento de seu quadro no Estado. Segundo levantamento feito pelos Sindicatos filiados à FETEC-CUT-PR, entre janeiro de 2010 a outubro de 2012 o banco promoveu 704 demissões de bancárias e bancárias no Paraná. E as demissões continuaram nestes últimos 12 meses!

Assim, no aniversário de 13 anos de privatização do Banestado não há nada o que se comemorar, muito pelo contrário.

Por Armando Duarte Jr.

NOTÍCIA COLHIDA NO SÍTIO www.vidabancaria.com.br


 P. S.: notícia dos 12 anos da privatização do banco Banestado atualizada 1 ano depois.

MPT cobra multa de R$ 6,4 bi de bancos por terceirização de funcionários

17/10/2013 às 13:30
Reuters


O MPT (Ministério Público do Trabalho) abriu ação contra os seis maiores bancos do país pelo que julga terceirização ilegal na contratação de correspondentes bancários e pede indenização de R$ 6,4 bilhões.

As instituições financeiras acusadas pelo MPT são Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e HSBC, além do Banco Central e os Correios.

O MPT também pede anulação da contratação do serviço e o reconhecimento dos dos trabalhadores como bancários, que incorreria em pagamento de diferenças salariais, auxílio-refeição e horas extras, e reconhecimento da jornada de trabalho de seis horas. A multa por descumprimento é de R$ 10 milhões por dia, segundo o MPT.

O valor da indenização pedido é equivalente a 10% do lucro das instituições em 2012 que corresponde a R$ 1,23 bilhão para o Banco Central, R$ 1,4 bilhão para o Itaú e R$ 1,22 bilhão para o Banco do Brasil.

Para a Caixa, o valor pedido é de R$ 610 milhões, além de R$ 1,13 bilhão para o Bradesco, R$ 630 milhões para o Santander, R$ 130 milhões para o HSBC e R$ 52 milhões para os Correios.

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), os correspondentes bancários constituem uma inovação financeira que, por diminuir a necessidade de escala na oferta de serviços financeiros, facilita e amplia o acesso da população a esses serviços, principalmente em áreas distantes e carentes.

A Federação acrescentou que o trabalho dos correspondentes não limitou o crescimento do número de agências. A participação deste tipo de serviço no total de transações bancárias no Brasil representa 4% e tem se mantido neste nível desde 2008.


"O objetivo dos Correios é levar serviços bancários básicos à população brasileira, proporcionando inclusão financeira e social, com atenção especial às pessoas de baixa renda", diz nota da empresa.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Moção de Repúdio ao Comando Nacional dos Bancários


MAIS UM PASSO PARA A ISONOMIA NO BB

Projeto de lei que trata da equidade de direitos entre bancários é aprovado na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. A ANABB, na qualidade de representante do funcionalismo do BB, acompanha a tramitação do projeto no Congresso Nacional

Por Ariane Povoa

Ana Beatriz de Oliveira, assessora de Tecnologia da Informação (TI) do Banco do Brasil, ingressou na instituição no início de 2001. Ela faz parte do segmento denominado “pós-98” e aguarda o retorno de muitos benefícios perdidos pela categoria.

“Ter entrado no BB sabendo que havia situação discriminatória em relação aos antigos funcionários trouxe certo desconforto e sentimento de injustiça. Há anos tentamos contornar essas desigualdades por meio de greves e convenções anuais. A aprovação do Projeto de Lei (PL) da Isonomia nos devolverá esses direitos e trará mais tranquilidade aos pós-98”, afirma a bancária.

No início do mês de julho, Ana Beatriz assim como os demais funcionários pós-98 do Banco do Brasil tiveram importante conquista: o PL nº 6.259/2005 (PL da Isonomia) foi aprovado por unanimidade na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), da Câmara dos Deputados.

Criado em 2005 pelos então deputados Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Inácio Arruda (PCdoB/CE), o projeto dispõe sobre isonomia salarial, benefícios e vantagens dos empregados do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Casa da Moeda do Brasil, do Banco do Nordeste e do Banco da Amazônia.

Caso o PL da Isonomia se torne lei, os empregados terão equidade de direitos referentes a tabela de vencimento-padrão, licença-prêmio, abono, Programa de Assistência Social (PAS), remunerações diversas, férias de 35 dias após 20 anos de trabalho, além de outras vantagens, sem necessidade de convenções coletivas anuais para tratar desses temas.

O projeto tramita em regime ordinário e conclusivo e segue agora para a Comissão de Finanças e Tributação (CFT), para análise de mérito e adequação financeira e orçamentária, e para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), para análise de constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa. Será encaminhado ainda ao Senado Federal, que, aprovando o projeto sem alterações, o enviará para sanção do presidente da República, a fim de que se torne lei.

Em relação ao impacto financeiro nas folhas de pagamento das instituições financeiras públicas federais, a ANABB realizará estudo técnico para verificar a real influência nos orçamentos. Análises semelhantes apresentaram que o impacto será da ordem de 0,5% a 1,5%, dependendo das estruturas internas de remuneração. É importante ressaltar que a isonomia pretendida não é retroativa e tem efeitos a partir de quando a lei entrar em vigor, ou seja, com a sanção presidencial.


“Independentemente do resultado da pesquisa e do valor real que vai impactar no orçamento, a ANABB tem a convicção de que qualquer desigualdade de direitos deve ser revista. O Banco do Brasil deve buscar sempre a equidade no quadro funcional”, afirma o presidente da ANABB, Emílio Rodrigues.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Os bancários têm uma tarefa fundamental: mudar o roteiro das últimas campanhas salariais!

Os bancários têm uma tarefa fundamental: comparecer às assembleias em todo o país para dizer um sonoro não à proposta rebaixada da Fenaban! Neste ano, podemos e devemos mudar o roteiro das últimas campanhas salariais!
Querem derrotar o nosso movimento impondo a compensação dos dias de greve. Neste ano, a Fenaban conseguiu piorar a proposta: compensação integral em 180 dias!

Não podemos aceitar nenhuma proposta que inclua a compensação!

Os bancos usam a compensação para punir os grevistas e jogar os bancários contra este instrumento legítimo de luta dos trabalhadores. Por isso exigimos o abono total dos dias de greve!
A proposta de 8% de aumento está muito aquém do que os bancos têm condições de pagar e também aquém do que podemos conquistar. Mas, ainda mais importante que o índice são as propostas específicas do BB e da CEF, que ainda não foram apresentadas. Queremos respostas concretas do BB para questões como:

*Jornada de 6 horas sem redução salarial;
* Fim da terceirização na área meio;
* Reajuste no piso, que no ano passado foi inferior ao da Fenaban;
* Fim das metas individuais como critério de avaliação na GDP;
* Fim da lateralidade e a volta das substituições*
*Incorporação das comissões aos salários após 10 anos;
*Fim dos descomissionamentos e demissões por ato de gestão;
*Nos PSO's, a extinção do conceito de caixa lider, nomeação de todos os caixas substitutos e aumento de 30% da dotação (Gemod e Caiex) do PSO nas SOP

Você pode achar que não, mas você faz diferença! Chamamos todos os grevistas a comparecer às assembleias para dizer um sonoro não às propostas rebaixadas. Não fizemos 22 dias de greve por 2%. Podemos conquistar mais! A greve não é do Comando Nacional! A greve é dos bancários!


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Agora é para valer, fazer diferente e avançar na GREVE

Por conta de uma futura crise, a partir de 2012 os bancos implantam uma política agressiva contra o funcionalismo. Os privados via sobrecarga de trabalho, demissões e aumento da rotatividade. Nos públicos,principalmente no BB, via reestruturações que acabam desestruturando á  vida de vários colegas e prepararam vários setores do banco para uma futura terceirização.

No fim de janeiro foi implantado unilateralmente o plano de cargos e funções, que de imediato representou a perda salarial do havíamos conquistado em uma década. E a longo prazo trará maiores perdas em nossas carreiras. Junto com o plano de cargos e funções reativaram as famigeradas CCVs, uma forma “malandra” de diminuir o passivo trabalhista nas costas do  trabalhadores. E o que falar da Gedip, onde o funcionário dividi os riscos do negócio com o banqueiro, com certeza esta deve ser uma medida que não tem amparo legal e cabe a nós pressionar nossas direções sindicais a acabar com este absurdo.

Diante do quadro atual, em que os bancos em nome da busca pelo “índice de eficiência” ou do “mais por menos”, tão decantados pelos novos executivos  pagos a peso de ouro para implanta-las, só nos resta a reação. E de que armas dispomos ? Nossa consciência e disposição de luta, precisamos fazer desta uma GREVE forte. Precisamos deixar claro que não voltaremos ao trabalho sem:

*Aumento decente, de acordo com os altos lucros dos bancos,

*Piso do Diese;

*Fim da Gedip;

*Isonomia salarial e de direitos;

*Plano de cargos e salários;

*Volta das substituições;

*BB 100% estatatal;

*Abono dos dias parados,

*Reversão para falta greve e restituição dos valores descontados por conta da paralisação do dia 30/08.

Outra questão importante nesta campanha, precisamos tirar o governo de trás da Fenaban. Nós sabemos que quem nomeia a diretoria do BB e CEF é o governo, quem traça as políticas gerais e cobra resultados é o governo e o ministério da Fazenda. Nós somos funcionários concursados do Banco do Brasil, não somos funcionários da Fenaban. Portanto o governo não pode terceirizar a Fenaban a definição do índice de reajuste que teremos.

Um governo que eleito com o voto dos trabalhadores, hoje nos dá as costas, muito mais preocupado com a campanha eleitoral de 2014. Mais preocupado em agradar os grandes financiadores de campanha, como empreiteiros e banqueiros, agradar a grande mídia do que atender as demandas da classe trabalhadora.

Por 11 anos a Contraf CUT fez malabarismos para manter o governo atrás do escudo da Fenaban, mas agora é a hora. Como diz na musica do Vandré “Quem sabe faz a fora, não espera acontecer.” Vamos fazer desta uma campanha salarial diferente e cobrar do governo uma posição, afinal de que lado eles estão ao lado do patrão ou ao lado do bancário, do trabalhador.

Como avançar na GREVE:

Nosso movimento tem que crescer a partir da adesão dos colegas que estão trabalhando  nas contingências, shopings e prédios comerciais. O trabalho agora é de convencimento, vamos contatar aqueles com que temos maior intimidade e fazê-los entender que numa greve forte não existe a possibilidade de retaliação já que é grande o número de funcis a que aderiram a greve.

Também não podemos aceitar pressão dos gestores, nestes casos denuncie ao sindicato, isto é prática ilegal, anti-sindical. Para finalizar, vamos fortalecer nosso movimento a partir do convencimento dos nossos colegas que ainda não aderiram a greve. Telefone, mande um email, um recado no face. Agora é prá valer.