sábado, 23 de junho de 2018

Vem pra luta. # A CASSI é nossa


Pelos eleitos na Cassi: 

Karen Simone D’Ávila, Ronaldo de Moraes Ferreira, Angelo Argondizzi e Leodete Sandra Cavalcanti Silva

Em resposta ao Boletim enviado em 20/06/18, pela Diretoria de Gestão de Pessoas do Banco do Brasil, é preciso esclarecer a realidade ao conjunto dos funcionários do Banco. Apesar de sermos representantes eleitos pelo funcionalismo, não temos como atingir todos os bancários como a direção do banco tem. Neste sentido, pedimos que os colegas nos ajudem a divulgar as informações abaixo:

1) É preciso desmontar a campanha de chantagem que o banco faz em relação aos associados. Se a CASSI fosse inviabilizada, o BB responderia a milhares de ações judiciais seja pelos associados ou pelos prestadores. Teria que fazer um provisionamento bilionário no seu balanço para pagamento destas ações e a imagem do banco sofreria um prejuízo ainda maior. O fantasma da intervenção da ANS faz parte do cenário de medo que o BB tenta montar para aprovar sua proposta, mesmo a direção sabendo que o primeiro a ser responsabilizado é o patrocinador. Esta afirmação não foi feita por nós, mas pela própria consultoria contratada pelo banco em apresentação feita aos conselheiros da CASSI. Queremos a resolução do problema, mas não aceitaremos chantagens.

2) O responsável pela situação da CASSI é o Banco do Brasil. Sua política, dos últimos anos, de achatamento salarial com pagamentos indiretos através de PLR, vale alimentação e refeição, PDG, dentre outros, diminui as contribuições na CASSI e PREVI. Os planos de aposentadorias, as reestruturações com descomissionamentos, além da não realização de concursos e novas contratações, são os principais responsáveis pela redução do custeio no plano de associados. O ritmo de trabalho e o assédio moral aumentam o adoecimento da categoria, fazendo com que os custos de utilização do plano sejam elevados.

3) O banco tem sido responsável por grande parte dos problemas de gestão da CASSI, seja por uma descontinuidade administrativa causada pela troca dos indicados várias vezes, seja por problemas em suas próprias diretorias, como é o caso dos investimentos em TI. É vergonhoso o banco fazer propaganda para aprovar o “memorando de entendimentos” dizendo que resolveria a questão financeira da CASSI e depois de um ano afirmar que o dinheiro não era suficiente. Lembramos que foi afirmado que o memorando resolveria o problema da CASSI até 2019.

4) Sobre a resolução da CGPAR, temos que esclarecer que não possui força de lei, portanto não faz exigência legal sobre a alteração do estatuto da CASSI. Mesmo se fizesse, a previsão para adequação é de 48 meses, a partir de 18 de janeiro de 2018. Por ser um ato interno do poder executivo, não existe nenhuma garantia que o novo governo mantenha sua vigência, além de já haver projeto de decreto legislativo que anula suas ações.

5) A cogestão não onera a CASSI, ao contrário, garante que as decisões atendam aos interesses dos associados e do patrocinador. O banco tem propagado informações acerca das indecisões na governança da CASSI como problema para andamento da gestão, porém não informa os números do total de decisões que foram solucionadas e a quantidade que se manteve sem decisão. Exigimos que isso seja informado aos associados!

6) Ao defender a criação de duas novas diretorias a serem entregues ao mercado e instituir o voto de minerva para o patrocinador, a proposta do BB não tem interesse de resolver um problema de gestão, pelo contrário, pretende entregar todo o poder ao banco e enfraquecer o poder dos associados, acabando com a paridade.

7) Importante afirmar que a proposta rompe com princípios da CASSI, pois penaliza quem ganha os menores salários e aposentadorias. Estes pagarão um percentual maior do salário por dependente.

Diante disso, lamentamos a decisão do banco de não fazer um debate com o conjunto do funcionalismo e suas entidades sobre sua proposta. Não queremos monólogos de apresentações impostas em reuniões com gestores.
Na condição de representantes eleitos, vamos manter nossa luta pela manutenção da solidariedade, paridade e contrário ao voto de minerva.

Vem Pra Luta! A Cassi é Nossa!
Apoio: Coletivo Opinião Bancária



Senado abre consulta pública sobre a venda do Aquífero Guarani


Já há algum tempo que se debate a respeito da tentativa de venda a investidores estrangeiros por parte do atual governo brasileiro do aquífero Guaraní – uma das maiores reservas de água do mundo, que, ao longo de seus 1 milhão e 200 mil quilômetros quadrados de extensão, abrange uma parte dos territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e principalmente do Brasil. 70 por cento de sua área encontra-se no subsolo da região centro-sudoeste do Brasil, em cerca de 840 mil quilômetros quadrados.

Por mais criminosa, absurda e corrupta que a proposta de abertura de tal tesouro nacional para investidores estrangeiros, o fato é que, de forma sorrateira e ardilosa o projeto de venda vai ganhando corpo. A consulta popular a respeito da possibilidade da criação de um mercado privado de águas, aberta recentemente pelo Senado, abre espaço para justamente tal transação.

O projeto de lei não explica com maiores detalhes a criação de tal mercado, e ao que tudo indica, até mesmo o recente (e obsceno) encontro entre Michel Temer e a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lucia – investigado e investigadora em amistoso jantar – tinham a negociata como pano de fundo.

Se a vontade popular e a soberania nacional fossem respeitadas no Brasil, a consulta seria, no entanto, uma boa notícia: até o fechamento dessa matéria, o resultado era acachapante, com 448 votos em apoio à lei, e mais de 46 mil contrários.

In:https://www.hypeness.com.br/2018/03/senado-abre-consulta-publica-sobre-venda-do-aquifero-guarani/?utm_source=facebook&utm_medium=hypeness

domingo, 3 de junho de 2018

Quem governa nossos governantes ou o Poder invísivel


Reproduzimos o texto abaixo publicado no Le Monde Diplomatique, importante para entender a crise brasileira. O título poderia ser , “ Quem governa nossos governantes ?” ou “ O poder invisível “



1 – O foco do poder não está na política, mas na economia. Quem comanda a sociedade é o complexo financeiro-empresarial com dimensões globais e conformações específicas locais.

2 – Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder.

3 – O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa com aparência de realidade para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.

4 – Os grandes meios de comunicação não se constituem mais em órgãos de “imprensa”, ou seja, instituições autônomas, cujo objeto é a notícia, e que podem ser independentes ou, eventualmente, compradas ou cooptadas por interesses. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos que também compõem o complexo financeiro-empresarial que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião.

5 – Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.

6 – O complexo financeiro-empresarial global pode apostar ora em Lula, ora em um político do PSDB, ora em Temer, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer um desses de acordo com sua conveniência.

7 – Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.

8 – O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.

9 – Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa: eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais para o serviço da dívida, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.

10 – Se a conjuntura indicar que Temer não é o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobre o destino de seu país.

11 – Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo financeiro-empresarial (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.

12 – A queda de Temer pode ser uma coisa boa. Mas é um movimento tático em uma estratégia mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que virá depois.

13 – Lembremo-nos: eles são mais espertos. Por isso estão no poder.
  

Maurício Abdalla é professor de filosofia na Universidade Federal do Espírito Santo



Nelson  Gonçalves da Silva
Delegado sindical
Coletivo Opinião Bancária