sábado, 12 de maio de 2018

A política do medo e a sobrevivência da Cassi


A redução do poder de compra dos nossos salários, a redução do quadro funcional e a informatização dos processos vieram para aumentar a lucratividade do Banco. O direito à saúde complementar é um direito do nosso contrato de trabalho, portanto, uma obrigação do BB. Qualquer empresa séria, calcularia o valor que precisaria aumentar no aporte à Cassi e separaria desse lucro que foi MUITO ampliado.

Os deficit recorrentes da Cassi preocupam muito todos os funcionários. A Cassi é um patrimônio construído há mais de 70 anos por nós. É um tema sensível, pois envolve a saúde de nossos familiares. Foi se apoiando nesse medo que temos de perder a Cassi, a Direção do Banco do Brasil teve a ousadia de apresentar a proposta do dia 24.04.2018.

A proposta joga a conta da ineficiência do Banco na gestão da Diretoria Financeira da Cassi para nós, os associados. Quebra a solidariedade, aumenta os gastos administrativos com a criação de mais diretorias, cria o voto de minerva, não se compromete a manter os novos funcionários no plano, nem de manter o pagamento de 60% da contribuição quando nos aposentarmos (direito que está em discussão desde a publicação da Resolução número 23 da CGPAR).



É um pacote de maldades tão grande, que precisaremos explicar ponto a ponto.

1) A proposta fere o princípio da solidariedade quando estabelece a cobrança por dependente. Para piorar, estabelece que o valor será uma montante fixo em R$. Evidente que R$ 144, 23 pesa muito mais para um escriturário que ganha menos de R$ 3.000,00 do que para um gerente-geral ou um executivo do BB. Para piorar ainda mais, diferencia os valores entre o pessoal da ativa e os aposentados. Isso significa o início da “desresponsabilização” do patrocinador em relação aos aposentados porque o banco não patrocinaria nenhum valor para os dependentes dos colegas aposentados.

2) Proposta do fim da gestão paritária. O BB propõe a criação da diretoria de “Produtos e Programas e Rede de Atendimento” que seria escolhida no mercado e seria preenchida por técnicos que atuam nos planos de saúde privados. Devem ser os excelentes técnicos que participaram da quebra de vários operadoras privadas no último período ou aqueles que estão propondo cobrar franquias nos planos de saúde como se a nossa saúde fosse equivalente a um automóvel. Nos Conselhos, o Banco teria o voto de minerva para desempatar votações. Nós realmente acreditamos que o patrocinador, que sempre fez a gestão financeira e nos levou a esse estado pré-falimentar, tem condições de decidir tudo no canetaço?

3) A pegadinha de transformar a nossa parte da contribuição extraordinária em eterna e desaparecer com a parte do Banco é a cereja do bolo de maldades. Mais uma vez, percebemos que o Memorando de Entendimento só serviu para nos trazer para uma situação bem pior. Naquela época o BB não se comprometeu com valor de contribuição percentual, mas com valores nominais que significariam os 1,5% necessários para manter o percentual contributivo de cada um. Só que na proposta atual o valor foi “esquecido” e a proposta de mudança estatutária é de “3% associados e 4,5 BB” para “4% associados e 4,5% BB”. Não é uma beleza para o patrocinador?

4) Nos preocupa também o que não está na proposta. Cadê nossas garantias contra a Resolução número 23 da CGPAR? Se os funcis novos não ingressarem na Cassi, o plano será cada vez mais velho e mais caro. A falência será certa. O Banco garante que continuará contribuindo com a Cassi para nós após a aposentadoria? Ou precisaremos pagar a nossa parte, a do Banco, a dos nossos dependentes e as coparticipações?
As entidades representativas, junto com o conjunto dos eleitos, devem se posicionar contrários a proposta e exigir que o banco a retire imediatamente. Ao mesmo tempo as entidades devem convocar assembleias para organizar a base para garantir a solidariedade, paridade e manutenção da obrigação de financiamento do banco em relação a nossa saúde tanto dos ativos como dos aposentados. No caso da CONTRAF/CUT, o Congresso dos Funcionários deve aprovar que a questão da CASSI seja um dos centros da campanha salarial.

Fonte:


O mundo do trabalho na tela: 33 filmes necessários



Lista 33 filmes que tratam da temática do mundo do trabalho


























1. Eu, Daniel Blake (2016), Ken Loach
https://www.youtube.com/watch?v=ob_uqy1aouk

2. As sufragistas (2015), Sara Gavron
https://www.youtube.com/watch?v=e88IJJv7PLQ

3. Que horas ela volta? (2015), Anna Muylaert.
https://www.youtube.com/watch?v=Dffs46VCJ_g

4. O capital (2012), Costa-Gravas
https://www.youtube.com/watch?v=xL8hXYGg8mA

5. Biutuful (2010), Alejandro González
https://www.youtube.com/watch?v=kuX9wv3W8YI

6. O emprego (2009), S. Grasso
https://www.youtube.com/watch?v=cc-3ppKPvjo

7. China Blue (2008), Micha Peled
https://www.youtube.com/watch?v=nAfk3VH32Ck

8. Peões (2004), Eduardo Coutinho
http://www.youtube.com/watch?v=JEde0T13kF8

9. Pão e Rosas (2000), Ken Loach
https://www.youtube.com/watch?v=J2lkeGOC-ZE

10. Segunda-feira ao Sol (2002), Fernando Aranoa (trailer)
https://www.youtube.com/watch?v=EW4LmdSlzJw

11. Mundo Grua (1999), Pablo Tapeiro
https://www.youtube.com/watch?v=g_xpnYtJhd0

12. Os carvoeiros (1999), Nigel Noble
https://www.youtube.com/watch?v=tSxVEI5RHmI

13. Germinal (1993), Claude Berri
https://www.youtube.com/watch?v=XFs0LCnW-lM

14. Daens: Um Grito de Justiça (1992), Stijn Coninx
http://vimeo.com/46428638
http://vimeo.com/46316968

15. Rosalie vai às compras,(1989), Percy Adlon
https://www.youtube.com/watch?v=YSNsEgyFZuE

16. Terra para Rose (1987), Tetê Moraes
http://www.youtube.com/watch?v=tbP6Ffo-sMM

17. O homem que virou suco (1980), João Batista de Andrade.
https://www.youtube.com/watch?v=FF70tq8QSS4

18. ABC da Greve (1979/1980), Leon Hirszman
https://www.youtube.com/watch?v=2hhFk0cml6Y

19. Norma Rae (1979), Martin Ritt (Trailer)
https://www.youtube.com/watch?v=45CX8W9peTs

20. Braços cruzados, máquinas paradas (1979), Sérgio Toledo e Roberto Gervitz.

https://www.youtube.com/watch?v=X5xF8X2k9hE

21. Vivendo os tombos – Carvoeiros (1977), Dileny Campos
https://www.youtube.com/watch?v=x6GKuWwpZuI

22. A classe operária vai ao paraíso (1971), Elio Petri (trecho)
https://www.youtube.com/watch?v=F82QEN5ArP8

23. São Paulo, Sociedade Anônima (1965) Luís Sérgio Person
https://www.youtube.com/watch?v=ns-LPKhz_AE

24. Sindicato de Ladrões (1954), Elia Kazan (trecho)
https://www.youtube.com/watch?v=S5nHyl8Y7kE

25. Umberto D (1952), Vittorio De Sica
https://www.youtube.com/watch?v=npqZnCwfTuw

26. Ladrões de bicicleta (1948), Vittorio De Sica
https://www.youtube.com/watch?v=eWoU0eG5Czg

27. La terra trema (1947) Luchino Visconti
https://www.youtube.com/watch?v=VsX6VjhiM0c

28. Como era verde meu vale (1941), John Ford
http://www.youtube.com/watch?v=3jIB_FIv0Kg

29. As vinhas da Ira (1940), John Ford (TRAILER)
https://www.youtube.com/watch?v=iDrQbrGVKUs

30. Tempos Modernos (1936), C. Chaplin
https://www.youtube.com/watch?v=4tQEorfYEiE

31. A greve (1924), Sergei Eisenstein
https://www.youtube.com/watch?v=uLiNKaUp0AA

32. Série Damnation, Netflix, tem uma única temporada, mas é realmente boa.
https://youtu.be/n7yW7h0YkPI

33. O Jovem Marx.
https://youtu.be/2M5vo2n6G7Y

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Jacaré parado vira bolsa - Campanha salarial 2018


Colega,
                                                                                                                                                  
Vamos falar de campanha salarial ?

Este ano ela vai ser duríssima, sabe por quê ?

Sabe a 13ª cesta que dá uma turbinada na ceia de natal ou banca o leitãozinho de final de ano, pois é ela pode acabar.

O abono de cinco dias, sabe aquele feriado na quinta, que a gente emenda na sexta com um abono, para visitar parentes e amigos, fazer aquele churrasco sem culpa, enfim desligar um pouco a cabeça, pois é ele pode acabar.

 Lembra daqueles aumentos reais de 1%, 1,5%, que a gente reclamava tanto, pois é, o que você acha de receber um “reajuste” abaixo da inflação, com um abono “cala a boca”, que não incorpora no salário, nem na aposentadoria e piora ainda mais a situação da Cassi.  Essa perspectiva é bem real, aumento real pode acabar.

 Lembre-se, por conta da nova reforma trabalhista, que muitos colegas apoiaram, nada está garantido. O acordado agora prevalece sobre o legislado.

O que isto significa ?  Tudo está sob negociação, nenhum direito está garantido.

Pois é colega, lembrando um ditado da sabedoria popular : “jacaré parado vira bolsa”.




Bom eu não quero virar bolsa e você ?

Compartilhe com seus colegas, manter nossos direitos vai depender da nossa luta.

Nelson Gonçalves da Silva
Delegado sindical
Coletivo Oposição Bancária de Curitiba

Reforma trabalhista e seus impactos no mercado de trabalho


A chegada de Temer ao poder foi articulada pela elite empresarial, banqueiros, agronegócio e empresários de vários ramos, nacionais e internacionais. Uma das exigências, a flexibilização das leis do trabalho foi seguida a risca pelo novo governo. Maquiada como “Modernização da CLT” e prometendo gerar mais empregos, foi aprovada por um congresso corrupto, em sua maioria comprados pelos reais donos do poder.

Elogiada por empresários e a grande mídia, criticada por trabalhadores, sindicalistas e especialistas em direito do trabalho, a reforma trabalhista promove um verdadeiro desmonte na legislação que garantia o mínimo de segurança, salubridade e estabilidade ao trabalhador. A nova legislação atende às demandas do  mercado, que quer demitir a baixíssimos custos, contratar de forma cada vez mais barata e diminuir o papel dos sindicatos na organização dos trabalhadores.

A reforma implica em mudanças estruturais na relação de trabalho, institui a terceirização ilimitada, cria o trabalho intermitente que permite a contratação de funcionários sem horários fixos, sem garantir renda futura, permite que contratos individuais entre patrões e empregados passem a valer mais do que as convenções e os acordos coletivos das categorias.

Neste novo formato, o risco do trabalhador não ter contribuição previdenciária e de ficar desprotegido em caso de acidente é alto. Com certeza veremos o que já acontece em outros países que adotaram reformas similares, o aumento do adoecimento por fatores psicossociais, por insegurança, stress, medo, falta da renda, perda de vínculo com os demais trabalhadores e a estigmatização de ser permanentemente um trabalhador precarizado.

Essa nova condição de trabalho, fará com que a massa salarial na sociedade caia abruptamente, caindo a massa salarial cai o poder de compra e  no Brasil o consumo interno é parte importante da nossa economia. Podemos ter um aumento no número de postos de trabalho, mas esses necessariamente, serão postos precários e com baixa remuneração.

A reforma trabalhista em conjunto com outras medidas tomadas por esse governo ilegítimo, como o congelamento dos investimentos na saúde e educação, transforma-se em um poderoso instrumento de transferência de renda dos setores mais empobrecidos para as camadas mais ricas da nossa sociedade. Aumentando ainda mais a desigualdade social e agravando problemas crônicos num país historicamente já tão desigual.

Nelson Gonçalves da Silva
Delgado Sindical
Coletivo Oposição Bancária de Curitiba