por Eric Gil Dantas
No país onde
entregamos, anualmente, mais de 40% do orçamento do Governo Federal para
rolagem da dívida e pagamento de juros, cremos que não haja dúvidas para
responder a pergunta de “quem manda no Brasil?”.
Em período eleitoral
isto fica ainda mais evidente. Os bancos não economizam para investir em seus
candidatos, sejam eles candidatos a deputado estadual, deputado federal,
senador, governador ou presidente.
Mas como seria isto em
números? Vejamos na tabela quanto investimento dos bancos os candidatos à
Presidência receberam até a segunda prestação de contas ao TSE (pois a final
ainda não está disponível).
Como pode ser visto,
eles não arriscam, e como já é habitual, patrocinam todas as grandes
candidaturas (e até pequenas candidaturas de direita, como a de José Maria
Eymael, candidato à Presidência pelo PSDC).
O banco que virou o
pivô da discussão sobre o controle da política pelos banqueiros foi o Itaú
Unibanco, por conta da Neca Setúbal, herdeira do Itaú e coordenadora de
programa da Marina Silva. Este banco foi tido como o inimigo da Dilma e o PT,
inclusive não a financiando. No entanto, o PT está dentro dos partidos que
receberam grandes doações do Itaú, assim como vários outros. Mas vejamos como
se distribuiu, também até a segunda parcial da prestação de contas desta
eleição, os “investimentos” do Itaú?
Eles não deixaram
passar nenhum cargo, patrocinaram 16 partidos diferentes (metade de todos os
partidos registrados no Brasil) e candidatos distintos 72, indo de doações de
20mil reais a 2 milhões.
Bem, como já dizem por
aí, “quem paga a banda, escolhe a música”. E isto não foge, nem de longe, o
caso do sistema financeiro no Brasil.
In: CONTRACORRENTE – ANO 04
N9 49 – 15 DE OUTUBRO DE 2019
Contra-corrente é uma
publicação mensal elaborada pelo ILAESE para os sindicatos, oposições sindicais
e movimentos sociais.
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