domingo, 23 de novembro de 2014

Os banqueiros fazem política

por Eric Gil Dantas

No país onde entregamos, anualmente, mais de 40% do orçamento do Governo Federal para rolagem da dívida e pagamento de juros, cremos que não haja dúvidas para responder a pergunta de “quem manda no Brasil?”.
Em período eleitoral isto fica ainda mais evidente. Os bancos não economizam para investir em seus candidatos, sejam eles candidatos a deputado estadual, deputado federal, senador, governador ou presidente.

Mas como seria isto em números? Vejamos na tabela quanto investimento dos bancos os candidatos à Presidência receberam até a segunda prestação de contas ao TSE (pois a final ainda não está disponível).


Como pode ser visto, eles não arriscam, e como já é habitual, patrocinam todas as grandes candidaturas (e até pequenas candidaturas de direita, como a de José Maria Eymael, candidato à Presidência pelo PSDC).

O banco que virou o pivô da discussão sobre o controle da política pelos banqueiros foi o Itaú Unibanco, por conta da Neca Setúbal, herdeira do Itaú e coordenadora de programa da Marina Silva. Este banco foi tido como o inimigo da Dilma e o PT, inclusive não a financiando. No entanto, o PT está dentro dos partidos que receberam grandes doações do Itaú, assim como vários outros. Mas vejamos como se distribuiu, também até a segunda parcial da prestação de contas desta eleição, os “investimentos” do Itaú?



Eles não deixaram passar nenhum cargo, patrocinaram 16 partidos diferentes (metade de todos os partidos registrados no Brasil) e candidatos distintos 72, indo de doações de 20mil reais a 2 milhões.
Bem, como já dizem por aí, “quem paga a banda, escolhe a música”. E isto não foge, nem de longe, o caso do sistema financeiro no Brasil.

In: CONTRACORRENTE – ANO 04 N9 49 – 15 DE OUTUBRO DE 2019

Contra-corrente é uma publicação mensal elaborada pelo ILAESE para os sindicatos, oposições sindicais e movimentos sociais.

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