
Em São Paulo, cerca de
1.500 bancários paralisaram até o meio-dia 60 agências situadas na avenida
Paulista, o principal centro financeiro do país. Durante a paralisação,
juntaram-se a centenas de químicos, petroleiros, professores e metalúrgicos que
faziam manifestação em frente ao prédio da Fiesp, onde foram entregar sua pauta
de reivindicações para a campanha deste ano (foto inferior).
"É muito
importante essa união de bancários, metalúrgicos e demais categorias para
derrotar o PL 4330, que se for aprovado vai precarizar o emprego de todos os
trabalhadores. O Brasil é a sexta maior economia e um dos 12 países com a pior
distribuição de renda do mundo. A aprovação da PL 4330 vai aumentar ainda mais
a concentração de renda", denunciou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT,
de cima do caminhão de som dos metalúrgicos (foto superior).
"Por isso é
fundamental que todos os trabalhadores pressionem os parlamentares e enviem
delegações a Brasília para barrar a votação do projeto de lei",
acrescentou Carlos Cordeiro.
Os bancários também
paralisaram o centro financeiro do Rio de Janeiro durante toda a manhã,
realizando manifestação contra o projeto de lei da terceirização que reuniu
dirigentes sindicais de todo o interior fluminense.
Além de São Paulo e Rio
de Janeiro, houve paralisações e manifestações em Curitiba, Porto Alegre,
Fortaleza, Belém, Londrina, Santos, Campo Grande, Cuiabá, Porto Velho, Niterói,
Campinas, Piracicaba, ABC e Barretos, entre dezenas de outras capitais e
grandes cidades do país.
Votação
na CCJC da Câmara será no dia 10
Prevista inicialmente
para a terça-feira 9, a votação do PL 4330 Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados foi transferida para a quarta 10. A
decisão foi tomada durante a primeira reunião quatripartite, criada pelo
governo federal e também integrada pelas centrais sindicais, empresários e
parlamentares, realizada nesta quarta-feira 3.
Foi decidida na reunião
a formação de um grupo de trabalho composto por 3 trabalhadores, 3
parlamentares, 3 representantes do governo e 3 empresários, que vão se reunir
nos dias 5, 8 e 9 para negociar alterações no PL 4330.
As premissas que
nortearão as centrais sindicais nesses debates são as mesmas que consolidaram o
PL das centrais, entre elas informação e negociação prévia no caso das
terceirizações, proibição das terceirizações nas atividades-fim das empresas,
igualdade salarial, de direitos e de tratamento entre os trabalhadores
contratados diretamente e os terceirizados, estabelecimento da responsabilidade
solidária entre tomadores e prestadores de serviços e definição de punição às
empresas infratoras.
Tanto parlamentares
quanto empresários fizeram questão de afirmar que, se não houver consenso até o
dia 9, o PL 4330 será votado na CCJC da Câmara no dia 10. Caso as negociações
avancem, a votação pode ser adiada novamente por um período maior até que as
partes cheguem a um acordo.
Intensificar a
mobilização em todo país
"Precisamos
intensificar a mobilização em todo o país, realizando paralisações e enviando
cartas e mensagens aos parlamentes, mostrando os prejuízos irreparáveis que
esse projeto trará, se aprovado, não somente aos bancários para toda a classe
trabalhadora", salienta Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo
Financeiro da Contraf-CUT.
A Confederação enviou
nesta quinta 4 novo comunicado a suas entidades filiadas, reiterando a
importância da presença massiva de bancários em Brasília nos dias 9 e 10 para
participarem de diversas atividades que estão sendo organizadas pela CUT e pela
Contraf-CUT.
Outra iniciativa da
Confederação foi o envio de correspondência a todos os parlamentares, cobrando
seu posicionamento com relação ao PL 4330, se favoráveis ou contrários. A
intenção é a divulgação de painéis e nos próprios sites das entidades filiadas,
por todo o país, de como pensa e vota cada parlamentar nessa importante
questão.
O mesmo texto enviado
aos parlamentares foi repassado às federações e sindicatos para reproduzirem o
mesmo pedido de posicionamento.
Clique aqui para
contatar os deputados da CCJC.
A pressão contra o PL
4330 também integra a pauta unitária das centrais sindicais, que estão
organizando o dia nacional de luta, a ser realizado na próxima quinta (11).
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