
Os bancos públicos operam com uma forte crise de
identidade, já que para evitar os efeitos da crise internacional, por um lado,
são usados como principais instrumentos da concorrência interbancária, por
outro, sob o pretexto de manterem as margens de lucro e sobreviverem no
mercado, adotam estratégias de gestão nos mesmos moldes dos bancos privados,
esvaziando no imaginário dos novos empregados o papel social dos bancos
públicos. Além disso, as práticas anti-sindicais têm crescido de forma alarmante
no último período. Temos delegados sindicais respondendo inquéritos
administrativos, descomissionamentos arbitrários, violações ao direito de greve
e, no BB, demissões por “ato de gestão” e transferências arbitrárias , fatos
que não ocorriam desde o governo FHC.
Depois
de dez anos do PT no governo federal, as principais reivindicações dos
bancários do BB, CEF, BASA e BNB continuam sem ser atendidas.Nada da isonomia,
reposição de perdas ou da implementação do piso do DIEESE como salário inicial.
E, ao invés de ampliarmos direitos, os perdemos à medida em que passa o tempo.
Os
bancos privados continuam demitindo em massa, apesar dos lucros bilionários. O
Itaú, que teve a maior lucratividade entre os bancos privados, tem demitido
centenas de trabalhadores. Contra esta situação, temos que cobrar providências
não somente dos banqueiros, mas também do governo federal, exigindo que Dilma
ratifique imediatamente a convenção 158 da OIT, que proíbe demissões
imotivadas.
O
lucro tem sido alcançado pelos bancos através do aumento da exploração dos
bancários e pela extorsão da maioria da população, que é obrigada a pagar
tarifas e juros abusivos. O assédio moral foi institucionalizado e a categoria
vive uma verdadeira epidemia de doenças mentais. Temos que atacar as causas
desse processo, nos posicionando contra
qualquer tipo de metas. A PLR se tornou um instrumento
para remunerar os altos executivos dos bancos e de pressão para os bancários
cumprirem as metas cada vez mais abusivas impostas pelos bancos. Por isso é
fundamental modificar a forma de calculo da PLR, fazendo com que ela seja
dividida igualitariamente, independente do cargo e salário do bancário.
Para reverter esta
situação da categoria bancária, o movimento sindical precisa de um Novo Rumo!
Um Novo Rumo que seja marcado pela independência e
autonomia do movimento em relação a partidos, patrões e governos. Que apresente
uma pauta de reivindicações que mostre ao conjunto dos bancários que realmente
vale a pena lutar. Que não aceite acordos rebaixados, com itens que prejudicam
todos os grevistas, como a questão da reposição das horas de greve. Este novo
rumo do movimento sindical terá que ter como uma das pincipais bandeiras a
democracia e sua vinculação com a base do movimento. Nesse sentido é necessário
ter um comando nacional da categoria que tenha uma composição democrática, no
qual estejam presentes as diferentes posições do movimento sindical.
São estes os princípios que unificam diversos grupos que
têm atuação no movimento sindical bancário por todo o país, mas também colegas
independentes, que sentem a necessidade urgente da construção de algo novo.
Fazemos um chamado para ampliar ainda mais esta unidade. A todos aqueles que
estão dispostos a lutar ao lado dos bancários e reverter o curso atualmente
imposto pela maioria da direção da CONTRAF/CUT, chamamos a fazer parte da
construção deste movimento por um Novo Rumo. Para os que consideravam
impossível construir esse novo rumo para o movimento bancário e conquistar essa
pauta, basta olhar para a luta que tomou as ruas do país nos últimos dias e já
conquistou a revogação do aumento das passagens em várias cidades. Este é o
exemplo que devemos seguir. Apoiamos e participamos desta luta, que deve
continuar e se aprofundar para conquistar as reivindicações mais sentidas pela
juventude e pela classe trabalhadora. Esta luta prova que, nas ruas, com
independência do governo, é possível mudar a realidade! Venha fazer parte da
construção deste movimento por um Novo Rumo.
+ Por um movimento sindical independente de governos e
patrões!
+ Fim das demissões! Que Dilma ratifique imediatamente convenção 158 da OIT!
+ Fim de todas as metas!
+ Contra as comissões por vendas de produtos!
+ PLR justa, com distribuição linear de 25% do lucro
líquidos dos bancos!
+ Isonomia de salários e direitos em todos os bancos!
+ Reposição de perdas salariais desde o Plano Real!
+ Fim das terceirizações e dos correspondentes bancários!
+ Jornada de seis horas para todos sem redução de salário!
+ Piso do DIESE!
+ Pelo fim da repressão e das práticas anti-sindicais!
+ Contra acordos coletivos que prevejam compensação ou
pagamento dos dias parados!
+ Unificação da campanha salarial com outras categorias
como correios e petroleiros!
+ Comando nacional composto democraticamente, com
representação de todas as diferentes posições existentes no movimento sindical
bancário!
Assinam este manifesto:
Bancári@s Podem Mais – Movimento Nacional de Oposição Bancária
MNOB/CSP Conlutas - Intersindical/ASS – Intersindical – Tribuna Classista – Unidos Para Lutar
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