segunda-feira, 1 de julho de 2013

MANIFESTO Por um NOVO RUMO para o Movimento Sindical

Desde 2003, os bancários fazem greve todo ano. Mas, infelizmente, todas as últimas campanhas salariais têm terminado com acordos rebaixados e com as assembléias cheias de gestores do BB e da CEF, que com a direção da maioria dos sindicatos e orientação do comando nacional votam pelo fim da greve. Tal fato tem gerado descontentamento da categoria que cada vez menos acredita nas nossas pautas de reivindicação, visto que nossas negociações se resumem ao índice e PLR. É impossível defender que ter 1% ou 1,5% de aumento real, mais a promessa de mesas de negociação permanente, seja suficiente para que a categoria retorne ao trabalho crente de que foi vitoriosa. Enquanto isso, bandeiras importantes como isonomia, reposição de perdas ou piso do DIEESE ficam pelo caminho. O campo majoritário do movimento sindical tem se mostrado cada vez mais preocupado em defender os interesses do governo do que em lutar pelos direitos dos trabalhadores.

Os bancos públicos operam com uma forte crise de identidade, já que para evitar os efeitos da crise internacional, por um lado, são usados como principais instrumentos da concorrência interbancária, por outro, sob o pretexto de manterem as margens de lucro e sobreviverem no mercado, adotam estratégias de gestão nos mesmos moldes dos bancos privados, esvaziando no imaginário dos novos empregados o papel social dos bancos públicos. Além disso, as práticas anti-sindicais têm crescido de forma alarmante no último período. Temos delegados sindicais respondendo inquéritos administrativos, descomissionamentos arbitrários, violações ao direito de greve e, no BB, demissões por “ato de gestão” e transferências arbitrárias , fatos que não ocorriam desde o governo FHC.

Depois de dez anos do PT no governo federal, as principais reivindicações dos bancários do BB, CEF, BASA e BNB continuam sem ser atendidas.Nada da isonomia, reposição de perdas ou da implementação do piso do DIEESE como salário inicial. E, ao invés de ampliarmos direitos, os perdemos à medida em que passa o tempo.

Os bancos privados continuam demitindo em massa, apesar dos lucros bilionários. O Itaú, que teve a maior lucratividade entre os bancos privados, tem demitido centenas de trabalhadores. Contra esta situação, temos que cobrar providências não somente dos banqueiros, mas também do governo federal, exigindo que Dilma ratifique imediatamente a convenção 158 da OIT, que proíbe demissões imotivadas.

O lucro tem sido alcançado pelos bancos através do aumento da exploração dos bancários e pela extorsão da maioria da população, que é obrigada a pagar tarifas e juros abusivos. O assédio moral foi institucionalizado e a categoria vive uma verdadeira epidemia de doenças mentais. Temos que atacar as causas desse processo, nos posicionando contra
qualquer tipo de metas. A PLR se tornou um instrumento para remunerar os altos executivos dos bancos e de pressão para os bancários cumprirem as metas cada vez mais abusivas impostas pelos bancos. Por isso é fundamental modificar a forma de calculo da PLR, fazendo com que ela seja dividida igualitariamente, independente do cargo e salário do bancário.

Para reverter esta situação da categoria bancária, o movimento sindical precisa de um Novo Rumo!


Um Novo Rumo que seja marcado pela independência e autonomia do movimento em relação a partidos, patrões e governos. Que apresente uma pauta de reivindicações que mostre ao conjunto dos bancários que realmente vale a pena lutar. Que não aceite acordos rebaixados, com itens que prejudicam todos os grevistas, como a questão da reposição das horas de greve. Este novo rumo do movimento sindical terá que ter como uma das pincipais bandeiras a democracia e sua vinculação com a base do movimento. Nesse sentido é necessário ter um comando nacional da categoria que tenha uma composição democrática, no qual estejam presentes as diferentes posições do movimento sindical.

São estes os princípios que unificam diversos grupos que têm atuação no movimento sindical bancário por todo o país, mas também colegas independentes, que sentem a necessidade urgente da construção de algo novo. Fazemos um chamado para ampliar ainda mais esta unidade. A todos aqueles que estão dispostos a lutar ao lado dos bancários e reverter o curso atualmente imposto pela maioria da direção da CONTRAF/CUT, chamamos a fazer parte da construção deste movimento por um Novo Rumo. Para os que consideravam impossível construir esse novo rumo para o movimento bancário e conquistar essa pauta, basta olhar para a luta que tomou as ruas do país nos últimos dias e já conquistou a revogação do aumento das passagens em várias cidades. Este é o exemplo que devemos seguir. Apoiamos e participamos desta luta, que deve continuar e se aprofundar para conquistar as reivindicações mais sentidas pela juventude e pela classe trabalhadora. Esta luta prova que, nas ruas, com independência do governo, é possível mudar a realidade! Venha fazer parte da construção deste movimento por um Novo Rumo.

+ Por um movimento sindical independente de governos e patrões!
+ Fim das demissões! Que Dilma ratifique    imediatamente convenção 158 da OIT!
+ Fim de todas as metas!
+ Contra as comissões por vendas de produtos!
+ PLR justa, com distribuição linear de 25% do lucro líquidos dos bancos!
+ Isonomia de salários e direitos em todos os bancos!
+ Reposição de perdas salariais desde o Plano Real!
+ Fim das terceirizações e dos correspondentes bancários!
+ Jornada de seis horas para todos sem redução de salário!
+ Piso do DIESE!
+ Pelo fim da repressão e das práticas anti-sindicais!
+ Contra acordos coletivos que prevejam compensação ou pagamento dos dias parados!
+ Unificação da campanha salarial com outras categorias como correios e petroleiros!
+ Comando nacional composto democraticamente, com representação de todas as diferentes posições existentes no movimento sindical bancário!


         Assinam este manifesto:

Bancári@s Podem Mais –  Movimento Nacional de Oposição Bancária MNOB/CSP Conlutas - Intersindical/ASS – Intersindical – Tribuna Classista –  Unidos Para Lutar



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