segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Dignidade não se negocia

Primeiro dia de aula, o professor de 'Introdução ao Direito' entrou na sala
e a primeira coisa que fez foi perguntar o nome a um aluno que estava
sentado na primeira fila:
_- Qual é o seu nome? _
_- Nelson, Senhor. _
_- Saia de minha aula e não volte nunca mais!_ gritou o desagradável
professor.
Nelson estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente,
recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estavam assustados e indignados,
porém ninguém falou nada.
_- Agora sim, vamos começar ._
_- Para que servem as leis?_ perguntou o professor.
Assustados ainda, os alunos pouco a pouco começaram a responder à sua
pergunta:
_- Para que haja uma ordem em nossa sociedade. _
_- Não! respondia o professor. _
_- Para cumpri-las. _
_- Não! _
_-_ _Para que as pessoas erradas paguem por seus atos. _
_- Não!_
_- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?! _
_- Acho que é para que haja justiça_, falou timidamente uma garota_. _
- _Até que enfim! É isso, para que haja justiça! E agora, para que serve a
justiça? _ Todos começaram a ficar incomodados pela atitude tão grosseira.
Mas continuaram respondendo:
_-_ _Para salvaguardar os direitos humanos..._
_- Bem, e que mais? _
_- Para diferençar o certo do errado, para premiar a quem faz o bem..._
_- Ok, não está mal. Porém respondam a mais esta pergunta: agi corretamente
ao expulsar Nelson da sala de aula?_
Todos ficaram calados, ninguém respondia.
_- Quero uma resposta decidida e unânime! _
_- __NÃO!_ responderam todos a uma só voz.
_- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça? _
_- __SIM!_
_- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras
se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem
a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça.
Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! E vão buscar o Nelson.
Até porque, afinal, ele é o professor. Eu sou só aluno de outro período..._


Aprendam:
Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade.
E a dignidade não se negocia.
 

 

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