SEEB-MA
Sem regulação por parte do Banco Central, as
tarifas bancárias têm sofrido altas abusivas. O Instituto de Brasileiro Defesa
do Consumidor (Idec) lançou em agosto estudo comparativo sobre o comportamento
das tarifas nos últimos cinco anos mostrando que os pacotes sofreram reajustes
de até 83%, frente a uma inflação de 32%.
A cobrança poderia ser devolvida sob a forma
de contratações de mais bancários para que o atendimento a toda a sociedade
fosse mais eficaz. Mas, apesar de os ganhos acumulados darem totais condições,
os bancos preferem fazer o oposto e demitir, gerando sobrecarga de trabalho e
dificuldades para os bancários oferecerem a atenção que desejariam.
O pacote referencial sofreu reajuste entre
13% e 36%. A tarifa de concessão de adiantamento ao depositante, cobrada quando
o cliente fica sem crédito, foi a mais cara. A do Santander chegou a R$ 51.
No período, o pacote referencial da Caixa
teve a menor elevação de custo, 13%, passando de R$ 87,65 para R$ 98,70. Já o
pacote do Bradesco registrou alta de 36%, de R$ 87,90 para R$ 119,30. O pacote
mais caro atualmente é o do HSBC, que passou de R$ 118,50 em 2008 para R$
143,91 em 2013, elevação de 21%.
Demissões – Na contramão do aumento das
arrecadações com tarifas está a precarização do atendimento com as demissões.
Só nos seis primeiros meses do ano os bancos extinguiram 1.957 postos de
trabalho. Se levados em conta somente os múltiplos com carteira comercial
(Caixa excluída), o saldo negativo sobe para 4.890 no período.
No acumulado dos 12 meses terminados em
julho, os bancos múltiplos com carteira comercial fecharam 8.519 postos de
trabalho. Somente em julho de 2013 foram 460 vagas a menos, média de cerca de
15 por dia.
Tarifa x Pessoal – A política de demissões e
aumento de tarifas aparece na relação entre arrecadação com prestação de
serviços e gastos com folha de pessoal. Nos cinco maiores bancos do país ela
está acima de 100%, ou seja, só com o que ganham com tarifas, conseguem pagar
todas as despesas com o funcionalismo e ainda sobra "troco". Em
alguns, o "troco" é bem polpudo.
No Santander, por exemplo, a relação é de
181,10%. Em outras palavras, dá para pagar todo mundo e ainda sobra nos cofres
o equivalente a 81,10% da folha. No Itaú e no Bradesco, supera os 150% e, no BB
é de 125%. Na Caixa está em 104%. E olha que a principal fonte de receitas dos
bancos não é com tarifas e sim as operações de crédito. O resultado são cada
vez mais contas para os bancários administrarem.
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