DIÁRIO DE UM CINQUENTÃO NA
ACADEMIA

Segunda: Com dificuldade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu
a pena. Nádia parecia uma deusa grega, ruiva, olhos azuis, grande sorriso,
lábios carnudos e corpo escultural. Inicialmente, Nádia me fez um tour,
mostrando os aparelhos. Comecei pela bicicleta. Ela me tomou o pulso, depois de
5 minutos, e se alarmou, pois estava muito acelerado. Não era a bicicleta, mas
ela vestida com uma malha de lycra coladinha. Desfrutei do exercício. Ela me
motivava muito, apesar da dor na barriga, de tanto encolhê-la, toda vez que ela
passava perto de mim.
Terça: Tomei café e fui para a academia. Nádia estava mais linda
que nunca. Comecei a levantar uma barra de metal. Aí ela se atreveu a por os
pesos !!! Minhas pernas estavam debilitadas, mas consegui correr UM QUILOMETRO
inteiro. O sorriso arrebatador que Nádia deu me convenceu de que todo exercício
valeu a pena. Era uma nova vida para mim.
Quarta: A única forma de conseguir escovar os dentes foi colocando
a escova sobre a pia e movendo a cabeça para os lados. Dirigir também não foi
fácil: estender os braços para mudar as marchas era um esforço digno de
Hércules, doía o peito e minhas panturrilhas ardiam toda vez que pisava na
embreagem. Fisicamente impossibilitado, estacionei meu carro na vaga para
deficientes físicos, até porque, saí mancando... Nádia estava com a voz um
pouco aguda a essas horas da manhã e quando gritava me incomodava muito. Meu
corpo doeu inteiro quando ela me colocou uma cinta para fazer escalada. Para
que merda alguém inventa em treco para se escalar quando isso já está obsoleto
com os elevadores? Nádia me disse que isso me ajudaria a ficar em forma e
desfrutar a vida... ou alguma dessas merdas de promessas.
Quinta: Nádia estava me esperando com seus odiosos dentes de
vampiro escroto. Cheguei meia hora atrasado: foi o tempo que demorei para
amarrar os sapatos. A desgraçada da Nádia me colocou para trabalhar com pesos.
Quando se distraiu, saí correndo e me escondi no banheiro. Mandou outro
treinador me buscar e como castigo me pôs a trabalhar na máquina de remar. Me
fodi lindamente.
Sexta: Odeio a desgraçada da Nádia. Estúpida, magra, anêmica,
chata, feminista, sem cérebro! Se houvesse uma parte do meu corpo que podia se
mover sem uma dor angustiante, eu partiria no meio a vaca que pariu essa
desgraçada xexelenta. Nádia quis que eu trabalhasse o tríceps... Eu nem sei o
que é essa porra desse tríceps cara...!!! E se não bastasse me colocar o peso
para que o rompesse, me colocou aquelas merdas das barras... A bicicleta me fez
desmaiar e acordei na cama de uma nutricionista, uma idiota com cara de mal
comida que me deu uma catequese de alimentação saudável, claro.
Sábado: A lazarenta da Nádia me deixou uma mensagem no celular com
uma vozinha de lésbica assumida, perguntando-me por que eu não fui. Só com a
vozinha me deu gana de quebrar o celular, porém não tinha certeza se teria força
suficiente para levantá-lo, já que para apertar os botões do controle remoto da
tevê estava tão difícil...
Domingo: Pedi ao vizinho para ir à missa agradecer a Deus por mim
por essa semana que terminou. Também rezei para o ano que vem, a desgraçada e infeliz
da minha mulher me presenteie com algo um pouco mais divertido, como um
tratamento de canal, um cateterismo ou até um exame de próstata.
Autor desconhecido.
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