quinta-feira, 13 de junho de 2013

Projeto de lei 4330, o avanço das tercerizações

Projeto de lei 4330/2004 (PMDB Sandro Mabel)

Projeto de Lei 4330, quer implantar a tercerização para atividades-fins, ou seja se aprovada vai generalizar esta forma de contratação em empresas públicas e privadas. O impacto será tremendo, e a grande mídia como sempre silencia em relação ao assunto, é como se isto não existisse. Sem maiores alardes da mídia nacional, um dos setores que mais se utiliza de mão de obra terceirizada, a proposta avança no Congresso Nacional e coloca em risco todas as conquistas da classe trabalhadora em quase um século de lutas e mobilizações.

Sob o pretexto de regulamentar o trabalho terceirizado no Brasil, o projeto de lei (PL) nº 4330/2004, se aprovado, irá legalizar a precarização das relações de trabalho no Brasil. Barrar a precarização do trabalho é o grande desafio do momento. E o maior ataque aos direitos trabalhistas, e que está mais avançado na sua tramitação no Congresso, é o Projeto de Lei 4330 que quer generalizar a terceirização para todas as atividades das empresas e do serviço público.

Tramitando na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, a CCJ, o substitutivo do PL 4330 recebeu parecer favorável do relator, deputado Arthur Maia (PMDB-BA). (Não esqueça este nome). Se aprovado em plenário, será o maior ataque da história do Brasil aos direitos trabalhistas.

Pelo projeto, a terceirização poderia atingir todas as atividades das empresas privadas, estatais e do serviço público em geral. Até as chamadas atividades-fins poderiam ser transferidas para firmas terceirizadas. Se aprovado, milhões de trabalhadores perderão seu emprego, nos mais diversos ramos e categorias, para serem contratados por firmas terceirizadas.
No médio prazo, corremos o risco de todos os trabalhadores serem substituídos por essa modalidade de trabalho eventual e temporário, na condição de prestadores de serviços. Não teremos mais bancários, professores, médicos, metalúrgicos, químicos, etc. Seremos um país de terceirizados.
No serviço público, onde a terceirização já é conhecida como fonte de corrupção, desvios do dinheiro público e piora na qualidade dos serviços prestados à população, o PL afronta a nossa Constituição Federal, configurando fraude ao concurso público, hoje possibilidade única de entrada no serviço público.

O projeto acaba, ainda, com a responsabilidade solidária das empresas que contratam as firmas terceirizadas. Atualmente, as empresas contratantes podem ser responsabilizadas pelos desmandos e calotes das firmas terceirizadas.

Além de detonar com os direitos trabalhistas, ao permitir terceirizar tudo e todos, o projeto aumentará a fragmentação das categorias e ramos, causando uma enorme cisão na organização sindical e enfraquecendo a capacidade de luta do conjunto dos trabalhadores.

Cabe lembrar que muitas terceirizadoras  que pagam mal, atrasam salários e não respeitam os direitos garantidos nos acordos e convenções coletivas.
Esse projeto demonstra até que ponto pode chegar a exploração do trabalho no Brasil.

Todos sabem que os trabalhadores terceirizados recebem salários baixíssimos e têm pouquíssimos direitos trabalhistas, apesar de, em média, terem jornadas de trabalho maiores. Os trabalhadores terceirizados são, também, as maiores vítimas de acidentes de trabalho no País.

O quadro de precarização do trabalho, que já é muito grave, pode piorar muito mais.

E o impacto em todas as categorias do setor público ou privado será brutal. Teremos milhares de empresas sem nenhum empregado. Segundo especialistas, se aprovado, o projeto vai demolir a coluna vertebral do direito do trabalho no Brasil.

Queremos e precisamos, sim, de uma legislação que estabeleça os mesmos direitos aos trabalhadores terceirizados e que não haja nenhuma distinção de tratamento entre aqueles que são contratados diretamente e os que venham a prestar algum tipo de serviço à contratante

Nenhum comentário:

Postar um comentário